Primeiras impressões: Arcadegeddon tem estilo e diverte, mas precisa se diferenciar

17 de julho de 2021
Primeiras impressões: Arcadegeddon tem estilo e diverte, mas precisa se diferenciar

Um jogo multiplayer colaborativo e competitivo bastante colorido, com um traço estilizado e muito potencial para horas e horas de jogatina on-line sozinho ou em time. Essa é a premissa básica de Arcadegeddon… e de diversos outros jogos que surgiram nos últimos anos. Recebemos o jogo em acesso antecipado para entendermos se o game é só mais uma tentativa de emulação do sucesso de Fortnite, ou se traz identidade e potencial próprios para galgar seu espaço nesse concorrido mercado.

Antes de mais nada, importante destacar que o jogo ainda está em formato early access — algo muito comum nos PCs, mas nem tanto assim nos consoles. Isso quer dizer que ele ainda está incompleto, e não conta com todos os recursos pretendidos pelos desenvolvedores. Esse tipo de acesso antecipado serve justamente para os players terem um gostinho da experiência, e os desenvolvedores podem coletar feedbacks para deixar o jogo final mais polido e de acordo com o que a comunidade espera.

O legal é que os próximos passos do jogo já estão planejados: temos um roadmap definido para a implementação de adições e melhorias para os próximos meses, até o lançamento oficial , que vai rolar em 2022. Há um longo, mas potencialmente sólido, caminho a se percorrer. Confira:

Primeiras impressões: Arcadegeddon tem estilo e diverte, mas precisa se diferenciar

Salvando os arcades

Mas vamos ao que interessa. A premissa de Arcadegeddon é bastante simples, e até relativamente inovadora para o gênero: temos o dono de um arcade de bairro, ao que tudo indica o último do seu tipo, ameaçado por uma grande corporação maligna que, para se livrar do estabelecimento, resolve jogar sujo, infectando a máquina mais popular do lugar, para tirar o simpático Gilly do negócio.

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Assim, cabe a um grupo de amigos indignados invadir o mundo que existe dentro do fliperama para enfrentar, no mano-a-mano, a ameaça digital — o vírus se apresenta na forma de robôs de combate, OVNIs, torretas e outras ameaças dignas de um sci fi.

Para cumprir esta missão, assumimos o controle de um avatar customizável — cujas opções iniciais de personalização são muito limitadas no momento — para que, com a ajuda de outros jogadores e um punhado de NPCs arquetípicos, entremos na brincadeira. E aí não demora para que nos conectemos, de um jeito bem menos invasivo do quem em Matrix, a esse mundo digital, para aprendermos os principais comandos e movimentos em um tutorial e, logo em seguida, nos engajarmos nas primeiras missões.

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Na prática, o jogo é muito similar a outros tantos shooters em terceira pessoa que já conhecemos, então os comandos diferem pouco para quem já jogou qualquer game do tipo. Mirar, atirar, esquivar, escorregar, correr, tudo é quase que automático. Rapidamente, aprendemos também alguns ataques especiais com os gatilhos, além de diferentes usos para armas e equipamentos, e tudo mais que será útil quando a coisa apertar de verdade.

Aprendido o básico da jogabilidade, já estamos nos embrenhando em missões oferecidas pelo pessoal do arcade, que funciona como hub do jogo. É lá onde podemos também continuar customizando nosso personagem e seus acessórios a partir de prêmios em missões ou compras na lojinha, usando os pontos que conquistamos a cada nova empreitada. Quem curte gastar tempo (e, provavelmente, dinheiro) com “roupinhas e skins de armas” em jogos vai ter em Arcadegeddon um prato cheio para isso.

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Acessórios, penteados e skins vão fazer a alegria da galera que curte uma jogatina personalizada

Neste hub, podemos aceitar as missões, que, no early access, são basicamente de PvE, onde adentramos o mundo de combate. Os modos PvP também estarão disponíveis em algum momento do outono gringo (primavera por aqui), o que significa algo entre setembro e dezembro desse ano.

As metas dentro das partidas são facilmente reconhecíveis: avançar dentro de um cenário amplo, eliminando hordas de inimigos utilizando diferentes armamentos, como um bastão de beisebol para ataques corpo-a-corpo, e outras como metralhadoras, pistolas, lança-chamas, rifles de longo alcance e outras que podem ser encontradas em caixas pelo ambiente e que contam com níveis de raridade e atributos diferenciados.

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A diversidade das missões está nos pontos de interesse e do que fazer com eles. As vezes, o objetivo é domínio de área, outras é buscar uma chave e acionar um dispositivo, outras é só chegar até o ponto final, além de eventuais batalhas contra chefes e inimigos especiais. No geral, o modus operandi padrão do jogo envolve incursões em ambientes cheios de inimigos que vão continuar surgindo até que o objetivo seja concluído. Então, no fim das contas, a ideia é sobreviver a hordas adversárias até conseguir escapar dali.

No geral, a fórmula é reconhecível e atende o que é esperado, enquanto o visual brinca com um estilo cartunesco leve, colorido e estiloso. Fortnite é uma referência bastante óbvia, mas ele também lembra, em alguns momentos o exagero de Sunset Overdrive, por exemplo.

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Destacam-se os ambientes cheios de detalhes, geração de partículas em situações intensas de combate e, no PS5, o bom uso do DualSense com a vibração do controle aumentando a imersão e os gatilhos sendo utilizados de maneiras diferenciadas, conforme a arma equipada.

Coisas a serem melhoradas

Neste primeiro momento, mesmo ainda em construção, o jogo se mostra bastante estável e bem acabado. Há alguns bugs aqui e ali — como o personagem ficar preso em um canto ou outro, ou o herói desaparecer e vermos apenas uma “peruca” com roupas vazias andando pelo cenário — mas felizmente momentos assim foram bem raros. O grosso do jogo se mostrou bastante afinado, com bom posicionamento de câmera, equilíbrio entre armas e um nível de desafio crescente, todavia bastante convidativo para novatos.

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Nesse bug, boa parte do corpo do meu colega de time sumiu XD

O que incomoda mais do que os bugs, é a trilha sonora. Não sei exatamente qual o gênero dela — flerta com dubstep, hip hop, entre outros –, mas as músicas, no geral, são bem chatas. Habilitar o “Stream Mode” pelo menu de opções é uma dica de amigo, pois aí o jogo automaticamente desliga as músicas licenciadas.

Por fim, nesse primeiro momento, embora o jogo demonstre potencial, ele carece de alguns ajustes. Por exemplo: falta impacto nos tiros que a gente dá e recebe. A arma melee poderia NÃO ocupar o slot de uma arma de fogo (só podemos carregar 3). As tabelas de estatísticas das armas que dropam são muito pequenas, dificultando a leitura.

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E, obviamente que ainda falta uma diversidade maior em termos de cenários, modos de jogo e inimigos, mas, relembrando: esse é um jogo em early access, então isso é algo que deve vir naturalmente conforme a agenda for se cumprindo.

Por enquanto, é isso

Com base no que vimos até aqui, Arcadegeddon tem potencial, mas também espaço para melhorias. Se a proposta não é exatamente inovadora, ela consegue divertir dentro de um nicho que vem crescendo bastante: o de “jogos para reunir a galera online e curtir batendo papo”.

A questão é que já existem vários jogos assim no mercado, e muitos outros vindo aí. Arcadegeddon vai precisar se provar e ter diferenciais sólidos para garantir o seu lugar ao sol — especialmente porque ele não deve ser F2P. Vamos ficar de olho nesse período de testes para ver o quanto o jogo evolui.

Arcadegeddon foi apresentado no mais recente State of Play, e está em early access (pago) desde o dia 08 de julho. Por enquanto, o jogo está todo em inglês. O lançamento oficial deve rolar em algum momento de 2022, com versões para PC e PS5.

Paulo Roberto Montanaro

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