Melhores do Ano Arkade 2020: Ghostrunner
Embora este finzinho de ano tenha sido marcado pelas polêmicas envolvendo um certo jogo com temática cyberpunk, algumas semanas antes a 505 Games lançou um outro jogo com a mesma vibe, mas que não era um RPG de mundo aberto: Ghostrunner é um jogo de ação e parkour futurista com gameplay afiadíssimo, desafio de alto nível e foi, sem dúvida, uma das melhores surpresas do ano!
Ghostrunner se passa em um futuro distópico cyberpunk em que boa parte da humanidade foi dizimada, e o que restou vive empilhada em uma imensa cidade vertical, a Dharma Tower, que é comandada com punho de ferro por uma entidade tirana chamada Mara The Keymaker. No papel do último Ghostrunner — basicamente um cyber-ninja super ágil e letal que é capaz de viajar entre o mundo real e o digital –, nossa missão é escalar essa torre, eliminar a Keymaker e acabar com a tirania.
Ghostrunner é um jogo frenético e visceral no qual podemos fatiar praticamente qualquer inimigo com apenas um golpe… mas basta um acerto para nós também morremos. Essa abordagem de “1 hil kill” exige que você domine as intrincadas mecânica de movimentação do jogo, que incluem correr pela paredes, defletir projéteis e se esquivar de ataques no melhor estilo bullet time, desacelerando o tempo por breves segundos enquanto se movimenta pelo espaço de maneiras que desafiam a física.
É fácil passar raiva em Ghostrunner, e o número de mortes pode passar dos 3 dígitos nas fases mais intensas. Porém, esse é aquele tipo de jogo em que o progresso é tremendamente recompensador, e você é sempre o responsável por seu sucesso (ou fracasso). Ghostrunner faz você se sentir muito f*dão quando passa por uma “arena” sem nenhum arranhão, tendo deslizado graciosamente pelo chão e pelas paredes enquanto apresentava o fio de sua espada para um punhado de robôs e soldados fortemente armados. Talvez você tenha que tentar 19 vezes antes de conseguir, mas acredite: a 20ª vez vai ser épica.
Para combinar com este gameplay alucinante, temos um departamento audiovisual de primeiríssima qualidade. O jogo é especialmente bonito no PC, com ray tracing e todas as bijuterias que a gente adora, e vai receber um upgrade para a nova geração em breve. Todo o neon, a sujeira e a fumaça típicos de uma história cyberpunk estão aqui, dividindo espaço com fábricas imensas e áreas externas que agregam variedade à torre. A trilha sonora do jogo é simplesmente incrível, e combina perfeitamente com a temática.
Tal qual os jogos da série Souls, eu entendi que Ghostrunner não é para todos: ele pode se tornar muito difícil e muito punitivo bem rápido. Eu mesmo quase desisti dele já no primeiro chefe (que é aquela torre gigante que dispara lasers da foto ali em cima). Mas, se você tiver a resiliência necessária, vai se sentir cada vez mais como um legítimo cyber-ninja, enquanto desliza, salta e faz piruetas em alta velocidade, deixando para trás uma pilha de corpos desmembrados.
Ghostrunner foi, sem dúvida, uma das experiências mais intensas e desafiadoras que eu tive com um videogame em 2020. Sem dúvida, um dos melhores jogos do ano! Leia aqui minha análise completa de Ghostrunner e, se decidir dar uma chance ao game, venha preparado para chorar sangue.