Melhores do Ano Arkade 2021 – Kena: Bridge of Spirits
Como alguém que trabalha com jornalismo de games há mais de 10 anos, confesso que ando tendo um pouco de preguiça das grandes franquias anuais e blockbusters. Gosto de ser surpreendido por novas IPs. E as surpresas, em geral, vem do cenário independente.
Em 2021, Kena: Bridge of Spirits foi uma dessas surpresas. Primeiro jogo do estúdio Ember Lab — que era famoso na área de animação e publicidade (e por aquele incrível curta de Zelda Majora’s Mask) –, o jogo entrega uma deliciosa jornada por um mundo fantástico, cheio de mistérios e criaturas fofinhas.
A jovem Kena é uma espécie de guia espiritual, que ajuda os espíritos a cruzarem a fronteira da morte. Quando a floresta em que vive começa a ser corrompida por uma “gosma” maligna, Kena resolve descobrir o que está acontecendo, e vai contar com a ajuda dos simpáticos Rot para purificar a mata.
Apesar da história ser um bocado clichê, o jogo ganha pontos por seu carisma. Lindo, detalhado e muito bem animado, Kena: Bridge of Spirits é aquele tipo de jogo que parece uma animação da Pixar jogável. Há beleza em cada detalhe dos vastos cenários, e a simpatia bobinha dos Rot conquista mesmo o mais sisudo dos jogadores.
Na prática, o que temos aqui é um jogo de exploração e combate 3D, que parece se inspirar nos tempos do PS1 e do Nintendo 64, época em que o potencial dos “mundos tridimensionais” estava sendo explorado ao máximo pelos desenvolvedores.
Pessoalmente, acho isso ótimo. Chega de Souls-likes, RPGs e rogue-likes. Me tragam algo que, se não é realmente original, pelo menos faz referência a outro gêneros, outras épocas. Kena: Bridge of Spirits tem um pouco de Zelda, um pouco de Prince of Persia e, embora seu combate tenha a cadência típica de um Souls-like, ele não é a estrela aqui. Este é, antes de mais nada, um jogo de aventura e exploração.
Kena: Bridge of Spirits tem uma aura típica do final dos anos 90/início dos anos 2000. E isso muito me agrada. É um jogo que dura o quanto deve durar, sem ser “inchado” de conteúdo repetitivo para durar 50, 60 horas. É uma jornada que dura ali suas 15 horas, mas consegue entreter e divertir e cativar o jogador ao longo de toda sua duração.
Com Kena: Brige of Spirits, o pessoal do Ember Lab “chegou chegando” ao mundo dos games. Desde já espero que eles não só transformem esta aventura em uma franquia, como continuem demonstrando seu talento com novas IPs tão belas e interessantes quanto esta.
Relembre nossa análise de Kena: Bridge of Spirits. O jogo está disponível para PC, Playstation 5 e Playstation 4.