Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

18 de abril de 2015

Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

Já imaginou o que acontece depois que os detetives saem de uma cena do crime? Afinal, alguém precisa limpar a sangrenta consequência de um assassinato que ocorreu naquele recinto. E este jogo indie explora esta vertente com interessantes mecânicas e uma sombria história.

Uma profissão necessária em uma cena do crime é crime-scene cleaner, conhecido como a pessoa que entra no recinto que ocorreu a morte – seja assassinato, suicídio ou qualquer tipo de ação relacionada a morte – e limpar aquele lugar da melhor forma possível para que volte ao seu estado inicial de um ambiente puro que qualquer um possa entrar sem perceber que alguém, de fato, morreu ali.

No mundo do entretenimento esta profissão foi minimamente abordada em séries de TV, filmes e até jogos – como uma forma de comédia com o jogo Viscera Cleanup Detail, o episódio da série Dr. House em que o House trata um paciente trabalha com isto, ou com o filme Evidências de um Crime, com Samuel L. Jackson interpretando o ex-policial que se torna um cleaner  -, além do fato que obras envolvendo misteriosos assassinatos sempre mantém o foco no detetive que resolve aquele caso ou no assassino responsável pela situação, e subsequentemente esquecendo do ultimo passo de um processo vil e asqueroso, que é a limpeza literal daquele lugar.

Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

E assim temos Do Not Cross, um jogo que está sendo produzido por três pessoas com o intuito de acompanhar o dia a dia de um cleaner, e assim abordar o tema de uma forma que ninguém jamais fez.

Do Not Cross apresenta este misterioso protagonista e seu repulsivo trabalho. Escovar manchas de sangue do banheiro até que desapareça, utilizar Luminol para encontrar manchas invisíveis ao olho nu, remover os pequenos pedaços de cérebro encalacrados no canto da parede, e tirar aquele aroma pungente de vísceras do ambiente em que uma vítima foi esfaqueada. Todas essas são algumas das possíveis tarefas que ele precisa fazer em seu trabalho e, por extensão, é o que você também fará.

Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

O ato de limpar se torna mais detalhado e profundo por causa dos diferentes minigames que giram em torno de cada tarefa, Do Not Cross não te coloca no caminho mais simples onde você clica no botão “Limpar” e vê toda a parte desagradável desaparecendo diante seus olhos, por aqui você terá que se abaixar e escovar o chão até que ele fique limpo e perca o fedor de ferro emanado no sangue seco que se mantém no ambiente.

Enquanto a limpeza é um ato obrigatório, Do Not Cross subverte a maneira de contar uma história e a deixa quase totalmente opcional. Durante a limpeza você terá a chance de conseguir evidências e pistas sobre o que aconteceu naquela cena do crime, itens que a policia não encontrou, profundas histórias sobre a decadência e a eventual conclusão destas vítimas e até, quem sabe, encontrar o criminoso responsável pelo assassinato.

Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

Mas o que faz Do Not Cross ser um jogo tão interessante é pelo protagonista e a forma em que ele lida com este trabalho, distanciando cada vez mais do que a sociedade considera ser normal e se encontrando fascinado com o que tem em suas mãos, e consequentemente, perdendo o bom senso e a humanidade por trabalhar neste soturno ambiente.

Do Not Cross se mantém em seus estágios iniciais de desenvolvimento, mas tem tudo para ser um dos grandes jogos independentes graças a sua temática, direção artística e trama, que promete aprofundar na psique humana e encontrar os pensamentos mais sombrios em torno de uma história repleta de mistério e exemplos obscuros sobre o que é certo e errado em nossa sociedade quando temos alguém que possui um trabalho como este em voga.

Do Not Cross: Interessante indie mostra o trabalho de limpar cenas de crime

Você pode acompanhar o desenvolvimento de Do Not Cross no fórum TIGSource.

(Via: Kill Screen)

Henrique Gonçalves

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