O Virtual Boy continua vivo, através dos esforços de uma comunidade de entusiastas
Como você bem sabe, o Virtual Boy é um fiasco tão grande para a Nintendo, que a sua fábrica de criar dor de cabeça nas pessoas simplesmente sumiu do mercado com menos de um ano de vida, além de jamais ter chegado a mercados relevantes de sua época, lá no ano de 1995, como a Europa.
O “headset” vermelho da Nintendo, criado pelo lendário Gunpei Yokoi, o mesmo do Game Boy, apesar de tudo, tem os seus entusiastas. Entre eles, uma comunidade de desenvolvedores e engenheiros que insistem em manter o console vivo, quase três décadas após a sua rápida e marcante (pelos motivos errados) jornada.
Esta comunidade trabalha com hardware que tenta melhorar a experiência do game, e jogos novos para o sistema, que contam até com cópias físicas disponíveis. É normal um sistema, seja ele qual for, ter mesmo sua comunidade de entusiastas. O Mega Drive, por exemplo, tem recebido mais novidades do que nunca, e o ZX Spectrum, computador muito popular na Europa, também segue recebendo novidades através de seus fãs.
“Todo mundo sempre aponta para o Virtual Boy não ser tão bem-sucedido quanto a Nintendo queria e eles basicamente querem esquecer que o sistema já existiu”, disse o engenheiro Kevin Mellott, em entrevista para a Nintendo Life. Kevin tem uma fabricante de hardware para games antigos chamada RetroOnyx, e vende desde adaptadores de energia para o Virtual Boy, até placas de circuito impressos reprogramáveis.
Kevin também ajudou a financiar um novo game para o Virtual Boy, o Virtual WarZone, um jogo de tanques que foi desenvolvido usando os recursos atuais para o console. Na entrevista, ele compartilhou sobre como começou a criar hardware de jogos retrô para o Virtual Boy, anos após a retirada do dispositivo das prateleiras.
Ele sempre quis ter um Virtual Boy quando criança, mas não pôde comprá-lo na época. Anos depois, quando estava na escola de tecnologia, finalmente conseguiu um Virtual Boy e começou a se interessar pela comunidade online que se formou em torno dele.
O Virtual Boy, apesar de sua reputação, o cativou quando ele experimentou pela primeira vez em uma loja. Kevin desenvolveu uma paixão pelo console e, ao longo do tempo, essa paixão o levou a se juntar à comunidade online e contribuir com o desenvolvimento de hardware e jogos caseiros.
Ele é conhecido pelo desenvolvimento de flashcarts compatíveis com o videogame, como o HyperFlash32 e o HyperBoy, que permitem aos jogadores jogar jogos recém-desenvolvidos no hardware original do Virtual Boy.
Kevin planeja continuar apoiando projetos de desenvolvedores da comunidade Virtual Boy no futuro e está trabalhando em um novo produto chamado MultiBoy, um flashcart que permitirá aos jogadores selecionar e jogar vários jogos em um único cartucho, com uma seleção de jogos na tela. Ele também está explorando a possibilidade de adicionar componentes de aceleração de hardware ao MultiBoy.
No geral, Kevin está profundamente envolvido na cena caseira do Virtual Boy e continua a contribuir para a comunidade com seu entusiasmo pelo console e sua capacidade de desenvolver hardware e jogos que expandem as possibilidades desse sistema único.
Se você quiser ver a entrevista completa, é só ir lá na Nintendo Life e conferir, lembrando que a entrevista está em inglês.