Melhores do Ano Arkade 2023 – Assassin’s Creed Mirage

31 de dezembro de 2023
Melhores do Ano Arkade 2023 - Assassin's Creed Mirage

Há algo mágico em reviver as raízes de uma franquia amada, e a Ubisoft mergulhou nesse poço nostálgico para comemorar os 15 anos de Assassin’s Creed. Ao invés de um mero remake do primeiro título lançado em 2007, a gigante dos games decidiu criar uma nova aventura, costurando elementos tanto dos jogos mais recentes quanto dos clássicos. O resultado? Assassin’s Creed Mirage, uma jornada única com nuances de Valhalla e Odyssey, mas que também resgata a essência de Altair e Ezio.

Ao escolher a Antiga Pérsia como palco, a Ubisoft não apenas nos transporta para Bagdá, mas nos leva a uma época crucial: 861 DC, alguns anos antes das invasões vikings de Valhalla. O protagonista, Basim, que os fãs podem reconhecer de Valhalla, é o centro dessa trama de origens, revelando sua jornada de ladrão a respeitado Oculto. O jogo propõe uma mudança de ritmo, diminuindo o mapa para focar na qualidade das localidades, especialmente em uma Bagdá rica e vívida.

Mirage destila precisão histórica com liberdade criativa, oferecendo setores distintos em Bagdá, cada um repleto de vida e detalhes. Mesmo com uma redução no tamanho do mapa em comparação aos títulos anteriores, a riqueza das regiões e a atenção aos detalhes são evidentes. A Ubisoft conseguiu encontrar um equilíbrio entre a nostalgia de elementos familiares, como a base dos ocultos do primeiro Assassin’s Creed, e a introdução de novos conceitos.

O verdadeiro destaque está na jogabilidade, onde a Ubisoft adota a filosofia do “menos é mais”. O combate foi simplificado, retornando a um estilo mais direto e eficiente, reminiscente do primeiro jogo da série. A evolução do personagem ocorre organicamente no decorrer da história, e elementos como roupas, armas e itens são aprimorados de maneira mais simplificada, em contraste com as complexas árvores de habilidades dos títulos anteriores.

No entanto, onde Mirage brilha é no desenvolvimento do stealth e estratégia. A invisibilidade não se resume apenas a espreitar nas sombras; exige observação, planejamento e a utilização de aliados como águias ou músicos para distrair os guardas. A estratégia torna-se crucial ao infiltrar-se em locais protegidos, com várias abordagens que exigem diferentes táticas.

Embora Mirage não busque competir pelo título de “Jogo do Ano”, seu objetivo é claro: proporcionar diversão. A Ubisoft não hesita em adotar sua fórmula familiar, mantendo a progressão pela aba “investigação”, uma estrutura consagrada em seus títulos. Visualmente, o jogo pode não se equiparar aos lançamentos mais recentes, mas essa escolha se justifica pela inclusão nos consoles da geração anterior.

Mirage é um “quase” remake que celebra os 15 anos de Assassin’s Creed, oferecendo uma experiência divertida e surpreendentemente livre de bugs ou problemas técnicos. A Ubisoft, mesmo com seus altos e baixos, acerta ao trazer uma jornada que, apesar de suas limitações, entrega uma boa dose de entretenimento. Para os amantes da franquia, vale a pena explorar os caminhos familiares de Mirage e redescobrir o prazer de se perder nas ruas de Bagdá.

Junior Candido

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