Playstation é processada por discriminação de gênero por ex-funcionária
O caso da Activision Blizzard e suas inúmeras denúncias de assédios e abusos sexuais, juntos da péssima forma como a situação tem sido lidada pela empresa, gerou enorme comoção na indústria de video games, com muitas pessoas enfim vindo a público denunciar abusos. E agora, a Playstation foi acusada de discriminação de gênero por uma ex-funcionária.
Essa ex-funcionária, chamada Emma Majo, trabalhava como analista de segurança de TI na Sony Interactive Entertainment até pouco tempo, quando foi demitida. Segundo o processo levantado por ela, a razão de sua demissão foi devido a discriminação de gênero, pois segundo ela, mulheres recebem pagamentos menores do que homens dentro da companhia. E quando ela denunciou isso para a Sony em uma declaração assinada, foi demitida pouco tempo depois.
A Sony registrou o motivo de sua demissão como sendo em razão de “fechamento de departamento”, mas segundo Majo, ela nunca trabalhou no departamento mencionado em seu documento de demissão. Ela denunciou o caso para a DFEH, o mesmo órgão do governo da Califórnia que está processando a Activision Blizzard. Após a denúncia, a DFEH lhe deu o direito de abrir um processo contra a Sony.
O processo, que é aberto para toda mulher que foi vítima de discriminação, denuncia várias praticas ocorridas desde 2015, em que, no momento de sua contratação, a divisão tinha um corpo de funcionários composto de cerca de 60% de homens para 40% de mulheres, e que com o passar dos anos, a contratação de homens foi muito maior que o de mulheres, sem que nenhuma assumisse postos de liderança.
Ela conta que por seis anos foi negada uma promoção, mesmo com ela pedindo por isso durante todo esse tempo. E o mesmo acontecia com qualquer mulher funcionária da empresa, que eram negadas a receberem pagamentos iguais ou compensações.
Ela ainda menciona que o diretor de segurança da companhia, Yuu Sugita, se recusava a falar com mulheres na empresa a portas fechadas, e se uma mulher e um homem estivessem conversando com ele, ele só falaria com o homem. Por conta disso, sempre que ela precisava fazer algum pedido ou exigência, pedia para que algum colega homem o fizesse por ela, por medo de ter sua solicitação rejeitada simplesmente por ser mulher.
Além disso, ela conta de vários casos em que ouviu comentários discriminatórios vindos de homens em posição de liderança e gerência na Sony.
Recentemente, Jim Ryan, o chefão da Playstation, declarou sua preocupação com a forma como a Activision Blizzard está lidando com o processo e as inúmeras acusações que vem recebendo. Phil Spencer, o chefão da Xbox e Doug Bowser, da Nintendo, também se pronunciaram contra a forma como Boby Kotick está lidando com a crise na companhia. Mas agora, com essa denúncia contra a Playstation, é esperado que mudanças ocorram dentro de seus estúdios, assim como essas mudanças se reflitam em todas as grandes companhias da indústria. Ao menos, é o que se espera.
(Via: Polygon)