Manowar mostra mais uma vez a sua forte conexão com o seu fã em show potente em São Paulo
Poucas bandas tem uma conexão tão forte com o seus fãs, independente do gênero, como o Manowar. Todas as bandas, ou artistas, tem seus fãs fieis, que viajam quilômetros para ver os artistas que tanto gostam, e fazem diversas coisas para estar próximo dos ídolos, mas ver um show do Manowar de perto é ver como o fã desta banda, que está na ativa desde 1980, tem uma conexão profunda com o grupo, que excede o que é música e vai para um campo de amizade plena, entre membros da banda e público.
Isso resultou em um show não apenas potente, mas também em um encontro entre grandes amigos, como pude perceber na apresentação da banda neste sábado (23) no Espaço Unimed, em São Paulo. Amizade tão forte que contou com parabéns e homenagens de aniversário no palco para um membro da equipe, Joey DeMaio conversando em português com os fãs e Eric Adams pedindo desculpas por um erro técnico do show, avisando que em respeito a todos, o número em questão seria repetido de novo, desde o início.
As sete primeiras músicas trouxeram porrada atrás de porrada, com pequenas pausas eventuais apenas para a recomposição do grupo. Mas, de uma só vez, a banda trouxe a seguinte sequência, que agradou a todos, que cantavam tudo a plenos pulmões:
- Manowar
- Kings of Metal
- Fighting the World
- Holy War
- Immortal
- Call to Arms
- Heart of Steel
Para Warriors of the World United, a banda trouxe convidados especiais. Foi um jeito interessante de dar pausa para os músicos, sem comprometer a apresentação, já que os mesmos retornaram no meio da música, deixando o hino dos fãs ainda mais forte, e cantado ainda mais alto.
Em seguida, foi a vez de um dueto de solos, com o guitarrista Michael Angelo Batio junto de Joey DeMaio, no baixo. Houve problemas durante a apresentação, com os dois saindo do palco instantaneamente para resolver a questão. Com isso, Eric Adams entrou no palco, dizendo que o problema aconteceu, que seria resolvido e, em respeito a todos os fãs que estavam ali e pagaram pelo ingresso, o dueto seria repetido novamente, no início.
Ali já era possível ver a relação de amizade e confiança entre banda e público. Tudo foi recebido com um silêncio respeitoso, e eu não ouvi nenhum comentário negativo dos fãs pelo problema técnico. E também não ouvi nenhuma manifestação durante o solo, como em outras músicas, cantadas a plenos pulmões. Era como uma apreciação silenciosa e respeitosa, do trabalho de dois músicos muito admirados por quem estava ali.
Foi quando a banda emendou mais uma sequência de porradas, todas novamente celebradas e cantadas por todos os fãs: Hail and Kill, The Dawn of Battle, King of Kings, The Power Play e Fight Until We Die. A banda estava bem a vontade no palco, o que permitiu momentos bem próximos com os fãs também.
Joey DeMaio pegou um microfone em um momento sozinho no palco, e começou a conversar em português com o público. Disse que adorava o país, que recebia muito todo o carinho dos fãs, perguntou as regiões do Brasil de onde cada fã era e ainda disse perguntou para o público para onde “deveriam mandar” quem não gostassem de metal, de São Paulo, do Brasil e do Manowar. A resposta vinha em um sonoro “vai se f****” gritado também pelo músico.
DeMaio também lembrou os fãs de que o Monsters of Rock está chegando, e que o Manowar poderia tocar lá. Por isso ele pediu para os fãs mostrarem este interesse, mandando emails e ligando para a produtora do evento. A produtora do Monsters of Rock é a mesma que trouxe o Manowar para esta apresentação.
Ele continuou, dizendo que muitos “tentam acabar com o metal”, mas os fãs não deixarão isso acontecer. Depois, em inglês, disse que não tem o português perfeito (apesar de ter dito muita coisa em um português muito claro por cerca de cinco minutos), mas que tem o desejo de melhorar a fala e aprender mais do nosso idioma, para conversar melhor com os fãs brasileiros. Obviamente, tudo isso foi recebido com muitos aplausos e gritos de aprovação.
Também teve tempo para cantar parabéns para Manuel, ou o “El Romântico” segundo a banda, um membro da equipe que comemorou o aniversário no palco. Para ele, fizeram um vídeo, tosco de propósito, celebrando o amigo, dizendo que ele foi enviado dos céus pelos anjos para trazer alegria ao mundo através do metal, com o “décimo primeiro mandamento” sendo: o de honrar Manuel.
O bis veio com um clássico absoluto: Battle Hymn, com o show finalizando com Black Wind, Fire and Steel. E a devoção era tanta, que mesmo com Army of the Dead, Part II, tocada em playback já com o palco vazio, manteve os fãs ali, não arredando o pé tão cedo do local, esperando definitivamente as luzes do espaço se acenderem, indicando o fim do show, para entenderem que enfim havia acabado uma apresentação, que contou com cerca de duas horas.
Sobre a banda, a apresentação foi o que um fã do Manowar esperava. DeMaio e Adams são a alma do Manowar, e possuem moral com o público suficiente para simplesmente pegarem um microfone e conversarem com os fãs. A banda agradou ao viajar por seu legado musical, e a voz de Eric continua bem interessante de se ouvir, sabendo que o metal exige muito da voz de seus músicos e que um bom cuidado é essencial para que os gritos sigam empolgando, como Eric fez ontem.
Em um show, independente de qualquer coisa, o importante é fazer o fã ficar satisfeito, o que foi facilmente notado ontem na saída do show. Todos os presentes curtiram bastante o que foi entregue pelo Manowar, fazendo deste encontro algo bastante positivo, realçando ainda mais a amizade, que vai muito além da relação fã-ídolo, que existe entre a banda e seus fãs, que estão entre os mais fieis de toda a música, entre todos os gêneros.