Mortal Kombat celebra 19 anos! Relembre o clássico primeiro game!
Hoje uma das maiores franquias da história dos videogames completa 19 anos de vida! No dia 8 de outubro de 1992, chegava aos arcades Mortal Kombat, game que deu o pontapé inicial para um dos games de luta mais brutais e controversos de todos os tempos! Relembre com a gente o primeiro game desta série “klássica”! Toasty!
Criado pela Midway, o primeiro contato de muitos jogadores com Mortal Kombat foi literalmente chocante. A pancadaria já não era novidade para ninguém (visto que Street Fighter já existia há alguns anos), mas um game com gráficos fotorrealistas e tamanha brutalidade era algo totalmente inédito.
Passado o choque, Mortal Kombat se tornava uma obsessão para gamers de todas as idades: todos queriam experimentar aquele jogo onde um “ninja azul” e um “ninja amarelo” arrancavam cabeças ou jogavam adversários em poços de espinhos.
Curiosamente, o primeiro Mortal Kombat começou como um game em homenagem ao ator Jean Claude Van-Damme! Na época, o quarteto Ed Boon, John Tobias (que posteriormente seriam homenageados no nome do personagem Noob Saibot) John Vogel e Dan Forden (que apareceu posteriormente em quase todos os games da série com seu clássico bordão “Toasty!”) planejava um game de luta que digitalizasse os movimentos do ator.
Por algum motivo que não é muito bem explicado, as coisas acabaram dando errado para o jogo do Van-Damme, mas a Midway já havia empenhado tempo (e dinheiro) para a criação de um moderno sistema de captura de movimentos. Partindo deste princípio, os idealizadores resolveram manter o foco nas artes marciais, e chamaram experts em diferentes tipos de luta para servirem de modelos aos movimentos dos lutadores.
Entre os possíveis nomes do novo game, foram deixadas de lado ideias como “Kumite“, “Dragon Attack“, “Death Blow“, e até mesmo “Fatality“. Na sequência decidiram que o nome deveria conter a palavra “Combat” para evidenciar a luta. Por brincadeira, alguém alterou a grafia da palavra para “Kombat” e o que era uma piada inerna dos produtores acabou se tornando o título oficial do game!
O primeiro game da série contava com apenas 10 personagens, sendo que dois eram chefes (Shang Tsung e Goro) e um era secreto (o ninja Reptile). Na tela de seleção de personagens, o jogador contava apenas com Johnny Cage, Kano, Sub-Zero, Sonya, Raiden, Liu Kang e Scorpion. Nem precisamos dizer que todos estes personagens são ícones do mundo dos games até hoje, não é?
A história do game – que era bem básica na época – colocava os lutadores em um torneio de vida ou morte para desbancar o feiticeiro Shang Tsung e seu guardião, Goro, que planejavam dominar o reino terrestre (Earthrealm) por meio da competição.
Como todos nós bem sabemos, Liu Kang foi quem conseguiu acabar com a panca de Shang Tsung, tornando-se o primeiro campeão do reino terrestre. Isso deu início à toda a enrolada (e muitas vezes contraditória) cronologia da série, que envolve personagens de diversas dimensões, traições, reviravoltas e, claro, muito sangue.
Quem se aventurar pelo modo Story do mais recente game da série pode acompanhar uma versão “moderna” da história, que consegue introduzir alguns personagens e amarrar algumas pontas soltas de maneira satisfatória.
O grande diferencial de Mortal Kombat – e que acabou se tornando a marca registrada da série – foram os fatalities, macabros movimentos de finalização que acabavam com a vida do oponente de maneira deveras sangrentas. Para os moleques do início da década de 90 (época onde games e filmes eram bem mais “inocentes”) ver o Kano arrancando o coração palpitante de um inimigo, ou o Sub-Zero arrancando uma cabeça – com a coluna vetebral junto! – era a coisa mais legal do mundo!
Foi também Mortal Kombat que fortaleceu a presença de personagens secretos e easter-eggs nos jogos de luta, elementos presentes em todos os games posteriores. Jogadores acotovelavam-se nas máquinas de fliperama na esperança de encontrar (e derrotar) o misterioso ninja verde que só aparecia no poço de espinhos da fase The Pit, mediante condições especiais.
Para encontrar Reptile (que ainda nem se chamava Reptile na época e tinha os poderes de Scorpion e Sub-Zero) o jogador deveria ganhar os dois rounds na fase The Pit sem tomar nenhum dano (o famoso flawless victory) e sem usar a defesa nenhuma vez. Por fim, deveria dar cabo de seu oponente com um fatality.
Outra coisa interessante era o Error Macro: em uma das primeiras versões do game para arcade, um bug na máquina trocava as cores de Scorpion ou Sub-Zero para vermelho, deixando as vezes o nome Ermac (abreviatura de Error Macro) na tela.
Todo mundo achava que havia descoberto um personagem secreto, mas na verdade era apenas o mesmo ninja de sempre (Scorpion ou Sub-Zero) com uma roupa bugada. Como não são bobos nem nada, Ed Boon e John Tobias se aproveitaram do mito e introduziram oficialmente um ninja chamado Ermac em Ultimate Mortal Kombat 3.
Qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento da franquia sabe que a série passou por altos e baixos. Games como Deadly Alliance, Deception e especialmente Mortal Kombat Vs. DC Universe mancharam a imagem da série, zoaram toda sua mitologia e foram massacrados por público e crítica.
Quanto todos achavam que tudo estava perdido, eis que a Warner Games adquire os direitos da franquia e auxiliada pelo NetherRealm Studios (estúdio formado por Ed Boon e diversos outros funcionários da falida Midway) nos brinda com o épico Mortal Kombat 9 (na verdade o nome do jogo é apenas Mortal Kombat, o “9” foi uma convenção adotada para não confundir), lançado no início do ano. O game foi o merecido renascimento de que a série necessitava há tempos… Mas isso já é uma outra história.
O que importa é que, independente dos diversos games questionáveis que foram feitos posteriormente, foi o primeiro Mortal Kombat que iniciou esta franquia sangrenta que já nos deu muitas alegrias! Parabéns Mortal Kombat! E que o NetherRealm Studios não perca mais a mão da série, e continue lançando games que honrem o nome e a mitologia deste grande título!
Outstanding!
