Nacon se defende da acusação de “Piratear” The Sinking City, alegando ser seu direito
E mais um capítulo da briga entre a Frogwares e a Nacon se desdobra. Há dois dias, a Frogwares, desenvolvedora de The Sinking City, acusou a Nacon, empresa com os direitos de distribuição do game na Steam, de piratear o game para vendê-lo na loja da Valve.
Caso você não esteja acompanhando o caso, aqui vai um breve resumo da briga: Em 2020, a Frogwares acusou a Nacon de não pagar os royalties pelas vendas do game, chegando a dever um valor superior a 1 milhão de euros para a produtora. Com isso, a Frogwares removeu seu game das lojas e foi para a justiça tentar terminar seu contrato com a Nacon.
A justiça francesa (país em que a Nacon é sediada), tomou uma medida provisória a favor da distribuidora, dizendo que as tentativas da Frogwares de encerrar o contrato eram “manifestamente ilegais”. Assim, a justiça francesa obrigou a Frogwares a manter o contrato até seu término ou até um acordo entre as duas partes ser firmado. Além de decidir que o game deveria voltar a ser vendido.
Com isso, The Sinking City voltou a ser vendido na Steam no início de 2021. Porém, a Frogwares acusou a Nacon de ter relançado uma versão pirateada do game na Steam, publicando um enorme texto e um vídeo mostrando como a Nacon craqueou e modificou arquivos do game. Com isso, a produtora conseguiu mais uma vez ordenar a remoção do game das lojas.
E agora, a Nacon se manifestou sobre as acusações de ter pirateado The Sinking City, alegando “estar no seu direito” poder modificar e relançar o game. Em um comunicado em seu site, a distribuidora comenta que, ao contrário do que a Frogwares alega, a Nacon pagou todos os royalties das vendas do game na Steam. Alegando assim que a acusação original da Frogwares é mentira.
O texto segue com a Nacon declarando ter pago a quantia de 8,9 milhões de euros em royalties, totalizando mais de 10 milhões de euros em investimentos totais na produtora, contando os custos de marketing. O texto ainda menciona as tentativas da Frogwares em alegar não ter recebido esse dinheiro e que a justiça francesa já tomou medias preventivas em favor da Nacon, referente ao término do contrato.
E então, o texto menciona diretamente a alegação de que a distribuidora pirateou o game. O texto diz( tradução livre):
Estando de acordo com a decisão da corte, a NACON vem tentando repetida e infrutiferamente pedir para que a FROGWARES torne o game disponível na STEAM, o que em caso de falha aplicaria uma cláusula do contrato em que, nesse caso, o game seria adaptado por terceiros. A FROGWARES então tentou, sem o conhecimento da NACON e violando nossos direitos, tornar o game disponível na STEAM sem mencionar a NACON em sua capacidade como distribuidora. Isso é então, prova clara de que nenhuma impossibilidade técnica impede que o game seja recolocado na STEAM.
Esse trecho diz que, caso a Frogwares não cumpra com sua parte do acordo em permitir que a Nacon publique o game na Steam, a Nacon tem o direito de ordenar que outra produtora possa “adaptar” o game para relançá-lo. Essa é uma cláusula muito estranha e fora as duas empresas, ninguém tem acesso a esse contrato para ver o que ele realmente diz. Mas esse trecho soa muito com a Nacon dizendo que “temos o direito de fazer o que bem entendermos com o game cujos direitos de IP pertencem à Frogwares“.
O texto segue dizendo que a Nacon tomará ação legal contra a Frogwares pelas acusações feitas, reiterando que a Nacon está trabalhando em permitir que os jogadores tenham acesso ao game na Steam e que vai pagar todos os royalties de seu relançamento para a Frogwares.
Com tudo isso, a situação entre as duas empresas se complica ainda mais. Nós aqui fora não sabemos quais são os termos do contrato nem se os royalties foram ou não pagos. Em relação a “pirataria” de The Sinking City, a Nacon parece confirmar que de fato pirateou o game, mas que o fez pois o contrato a permitia.
A Frogwares entrará na justiça contra a Nacon por quebra de direitos autorais (além de toda a disputa que já está rolando). E a Nacon entrará na justiça contra a Frogwares por conta das acusações que sofreu da produtora.
A única certeza que sabemos é que essa história está muito longe de acabar e parece que ainda não atingiu seu ponto mais crítico ainda. Vamos continuar acompanhando essa história até seu desfecho.
(Via: PC Gamer)