Parece que foi ontem, mas Call of Duty vai completar duas décadas de história em 2023

27 de janeiro de 2023
Parece que foi ontem, mas Call of Duty vai completar duas décadas de história em 2023

Em 2003, os FPSs de console já estavam em franca evolução, graças a geração de PlayStation 2, Xbox e GameCube. Medal of Honor, que havia nascido na geração anterior, deixava a exploração solitária para trazer combates com batalhões, recriando até o famoso Dia D em Allied Assault. E a Activision também viu uma oportunidade neste segmento, fazendo sua investida.

Junto com a Infinity Ward, que revolucionaria o mundo dos games quatro anos depois com Modern Warfare, a companhia trouxe em 29 de outubro de 2003, para consoles e PC da época, o primeiro Call of Duty, que ficou quatro anos em desenvolvimento, e assim como o seu “rival” da época, também trazia a Segunda Guerra Mundial como cenário.

Mas, apesar de ter o mesmo cenário, a ideia da Infinity Ward era outra. Em 2003 ela já trazia ideias que seriam melhoradas com o passar dos jogos, como uma guerra em maior escala, e também em introduzir vários pontos de vista, permitindo o jogador jogar com três soldados: um dos EUA, um do Reino Unido e outro da União Soviética.

O personagem dos EUA é o soldado Martin, um dos paraquedistas que invadiram a França nos evnentos do Dia D. O soldado consegue ajudar na invasão aliada, e faz várias missões neste contexto, tanto na invasão, quanto para repelir os contra-ataques alemães. Ele também chega à Baviera, na Alemanha, para algumas missões secretas, e termina seu serviço no game na Batalha do Bulge, histórica contraofensiva violenta por parte dos alemães na Bélgica, que foi reprimida com o dobro de fúria, com Martin lutando junto com os famosos Screaming Eagles, da 101ª Divisão Aerotransportada.

Vale muito a pena lembrar que Martin serviu na mesma 506ª Paraquedista de Band of Brothers. Inclusive, a fase de treinamento acontece no mesmo Campo Toccoa onde os soldados do seriado da HBO treinam no primeiro episódio. “Gory, gory, what a hell of way to die…”

Jack Evans, por sua vez, mostra o ponto de vista britânico, através da 2nd Ox and Bucks da 6ª Divisão Aerotransportada. Ele é subordinado ao Capitão Price (sim, Capitão Price), e também atua na invasão da Normandia, via paraquedistas. Depois, é transferido para o SAS (o mesmo SAS de Modern Warfare que é comandada pelo… Capitão Price), onde participa da Operação Chastise, uma das mais ousadas da II Guerra, onde os britânicos foram à Alemanha destruir barragens e sabotar o esforço de guerra inimigo. O final de sua campanha acontece em Burgsteinfurt, em outro esforço aliado para seguir o esforço para Berlim.

Por fim, temos o cabo Alexei Ivanovich Voronin, um dos muitos voluntários soviéticos que participaram da brutal e dramática Batalha de Stalingrado, em 1942. O jogo mostra muito do drama vivido em uma batalha onde até cozinhas e banheiros eram disputadas a custo de muita violência. Era uma batalha a qual soldados soviéticos que recuassem eram mortos por comissários enviados para manter todos em conflito, como a segunda missão registra. Voronin vai subindo de patente durante as missões, até a chegada soviética em Berlim, onde efetuam o famoso hasteamento da bandeira soviética no Reichstag, simbolizando o fim da guerra na Europa.

Tais missões contavam com aliados controlados com inteligência artificial, algo impressionante para a época (e melhorado posteriormente), onde eles apoiam o jogador and missões, reagindo ao conflito conforme o jogo. Isso contribuiu muito para o “FPS de esquadrão”, que o próprio Call of Duty evoluiria com o passar do tempo. E, como muitos da Infinity Ward participaram do “rival” Allied Assault, de Medal of Honor, ainda tinham know-how para criar o game que queriam.

O resultado? Vários elogios da crítica e diversos prêmios. E desde então foi entregando, ano a ano, FPSs com foco em narrativa cinematográfica e multiplayer que foram evoluindo juntos, ano após ano. O primeiro CoD também chegaria ao PlayStation 3 e Xbox 360, junto com o segundo game, de 2005. Em 2006, teríamos o terceiro game, e em 2007 Modern Warfare chegava, para transformar esta franquia em uma das mais rentáveis da história dos games.

Hoje, após um “segundo” Call of Duty Modern Warfare II, que é o jogo mais atual, além do Warzone, o Battle Royale, e o CoD Mobile, a franquia é bilionária, e foi um dos fatores que fez a Microsoft ofertar US$ 70 bilhões no negócio mais comentado dos últimos tempos no mundo dos games. Mesmo a Sony, que fidelizou com sucesso uma parcela da comunidade com seus exclusivos e conta com eles para manter sua marca no “top of mind” do videogame, sabe da força de Call of Duty, sendo uma das maiores opositoras ao negócio. Pois ela teme que, no mínimo, a Microsoft privilegie o seu Xbox para uma franquia que, nestes 20 anos, vendeu impressionantes 400 milhões de cópias.

Até o momento, não se sabe qual será o próximo Call of Duty, e nem se haverá algum tipo de homenagem ao primeiro game. Mas, já que a série já lidou com remasters e reboots, não faria nenhum mal termos o primeiro jogo mais uma vez, como forma de honrar o primeiro chamado ao dever de todos.

Junior Candido

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