Mario Sports Mix (Wii) – Review: Pouca diversão para um jogo do Mario
Mario e seus amigos (e inimigos) já participaram de diversos esportes: tênis, golfe, futebol, beisebol, esportes olímpicos… Como sempre, estes jogos são divertidos, mesclando os itens e visual caricato dos personagens Nintendo com as características das competições reais. Mario Sports Mix, novo jogo esportivo do bigodudo feito pela Square Enix, tenta seguir esta mesma tradição, mas não obtém muito sucesso.
Inspirado no jogo de 2006 para DS Mario Hoops 3-on-3, Mario Sports Mix reúne quatro esportes distintos: basquete, vôlei, queimada (conhecido como caçador em algumas partes do Brasil) e hóquei. Nas quatro modalidades, os personagens da Nintendo (e alguns da Square Enix, desenvolvedora do jogo) disputam partidas no geral rápidas e com as maluquices usuais como cascos de tartarugas, cogumelos, estrelas, quadras que se mexem, NPCs que atrapalham as equipes, e tudo aquilo que você já conhece nos games do Mario.
O game traz uma distinção clara: basquete e hóquei são as duas modalidades mais divertidas e mais bem trabalhadas, onde a ação é frenética, enquanto que queimada e vôlei são mais lentas e entediantes. O hóquei é o mais similar ao esporte original, pois é tão rápido e tão violento quanto as partidas da NHL, a liga norte-americana de hóquei. O basquete, por sua vez, traz características parecidas a jogos como NBA Jam, que trata o esporte de maneira mais informal e divertida.
Já as partidas de queimada são as mais diferentes. Ao invés de ter um jogador eliminado assim que ele é acertado pela bola (como no esporte original), cada personagem tem uma “barra de vida” que vai esvaziando a cada vez que o personagem é atingido. Além disso, os arremessos são muito lentos, diminuindo bastante a ação do esporte. No vôlei, as partidas demoram demais, sendo necessário vencer dois sets de 15 pontos para ganhar o jogo. É no vôlei também que a inteligência artificial peca demais, literalmente roubando pontos do jogador.
Um detalhe do jogo é que todos os quatro esportes, apesar de seus níveis diferentes de diversão, entendiam rápido. O modo singleplayer é bastante curto, pois cada esporte traz apenas três copas (Mushroom, Flower e Star Cup) e alguns minigames. Não bastasse isso, a inteligência artificial é fraca em todos os esportes, muitas vezes deixando os personagens não-controlados parados no meio da quadra.
Outro aspecto que Mario Sports Mix difere de outros jogos esportivos que levam a cara e bigode de Mario é que ele não mantém as características básicas dos esportes. Se em Super Mario Strikers você pode ir evoluindo sua equipe e manter estatísticas como chutes a gol e assistências, aqui estes detalhes estão praticamente ausentes e, quando existem, são versões mais simples e que não fazem tanta diferença.
Porém, se tem um detalhe onde a Square Enix acertou é os gráficos. Tal qual qualquer outro jogo Mario, os personagens possuem animações muito bem feitas e gráficos bem polidos, que não economizam nas cores. As dublagens e efeitos sonoros também não desapontam e são dignos dos games Nintendo.
É inevitável não olhar para Mario Sports Mix e pensar que ele poderia ser melhor. Já são tantos jogos esportivos do bigodudo que a fórmula é manjada e fácil de entender, mas pelo visto a Square Enix não compreendeu isto. O jogo funciona para entreter crianças ou para uma noite junto com os amigos, mas não vai além disso, trazendo pouco conteúdo para prender o jogador.
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 20 da Revista Arkade