O Nintendo Switch corre por fora nas duas tendências dos games: streaming e VR
Enquanto o Google Stadia roubou os holofotes do videogame por streaming, e a Realidade Virtual vem com HTC, Playstation e Oculus buscando atualizar e emplacar de vez a tecnologia, uma empresa, em Quioto, vem, ao seu modo, correndo por fora, em ambas as situações. É claro que estou falando da Big N.
O Nintendo Switch, pelo menos no Japão, conta com um interessante recurso de games via streaming. E os motivos são os mais simples. Trata-se de uma plataforma extremamente popular, de fácil acesso, e que conta com acessibilidade de console. Assim, não é preciso nenhuma adaptação em telas de smartphones. Nem a compra de controles novos para se jogar na TV. Basta ativar o game no híbrido, e começar a jogatina.
No Japão, streaming no Switch já é realidade
Em um país com Internet de ponta, e boa manutenção de um serviço deste porte, o Switch vai assim, suprindo sua carência de games AAA. O portátil até recebe alguma coisa, como Wolfenstein 2, ou o Mortal Kombat 11 que está quase aí. Mas é fato que estas versões vem com várias limitações em relação aos outros consoles, como o Playstation 4 e o Xbox One.
Resident Evil 7 foi o primeiro game, e Assassin’s Creed Odyssey chegou na eShop japonesa no mesmo dia do lançamento em mídia física no país. É claro que tal serviço ainda não é amplamente divulgado fora do arquipélago japonês, assim como outros serviços que a Nintendo lançou exclusivamente no país. Foi assim com o Satellaview, serviço por satélite para o Super Famicom que trazia, entre outras coisas, games exclusivos, e remakes de games de NES. Ou mesmo uma conexão online para o Famicom, através de um adaptador especial.
O modelo de negócios é específico ao público japonês, e além de restrito, é limitado. O game não é comprado, sendo liberado apenas uma licença para alguns dias (seria este o modelo do Stadia?). Mas há outra tecnologia, a qual a Nintendo levou para outros países: a Realidade Virtual.
O futuro da Realidade Virtual é de papelão?
Começando apenas com o Labo VR, e continuando com o anúncio da compatibilidade com Super Mario Odyssey e Legend of Zelda: Breath of the Wild, será que “agora vai”? No que diz respeito às experiências desastrosas da Big N no ramo em 95, com o Virtual Boy. Agora, o produto é bem mais barato, e se aproveita de um sistema já popular, ao invés de chegarem com algo revolucionário.
Mas o que estas duas tecnologias tem para nos dizer, sendo utilizadas pelo lado Nintendo da Força? O mais claro: é que a Big N está, a seu modo, correndo por fora com todas estas novidades. Todos sabemos bem do conservadorismo da Casa do Mario quanto a seus negócios. Mas não há como negar que, pelo menos no Japão, a empresa sempre lança complementos que deixam a experiência com seus produtos ainda melhor.
Com a diminuição das barreiras tecnológicas entre o Japão e outros locais, o streaming do Switch, se planejado e bem executado, pode sim ser um bom concorrente em relação ao Stadia, o xCloud, e quem mais se aventurar no streaming de games. Lembrando também que a Nintendo nem precisa, necessariamente, trazer seu serviço ao ocidente.
A sua boa relação com a Microsoft poderia garantir o xCloud em seu console. E levar Halo, Forza e cia para a tela de seu híbrido. Quem diria, hein? Algo assim, não é mais tão impensável, como seria há alguns anos atrás.
Mas, quanto a Realidade Virtual, fica a pergunta. Será que a Nintendo vai “ensinar” a todos como fazer a tecnologia ficar de fato, divertida, e acessível? Quanto a seu funcionamento só teremos certeza, de fato, após os gamers testarem bem o Labo com os games disponíveis. Mas, de cara, a iniciativa da Nintendo acerta em dois pilares.
A de ligar o produto com games que dão vontade de se jogar em VR, ao contrário dos muitos jogos que mais parecem experimentais. E a de oferecer um produto acessível, de baixo custo. Que faça o consumidor em geral se sentir convidado a comprar. E não só utilizá-lo em shoppings ou eventos.
É a Nintendo se adaptando ao futuro, ao seu modo
Mas é isso: enquanto falamos muito de vários bons projetos por aí, a Nintendo segue ali, do jeito dela. Quietinha, com seus Marios, Zeldas, Pokémons e Nintendo Directs. E, assim, trazendo streaming e Realidade Virtual para seu Switch. Porém, será que a Big N tem planos maiores quanto aos games por streaming?
O Switch poderia ser uma plataforma ideal para esta novidade do mundo dos games? E a Realidade Virtual? Será que o dispositivo mais barato conseguirá chegar com tudo em um cenário cheio de headsets futuristas e de alta tecnologia? É mais um capítulo da rica história dos games, que iremos acompanhar para saber.