Prévia Arkade – Titanfall (PC, Xbox One, Xbox 360)
A Arkade jogou o beta de Titanfall para responder: o jogo faz jus a tanto hype? Vale a pena jogar? Descubra com a gente.
O primeiro título produzido pela Respawn Entertainment (uma empresa fundada em 2010 por veteranos da indústria), Titanfall chamou a atenção desde seu anúncio na E3 do ano passado. O shooter futurista ganhou uma série de prêmios antes mesmo de ser lançado e teve uma recepção calorosa pela maior parte da crítica e da imprensa gamer, mas muita gente não comprou toda essa empolgação “exagerada”.
Então, antes de tudo, vamos tirar à limpo uma coisa: o hype.
Por que tanto hype?
Titanfall chega a nós através dos criadores de duas das maiores franquias de shooters da história, Medal of Honor e Call of Duty. Após o sucesso enorme de Call of Duty: Modern Warfare 2 e de inúmera brigas internas, eles foram demitidos da Infinity Ward e encararam uma luta judicial das brabas contra a Activision. Resolvida a treta, fundaram a Respawn e usaram sua experiência para criar um novo shooter.
O game é obra uma das equipes que mais manjam de criar jogos de tiros – e agora eles têm robôs gigantes. É óbvio que ele geraria expectativa, principalmente no público que curte este tipo de jogo. Também tem o fato dele ser um dos principais exclusivos do Xbox One, recebendo muita atenção no marketing.
Tudo isso determina o quão bom é o jogo? Claro que não. Nós curtimos games e não comerciais, então vamos manter as coisas simples: O jogo é promissor? Ele vai derreter nossos cérebros quando for lançado? Sim e não.
O game tem uma proposta legal e um jogabilidade muito divertida, principalmente para quem curte jogos de ação e multiplayer, mas definitivamente não é revolucionário e tem lá seus defeitos.
Vamos ver os porquês.
Ação desenfreada
Titanfall se passa em um futuro distante, em um setor do espaço conhecido como a Fronteira. É uma região com ar de “terra de ninguém”, onde duas facções (IMC e Milícia) travam batalhas ferozes em planetas de todos os tipos, desde colônias paradisíacas até desertos inóspitos cheios de ossadas de alienígenas.
O game não terá modo singleplayer, então a história desta guerra será contada nos próprios cenários online. Os mapas mostrarão as principais partes da saga – mais precisamente, as partes onde toneladas e toneladas de material bélico, robótico e explosivo são torradas em batalhas ferozes. Se teremos uma boa narrativa e até que ponto ela vai enriquecer a experiência, só saberemos depois do lançamento.
O que sabemos é que você assume o papel de um “piloto”, um combatente de elite que luta por uma das facções principais. Seus objetivos são os de praxe: capturar pontos estratégicos, matar todos os inimigos e assim por diante. Você é levado ao campo de batalha em aeronaves junto com os demais jogadores, com direito a contagem para aproximação e um pulo de uns vinte metros até o solo, uma forma bastante estilosa de se entrar na batalha.
Todo piloto possui um “jump-pack” que o permite pular grandes distâncias (o jogadores são imunes à dano por queda), andar pelas paredes e até executar double-jumps. Essa liberdade casou-se muito bem com o estilo do jogo, tornando os combates imprevisíveis e a movimentação dinâmica e divertida. Você não precisa ser um mestre em le parkour para se dar bem nisso: o jogo é bastante acessível. Com alguns pulos duplos você já consegue invadir prédios pelas janelas, pular nas costas de Titãs e perseguir inimigos pelos telhados.
As partidas suportam até 12 jogadores, mas contam com dezenas de bots, soldados controlados por I.A. (nada espertos, diga-se de passagem) que tornam os tiroteios ainda mais caóticos. O combate é extremamente acelerado: são raros os momentos em que você deixa a ação e consegue respirar.
A jogabilidade e o ritmo bem projetado das partidas fazem com que os jogadores pulem de uma ação à outra sem parar. Você atravessa uma janela, atira nos bots e inimigos, joga granadas para todos os lados, escapa pelo telhado quando a coisa fica preta e observa o caos por alguns segundos, apenas para perceber que um titã já está mandando bala em sua direção e você precisa se esquivar pelos becos e construções do cenário, onde mais inimigos te aguardam, uma sequência que só termina quando você sobrevive (ou não) ao divertido epílogo de cada partida.
Para os vencedores, esta etapa consiste em eliminar os adversários restantes, para os perdedores, correr por suas vidas e escapar em uma nave de fuga.
Além dos jump-packs, bots e Titãs, o restante é similar a qualquer Call of Duty que você já jogou. Você pode customizar seu equipamento, escolhendo armas principais, secundárias e armas anti-titã. Você pode equipá-las com acessórios como silenciadores ou miras especiais. E você tem habilidades especiais à disposição, como ficar invisível ou correr mais rápido por breves períodos. Aqui, ponto para a interface que é bastante rápida e bem elaborada.
Durante o beta, dois mapas foram liberados: Fracture e Angel City. Eles não chegam nem perto da sensação de escala de um Battlefield, mas são bem elaborados o suficiente para oferecer várias opções de combate, desde perseguições em telhados até duelos épicos onde titãs trocam socos e tiros em ruas e áreas mais abertas.
E falando em titãs…
Stand by for Titanfall
Os Titãs do título são mechs de oito metros de altura, blindados, ágeis e equipados com armas do tamanho de carros. Cada jogador pode chamar o seu assim que um contador termina, algo que leva entre 2 e 3 minutos após o início da partida. Quanto mais pontos o jogador faz (seja capturando objetivos, matando outros pilotos ou até mesmo bots), mais rápido ele pode chamar o seu. E esse é provavelmente o momento mais estiloso do jogo.
Após marcar no chão onde deseja que o robô seja entregue, você olha para o céu e vê uma cápsula entrando na atmosfera, em chamas, como um meteoro. Quando chega a uma certa altura, essa cápsula explode e de dentro dela cai o seu Titã, atingindo o solo com um estrondo e levantando uma nuvem de poeira. Tudo acompanhado de efeitos sonoros de impacto.
Quando você assume o controle de um Titã, você realmente se sente por cima. O som dos passos e movimentos pesados dos mechs e até a mudança de ponto de vista dá uma sensação de poder legal. E o interessante é que eles são muito fortes, mas não invencíveis. Jogar da maneira errada vai te fazer morrer assustadoramente rápido – lembre-se: há jogadores, bots e outros Titãs prontos para encher a sua fuselagem de buracos.
Eles também são muito ágeis, contando com habilidades especiais como escudos de força capazes de segurar balas e mísseis e devolvê-los na direção dos agressores ao melhor estilo Matrix. Controlá-los de dentro do cockpit é uma tarefa bastante intuitiva. Os comandos são basicamente os mesmos dos pilotos no chão, com a diferença que, ao invés de pular, eles podem usar esquivas rápidas para desviar de disparos inimigos.
Outro detalhe é a possibilidade de se descer do titã e alternar entre modos “Seguir” e “Guardar”. Sem o piloto, o titã é controlado por inteligência artificial, podendo tanto escoltar seu dono quanto cuidar de pontos estratégicos. Em inúmeras ocasiões, você vai descer do seu robô, invadir um local fechado e resolver a treta por ali, para depois voltar às ruas à bordo dele.
Some a isso a habilidade de dar socos, executar outros pilotos arrancando-os de dentro de seus Titãs, arrancar braços de outros robôs, dar caronas a outros jogadores e até auto-destruições nucleares e você tem ação de robôs gigantes de primeira.
Assim como os pilotos, o equipamentos dos titãs também podem ser customizados. Durante o beta era possível escolher apenas um Titã chamado Atlas, o mais equilibrado. Sabemos que pelo menos dois outros estarão na versão final do jogo (Ogre e Stryder).
Nem tão “next-gen” assim
O game pode ser imensamente divertido, mas no beta alguns defeitos de Titanfall ficaram bastante aparentes, a começar pelos gráficos. No geral, a composição dos cenários é muito bacana, como dissemos, mas quando reparamos nos detalhes isoladamente, alguns elementos visuais parecem simplesmente datados, como as texturas, as animações e até mesmo o skybox – aquelas imagens de fundo do jogo – poderia ser confundido com o de um game de alguns anos atrás.
Os bots também foram alvo de reclamações pela sua “burrice” e algumas armas diferenciadas, como a Smart Pistol que mira automaticamente, com certeza vão gerar muitas discussões acaloradas em fóruns e seções de comentários.
E finalmente, fica a dúvida se o jogo vai ter conteúdo o suficiente para manter os jogadores impressionados por um bom tempo. Confesso que, mesmo tendo jogado poucos dias, eu não pude deixar de achar que já tinha jogado aquilo há muito tempo. Curiosamente, me pareceu uma experiência ao mesmo tempo nova e cheia de possibilidades mas também algo muito familiar.
Por tudo isso, Titanfall morre na praia no quesito “next-gen”. Ele tem gráficos legais, mas nada impressionantes. A conectividade funcionou relativamente bem e a busca por partidas foi bem rápida, apesar de não termos uma conexão dedicada para o Brasil (com pings baixos, etc) durante o beta. Vamos torcer para que a Microsoft, que vai cuidar dos servidores do jogo, não se esqueça de nós.
O que você pode esperar deste jogo?
Apesar de não ser perfeito, uma coisa parece ter ficado clara: todo mundo, por pelo menos alguns instantes, tem momentos épicos de diversão com o game. É assim que ele conquista seu espaço: juntando vários elementos, alguns extremamente caprichados, outros nem tanto, para entregar uma experiência de pura diversão.
Titanfall não é um jogo velho que ganhou elementos novos. É um jogo com vida própria que usa uma base antiga para criar um multiplayer acelerado e impressionante, focado na ação. Ele se sai muito bem nisso.
Além do que vimos até agora, alguns caras desenterraram uma série de informações do jogo fuçando nos arquivos do beta (você pode ver o que eles encontraram neste post do NeoGAF). Aparentemente, teremos 15 mapas, cerca de 30 armas (entre equipamentos para pilotos e titãs) e mais uma série de habilidades especiais. Uma boa notícia é que os produtores garantiram que o jogo não terá microtransações, ou seja, ele não deve virar um pay-to-win sem vergonha depois do lançamento.
E finalmente, além de soldados que andam pelas paredes e fazem double-jumps, robôs de oito metros e muita ação, o game terá alienígenas para esquentar as partidas – só não sabemos exatamente como eles vão entrar no jogo.
Titanfall será lançado no dia 11 de março, para PC, Xbox One e Xbox 360.
* Agradecemos aos colaboradores Alexo Mello e Edimartin Martins pela força na prévia!