O que a Indy 500, Chuck Norris e os Vingadores tem em comum?
A maior corrida do mundo. O maior brutamontes do planeta. E os maiores heróis da Terra. Apesar da grandiosidade, estes três elementos são bem distintos uns dos outros. Apesar de, vez ou outra, interagirem. Chris Hemsworth, o Thor, já deu bandeira verde em uma Indy 500, por exemplo. Foi em 2018.
Mas sim, Indy 500, Chuck Norris e os Vingadores tem algo bem em comum. E esta coisa “em comum” se chama Alan Silvestri. Vamos, então, ver de que maneira o conhecido compositor tem a ver com a corrida mais importante do mundo, o homem “dos mil fatos” e os super-heróis mais famosos do momento.
Alan Silvestri, um “Vingador”
Alan Silvestri é um dos maiores compositores do cinema. Ele já recebeu nomeações do Oscar, com filmes como Forrest Gump, e O Expresso Solar, além de ganhar Grammys. Ele participou da trilogia De Volta para o Futuro, Quem Matou Roger Rabbit?, O Náufrago, entre outros.
E, entre tantos filmes, atualmente seu nome é fortemente relacionado aos Vingadores. É por uma razão muito simples: seu trabalho na trilha sonora dos filmes. Começou, em 2011, com Capitão América, e em seguida, foi o escolhido pelas trilhas sonoras dos Vingadores, no filme original, e em Guerra Infinita e Ultimato.
Mas, em mais de cinquenta anos de carreira, Silvestri tem muito mais do que os Avengers em seu currículo. São clássicos do cinema em todos os tipos, o que inclui o filme de um certo Chuck Norris…
O Comando Delta
Sim, Chuck Norris teve uma música de Silvestri em seus filmes. E muito emblemática, para os fãs de ação. É dele a música tema de Comando Delta (ou, The Delta Force), um filme típico do icônico ator: baseado em fatos reais, Norris é o major que recebe a ordem do Presidente dos EUA para salvar reféns de um avião sequestrado em Beirute, no Líbano.
O filme tem tudo aquilo que um fã do gênero, e do ator, espera: cenas impossíveis. Como não lembrar da inesquecível cena em que ele entra em um avião pronto pra decolar, em cima de uma moto, após soltar mísseis que acabaram com terroristas nesta mesma moto?
Pois bem, a obra foi de Silvestri. E esta música, que tocou em vários momentos no filme, fez a cabeça de muita gente, inclusive de um executivo de TV, que transmitia uma certa corrida…
A maior corrida da terra
O que nos faz chegar em 1988. E na Indy 500. Alguém do canal ABC Sports, que transmitia a corrida nos EUA, deve ter curtido o Comando Delta, que apesar de cult, não foi lá um sucesso de bilheteria em sua época. De qualquer forma, essa pessoa colocou a música tema do filme em alguns segundos dos eventos qualificatórias da corrida, e foi a “música tema” de Rick Mears, em matéria que mostrava a sua busca pela terceira vitória, naquela ocasião. E a música deu sorte, pois foi ele quem venceu a prova.
Os diretores da emissora, Don Ohlmeyer e Paul Page gostaram tanto da música, que “promoveram” ela para “música tema” da Indy 500 em todos os anos dali pra frente. A música, extraída de uma gravação de fita cassete da trilha sonora que foi comprada em Indianápolis, se tornou na música “oficial” da corrida.
Page recordou sobre a história, para a ESPN: “Don cortava o vídeo com a música todos os anos, depois o passava para mim. Assisti várias vezes e depois escrevi a cópia. Não havia preconceito. Tudo foi feito no caminhão em uma fita. Normalmente demorava dois dias para editar, e eu levei um dia para produzí-la.”
Em 1989, a música se tornou, pela primeira vez, a “oficial”. E trouxe sorte para nós, brasileiros. Pois foi naquele ano, que Emerson Fittipaldi seria o primeiro brasileiro a vencer uma Indy 500, em um final digno de cinema:
BATEU AL UNSER! O BRASIL VAI GANHAR! O BRASIL GANHOU!!!
Assim, até 2001, a música foi tocando, edição após edição, nos vídeos de abertura da corrida. Na sua última aparição, fizeram uma apresentação bem legal, com os campeões da corrida até aquela ocasião. Novamente, sorte para os brasileiros, pois foi nesse ano que Hélio Castroneves ganhou sua primeira Indy 500, e escalou o alambrado, fazendo jus ao seu apelido de Homem-Aranha:
A música foi tão marcante, que muitos fãs de corrida associam ela mais à corrida, do que ao filme para a qual a música foi composta. E, até hoje, pegam a canção e a colocam no lugar da abertura oficial. E é mais um capítulo interessante na história de um ótimo compositor, que antes de fazer história com heróis bem famosos, já havia marcado, de maneira indireta, a vida de muitos fãs de velocidade.