Mãe de Geddy Lee, do Rush, sobreviveu aos horrores do holocausto em Auschwitz
Muitas vezes, nós vemos as estrelas dos mais variados segmentos, incluindo a música, e mal sabemos o que eles próprios, ou seus pais, passaram antes do sucesso. No caso de Geddy Lee, do Rush, a questão de seu passado é ainda mais emocionante, pois sua mãe foi uma das sobreviventes dos horrores do nazismo, e viveu os horrores daqueles dias sombrios em Auschwitz.
Conforme lembrado por André Garcia, do site whiplash.net, Manya Rubinstein, a mãe daquele que seria considerado por muitos como o maior baixista da história do rock, nasceu em Varsóvia, sendo mais uma dentre muitas pessoas na Polônia ocupada que viveram dias de terror, nos campos de concentração movidos a trabalhos forçados, violência e muitas mortes.
Na rádio Q104.3, em 2019, Geddy Lee comentou sobre esta questão envolvendo a sua mãe. Manya, que também ficou conhecida como Mary Weinrib, foi transferida para Auschwitz com apenas 13 anos de idade, onde viveu por dois anos em uma vida de trabalhos forçados e ameaça de câmaras de gás.
“[Guardas nazistas] os alinhavam todos os dias. Eles caminhavam para ‘esquerda, direita, esquerda, direita’. Se você fosse para uma direção, iria para as câmaras de gás. Se fosse na outra direção, iria trabalhar”, explicou.
“Então minha avó organizava-os para que todos fossem para a mesma direção”, continuou ele, acrescentando: “Ela acreditava que, se todos morressem, morreriam juntos e, se todos sobrevivessem, sobreviveriam juntos. Minha avó era uma pessoa incrível, ela os manteve vivos lá durante todo esse tempo”.
Durante os dias de terror, Mary conheceu aquele que seria seu marido, Morris Weinrib. Ambos sobreviveram ao holocausto, e após a II Guerra Mundial, emigraram para o Canadá, onde tiveram três filhos, sendo um deles o Geddy Lee. Mary ficou viúva aos 40 anos, com seus três filhos pequenos, e cuidou sozinha da loja que o casal havia construído.
Ela faleceu aos 95 anos, no dia 2 de julho de 2021, após um legado que envolveu apoio direto ao seu filho, nos primeiros dias do Rush, onde ela era a “fã número 1” da banda e chegava a dar de graça discos da banda para pessoas que curtiam o disco, mas não podiam pagar por ele.
Geddy Lee poderá contar mais destas histórias em sua visita ao Brasil, pois segundo Felipe Branco Cruz, da Veja, o músico virá ao nosso país em março de 2024, para lançar a sua autobiografia, o “My Effin’ Life”. Esta é a segunda aventura literária do músico, e chegará em português nas livrarias a partir de 14 de novembro. O outro livro de Lee é o “Big Beautiful Book of Bass”, livro que conta a história de baixos históricos.
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