Mônica 60 Anos te leva para viajar em várias histórias, de várias épocas
A Mônica completou 60 anos, e mesmo contando com várias variações em seu próprio “multiverso”, a garota icônica de vestido vermelho, cara de brava e Sansão na mão segue, até hoje, ilustrando milhares de histórias, que seguem sendo, para muitas crianças, seu primeiro contato com a leitura. Por isso, 2023 foi um ano especial para a personagem, que ganhou várias homenagens, o que inclui, por exemplo, uma série de histórias escolhidas pela própria Mônica, a Sousa no caso.
E outra homenagem veio em forma de uma edição especial de historinhas, lançada pela MSP junto com a Panini, parceira já de longa data de Mauricio de Sousa, que lhe permitiu investir em várias iniciativas novas nos últimos anos, como a Turma da Mônica Jovem ou a Graphic MSP.
A edição especial, chamada Mônica 60, traz uma viagem por várias épocas da personagem, desde suas primeiras histórias em sua própria HQ, lá nos anos 70, até algumas mais recentes. Tudo já começa com um clássico absoluto: Mônica Contra o Capitão Feio, da revista Mônica n° 31, de novembro de 1972. Embora a ideia de um “tio do Cascão que enlouqueceu” tenha perdido o sentido atualmente para o personagem, a sua “origem” é sempre interessante de ser preservada.
Em A Força da Mente, também dos anos 70, temos uma das especialidades do Mauricio: a de brincar com os quadrinhos, com a força da mente da Mônica flutuando em desenhos que fazem a imaginação voar mais longe. Mudanças e Costumes também traz algo com o “Toque Mauricio”: o de conversar com o leitor sobre temas que fazem parte do nosso dia a dia. Neste caso, os costumes de 1889, ano da Proclamação da nossa República, e as ideias mais atuais, como a forma como as crianças eram lidadas em ambas as épocas, com um detalhe interessante: o vestido vermelho “século XIX” da Mônica.
A Ilha Misteriosa é uma história que eu lembro dela em um Almanacão numa viagem de férias qualquer dos anos 90. Trata-se daquelas aventuras que misturam o contexto natural das coisas com a imaginação das crianças, que resultam nas famosas situações inusitadas dessas histórias, incluindo uma referência à Lagoa Azul (ou melhor, Canoa Azul, por aqui. Eu adoro as adaptações da Turma da Mônica). Amor Pestinha diverte por ser daquelas histórias que trazem um elemento inesperado, mas que termina de uma forma bem diferente da esperada. O famoso “plot twist”.
Mônica, a Sereia brinca um pouco com as famosas histórias de sereia, mas com as famosas confusões que só essa turma sabe fazer. Presente de Grego se inspira na famosa história do Cavalo de Tróia, mas como um Plano Infalível do Cebolinha. A deusa da força também se inspira na antiga Grécia, mas desta vez, nas mitologias. Mônica Adormecida recria a história da Bela Adormecida, mas do jeito Mônica de se contar histórias. Hora de dormir! mas com o Monicão, não! é a história no qual o Monicão, o cachorro da nossa amiga de vestido, brilha fazendo o que sabe muito bem: ser um cachorro.
Vendo Coisas é uma história curtinha onde a Mônica começa sendo trollada e termina com coalhada. Por fim, Monicão Brinquedão termina esta viagem com outra história de bagunça com o cachorro da Mônica. Tudo termina com um guia rico de curiosidades, com fotos antigas e informações sobre a personagem.
Como você viu, esta viagem serviu para nos mostrar a versatilidade da obra de Mauricio de Sousa. Desde histórias simples do cotidiano das crianças, passando por inspirações de literatura e mitologias, e indo até verdadeiras aventuras, estas histórias só provam que a Mônica chegou aos 60 anos como chegou por causa de ótimas histórias e uma capacidade única de Mauricio de Sousa e sua equipe. Por se contextualizar através dos anos, se permitir pensar como uma criança, e transformar tudo em ouro. Ouro este transformado em grandes histórias, atemporais, que marcam época e seguem um legado que irá durar muitos anos mais.