Preview Arkade – Assassin’s Creed Codename Jade quer levar a experiência de console nos smartphones
A Ubisoft sempre deu uma atenção especial para os dispositivos móveis, quando o assunto é Assassin’s Creed. Mesmo bem lá atrás, ainda na época do PSP e do Nintendo DS, já existiam jogos focados em um gameplay móvel, diferentes das aventuras principais. E hoje em dia, com um interesse renovado nestes aparelhos, eis que um novo Assassin’s Creed segue em desenvolvimento, para levar no bolso toda a aventura que o fã já conhece muito bem, depois de tantos anos.
Em 2023, com os smartphones atingindo um nível técnico que permite novas investidas, a Ubisoft vai lançar, em breve, Assassin’s Creed Codename Jade. A iniciativa, que evolui o que foi proposto lá em 2016 com AC: Identity, desta vez leva os aventureiros da história para um RPG de mundo aberto, ambientado lá na China antiga.
A China já foi palco de Assassin’s Creed em Chronicles, aquele “Metroidvania” da franquia, que levava os jogadores para o ano de 1.526. Mas em Codename Jade, os jogadores vão para o Século 3 Antes de Cristo, durante a era dos primeiros impérios unificados da China, no período da Dinastia Qin.
No beta, oferecido pela Ubisoft Brasil, é possível entender um pouco da proposta do jogo, que faz parte de uma iniciativa da Ubisoft de se estabelecer no competitivo universo de games “de bolso”. Pois, além da briga dos assassinos com os templários, também teremos versões móveis de Rainbow Six e The Division, que chegarão para conquistar espaço em um ambiente dominado por Free Fire, Genshin Impact e CoD Mobile, entre outros.
O game já começa “apelando” com a presença de Kassandra, uma das personagens mais queridas da franquia, fazendo o elo necessário para a apresentação do game. E, desde os primeiros momentos, é possível ver que a ideia, desta vez, é trazer a mesma experiência, dentro do possível, de um game de console para os smartphones. Por isso, inclusive, que a lista de aparelhos compatíveis com o game é bem menor do que o comum.
No universo Apple, por exemplo, apenas iPhones do 11 pra cima poderão rodar o game. Por um lado, isso limita a base de jogadores, seja no iOS ou no Android. Mas por outro lado, permite que o game possa ter elementos os quais não seria possível caso fosse mais abrangente. O resultado é um interessante game envolvendo boas imagens, e uma experiência muito semelhante ao de um console.
Por ser mundo aberto, será possível conferir várias figuras histórias do que conhecemos como a Antiga China, como a Grande Muralha e Xianyang. Assassin’s Creed sempre conseguiu equilibrar bem uma interessante precisão histórica em seus cenários e contextos, com liberdade para criar a fantasia que achar necessária, para desenvolver suas tramas. E por aqui a coisa continua igual.
Igual, inclusive, aos últimos games da série. A Ubisoft entendeu que, se Mirage “voltaria às raízes”, Codename Jade poderia “esticar” um pouco mais a proposta de RPG de Ação, deixando-o próximo de Origins, Odyssey e Valhalla. Ou seja: pode preparar o seu celular para evoluir seu personagem e seu equipamento igualzinho nos jogos passados da série. Só não sabemos, ainda, se será mais um jogo “interminável”, ou se os smartphones vão impor um limite para o conteúdo do game.
Sendo bem sincero, e não vou dizer isso como algo negativo, mas Codename Jade, apesar de se passar na Antiga China, possui muito, mas muito mesmo, de Valhalla. Posso até apostar que a aventura Viking de 2020 foi o ponto de partida para a construção deste novo game. O que não é ruim, pois apesar das críticas, esse “formato” rendeu três games, e garantiu uma base de fãs, que se não terão tal ação no próximo game, poderão se divertir em seu smartphone.
Os celulares, inclusive, podem ser até mais amigáveis para quem gosta de jogar “upando” o personagem, fazendo com que a Ubisoft, caso perceba o interesse dos jogadores, possa manter o RPG de sua franquia nos smartphones, mantendo este formato nos dispositivos de bolso. O game aproveita o momento atual dos smartphones, que “permitem” agora uma experiência mais próxima dos consoles, do que no passado.
Se você jogou o Identity, lá atrás, vai gostar de saber que o próximo Assassin’s Creed para smartphones amplia o potencial daquele game, que tinha muita coisa interessante, mas era “preso” pelo que os smartphones podiam entregar. Se você gosta de RPG de ação, vai ficar feliz em saber que o game entrega a mesma ideia de jogos passados, mas provavelmente sem “as horas infinitas” dos últimos games. E se você gosta de Assassin’s Creed, vai ficar feliz em saber que, ao menos nos primeiros momentos, o game propõe uma experiência digna dos jogos atuais da franquia.
Assassin’s Creed Codename Jade segue em desenvolvimento, e será um game de iOS e Android. Vale lembrar, no entanto, que a lista de aparelhos compatíveis é mais reduzida do que o normal entre os games para smartphones. No Android, o mínimo exigido é o Android 10 e processador a partir do Snapdragon 865. E no universo Apple, o aparelho vai rodar apenas do iPhone 11 para cima.