O Final Fight 3 de NES não-oficial é realmente bom demais!
Eu nunca tive muito acesso ao NES quando criança. Em casa, meus primeiros videogames foram um Atari 2600 e depois um Master System. E nas locadoras, como era uma criança dos anos 90, já tinha acesso ao Mega Drive e Super Nintendo, e até a novidades na época, como o 3DO ou o Saturn.
Cheguei sim a jogar o famoso Nintendinho, mas na casa de primos, sem muito conhecimento de sua biblioteca. Nem Mario jogava, para se ter ideia. Fui ter meu NES, um brasileiro, da Playtronic, só depois de adulto. Cheguei a ter dois, mas vendi e hoje meu acesso a este console está apenas em emulação, enquanto procuro um NES, seja original ou clone, pra comprar.
Disse tudo isso pra deixar claro que não explorei a biblioteca do NES como se deveria, e isso inclui os famosos jogos não-oficiais. Aqueles games que, nos anos 90, iludiam muita criança, fazendo elas pensarem que realmente existia um Street Fighter II, um The King of Fighters ou mesmo um Sonic (aquele famoso Somari), para o sistema.
A maioria desses jogos, como não poderia ser diferente, tinham inúmeros bugs, gameplay tosco e parte sonora sofrível. Mas no meio de tanta tragédia “não-oficial”, existem sim verdadeiras jóias para o sistema, como o Final Fight 3, jogo que só saiu para o Super Nintendo, obviamente não possui uma versão oficial para o NES, mas que ganhou um port através de desenvolvedores “alternativos”.
O game se inspirou em um jogo que, embora não era dos melhores, ao menos era competente em sua proposta e, visualmente falando, era muito bonito. No NES o game oferecia o controle dos quatro personagens originas: Haggar, Guy, Dean e Lucia. Foi feita pela “Hummer Team”, chegando em 1998, ou seja, três anos depois o seu lançamento original.
Eram dias os quais o PS1 e o Nintendo 64 já estavam no seu auge, enquanto o Dreamcast estava nascendo. Mas o NES seguia como opção mais barata, seja de forma oficial (o suporte no Japão terminou apenas em 2003), ou na forma de clones, sejam os Dynavisions da época, ou os modelos vindos da China.
O interessante aqui é que o game não é nenhum hack com personagens trocados. É realmente um port, com inimigos, cenários, chefes e fases inspirados no jogo original. As consequências óbvias são menos inimigos na tela, um gameplay mais simples e visuais mais simples. Outra coisa que impressiona aqui é que, embora seja um game não-oficial, ele se mostra muito mais caprichado do que outros jogos do gênero, que contam com controles duros, e muitos bugs.
Sim, aqui também tem algumas falhas, incluindo pequenos erros de digitação (que jogos oficiais também tinham), mas no geral, este jogo consegue enganar muito bem, fazendo-se parecer com um legítimo game de NES. Tudo funciona de forma adequada, sendo apenas um pouco mais fácil do que o jogo original, mas nada que atrapalhe a diversão.
O NES serviu, por mais tempo do que foi programado, como plataforma de diversão para muita gente. Ainda hoje o console é jogado, mas no passado, era fundamental, em dias de consoles caros (sempre foi assim!), pois permitia que o acesso a um videogame fosse real. E, com projetos como estes, ainda mais um port não-oficial de tanta qualidade, trouxe ainda mais qualidade a uma biblioteca que já era rica por si só.