Melhores Jogos do Ano Arkade 2016: Dark Souls III
Hidetaka Miyazaki é um gênio. O artigo poderia resumir-se a tal afirmação e não haveria nenhuma contestação sobre, pois só uma mente a frente de seu tempo seria capaz de conceber um universo tão complexo e maravilhoso quanto o da série Souls.
Sendo uma continuação praticamente direta do primeiro game, Dark Souls III refina basicamente todos seus elementos e consegue algo raro em termos de jogabilidade porque mantém o que o tradicional jogador de Souls gosta, mas da mesma forma implementa elementos oriundos de Bloodborne, trazendo assim um novo frescor a franquia.
A história é altamente subjetiva, sendo que nossas certezas acerca do lore (ou mitologia) são fragmentos do que entendemos como verdade absoluta, se é que isso é possível, dentro do enredo. Digo isso porque entre tantas versões da verdade de como Miyazaki criou Dark Souls, uma me parece mais factível e tem a cara da trilogia.
O jovem Miyazaki era amante de literatura inglesa, mas como ainda não compreendia a língua muito bem, ao ler seus romances ele começava uma frase, a compreendia, já a próxima ele não conseguia concebê-la, então pulava só pelos trechos que entendia e no fim tinha uma interpretação subjetiva do todo. Por que não um game assim? Onde a mitologia pode ser tão complexa e misteriosa quanto o game design?
E assim surgiu Dark Souls. Ou não. E essa metáfora demonstra porque a série é jogada por milhares de pessoas e fez um sucesso inesperado no ocidente desde o longínquo Demon’s Souls. Falando mais especificamente do terceiro capítulo da franquia, provavelmente seja o game design menos imponente, pois os mapas são relativamente menores do que seus antecessores, mas por outro lado há uma coesão que impressiona, especialmente em como as áreas são interligadas.
Os chefes são uma parte interessante, pois são desafiadores e as quests dos personagens não jogáveis talvez sejam as mais complexas de realizar, praticamente impossíveis sem algum tipo de guia em minha opinião.
Outro fator que acha digno de nota é o fator replay, porque somando todos os finais possíveis, as quests secundárias, a busca por todas as magias e itens, armaduras (importantíssimas, diga-se de passassem, pois a descrição dos itens diz muito, mas muito mesmo sobre a lore do jogo), você vai ter que jogar ao menos três ou quatro vezes para conseguir a famigerada platina.
Para finalizar, entre os “cinco games da franquia” é provável que Dark Souls III seja a melhor porta de entrada para novatos, mas ainda assim é difícil. Bem difícil. Difícil a ponto de você amaldiçoar várias gerações do Miyazaki… sem deixar de admirar a genialidade de seu trabalho.
Confira nossa análise completa de Dark Souls III neste link.