Para o CEO da Take-Two, jogos em nuvem ainda são um “grande desafio”
Strauss Zelnick, o CEO da Take-Two, corporação responsável pela Rockstar, 2K e outros estúdios, comentou com investidores (compartilhado pela IGN) sobre as novas tecnologias e o seus impactos na indústria de videogames. Zelnick falou sobre inteligência artificial, a “queridinha do momento” ChatGPT, e games em nuvem.
Para ele, nada disso terá grande impacto, ao menos hoje, na indústria de games.
“A crença entre colegas estudantes é que o ChatGPT está agora permitindo criar um formulário e enviar o seu trabalho de casa. O problema é que se a questão for ‘Descreve o que realmente aconteceu na noite da viagem de Paul Revere’ e todos tiverem a mesma questão, o que acontece numa turma, e todos usarem a ChatGPT, todos vão acabar tendo a mesma resposta”, disse.
Para ele, o ChatGPT é como “uma calculadora”, que agora é banal, mas que no passado foi de grande ajuda. Ainda fazendo paralelo com a calculadora, ele disse que embora existisse o temor no passado, com a calculadora “tirando das crianças a necessidade de aprender matemática”, na verdade a ferramenta se transformou em um item de ajuda, algo que ele acredita que também acontecerá com o ChatGPT, em um futuro próximo.
Na visão de Strauss, esta era de “novas ferramentas empolgantes” vai permitir que games sejam desenvolvidos com maior eficiência. Mas que isso significará maior espaço para a criatividade, e não a criação “automática” de um “rival para o GTA“.
Ele ainda disse sobre os jogos na nuvem, avaliando que, no momento, o recurso ainda não “tem a capacidade de mudar radicalmente a indústria”. Strauss argumenta que quem está disposto a pagar o “preço cheio” em um game já sabe que terá de comprar um console, usando o Stadia de exemplo sobre os grandes desafios de levar games AAA para quem ainda não tem um console.
Atualmente, o que tem dado certo neste segmento são os jogos por nuvem via assinatura. Xbox Cloud Gaming e o GeForce NOW da Nvidia são bons exemplos, pois garantem acesso a games variados, em um sistema semelhante ao da Netflix.
Porém a iniciativa do Google, que consistia em um “console virtual”, onde jogadores compravam grandes lançamentos a preço cheio, aproveitando-os nos locais compatíveis, não deu certo, e o Stadia já foi encerrado, com as companhias tendo que lidar com isso, oferecendo games e saves a seus jogadores, para não perderem o investimento com jogos que “evaporaram” de um dia para o outro.