Preview Arkade: fomos ao encontro do mais forte no beta de Street Fighter V

2 de fevereiro de 2016

Preview Arkade: fomos ao encontro do mais forte no beta de Street Fighter V

No último final de semana também rolou a última etapa dos beta testes de Street Fighter V. E é claro que a gente marcou presença em todas as etapas, e trazemos aqui uma apanhado de nossas impressões sobre o game!

Não parece, mas já se passaram quase 8 anos desde o lançamento de Street Fighter IV (a primeira versão). E dentro de duas semanas, a franquia de luta mais famosa do mundo dos games irá retornar, com versões para PC e Playstation 4 e um rol de lutadores que inclui velhos conhecidos e alguns novos rostos.

Uma experiência diferente

Muita gente tem medo de adquirir os jogos de luta da Capcom na época do lançamento por saber que é tradição da empresa lançar várias versões posteriores do game, algo que ela já faz desde os anos 90 com Street Fighter II. Porém, com Street Fighter V vai ser diferente: haverá somente uma versão física do game, e todos os novos lutadores e conteúdos que serão adicionados posteriormente poderão ser adquiridos digitalmente.

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Para adquirir esses conteúdos, você poderá usar dinheiro real, mas se quiser economizar, será possível comprar tudo com Fight Money — moeda virtual que você acumula simplesmente jogando. Não sabemos se a cotação do Fight Money será muito inflacionada ou não, mas o simples fato de podermos adquirir conteúdo novo sem ter que pagar mais por isso já é um progresso.

Outra novidade é que teremos um Modo História, que promete uma trama cinematográfica e que envolva boa parte do elenco principal do game, mais ou menos como a NetherRealm já faz (muito bem, por sinal) nos mais recentes games da saga Mortal Kombat.

Esta novidade chega só na metade do ano (como um DLC gratuito), mas até lá já poderemos distribuir hadoukens no tradicional modo arcade, em partidas online e outros modos de jogo.

O beta

O beta fechado de Street Fighter V começou em agosto do ano passado (após um adiamento por problemas técnicos em julho) e, entre quedas de servidor, longos períodos de manutenção e uma roleta de personagens sendo liberados a cada etapa, melhorou muito conforme novos testes iam sendo organizados.

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De início só o que podíamos fazer era ficar em um modo training até que o matchmaking conseguisse juntar dois jogadores para uma partida online. No geral isso significava passar horas no modo treino sem conseguir lutar com alguém uma vez sequer, o que foi bem chato.

Mas conforme o desenvolvimento do jogo avançava e os servidores se estabilizavam, as coisas foram ficando mais interessantes: logo tivemos acesso ao menu principal e à CFN (Capcom Fighters Network), pudemos deixar o modo treino mais interessante com o inimigo sendo controlado pela IA, recebemos legendas em português e mais personagens foram surgindo alternadamente, tanto velhos conhecidos como novos lutadores.

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O mapa da CFN mostra onde a pancadaria está rolando pelo mundo.

Já no primeiro beta, porém, ficou claro o capricho da Capcom na concepção do game: os personagens estão grandes, extremamente detalhados e muito bem animados. O jogo flui suave aos 60fps; os cenários são variados e coloridos, e alguns deles contam com elementos interativos que rendem boas surpresas ao final dos rounds.

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Certas animações (como a dos V-Triggers) “sugam” momentaneamente as cores dos cenários, transformando-as em borrões “molhados” ao redor dos personagens que são incrivelmente belos.

Os personagens

O eclético elenco de Street Fighter V traz 16 personagens: 8 deles são “das antigas” e todo mundo conhece (Ryu, Ken, Chun Li, Vega, M. Bison, Zangief, Cammy e Dhalsim), outros 4 vieram da série Alpha (Karin, R. Mika, Charlie e Birdie) e os últimos 4 são personagens inéditos que estão debutando na franquia (Laura, Necalli, Rashid e F.A.N.G). Dessa galera toda, só F.A.N.G. não foi visto no beta, de resto, houve chance de jogar com todos os demais 15 personagens.

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Falar da jogabilidade em si é chover no molhado: todo gamer que se preza já jogou algum Street Fighter, e certamente está familiarizado com mecânicas que foram praticamente inventadas pela série, como meia luas + socos, ziguezagues + chutes e loucas rotações em 360º do direcional para desencadear magias e golpes especiais.

Todo personagem tem duas barras de especial: a maior delas é a EX, dividida em 3 quadrantes que, quando cheios, permitem que o personagem use seu ataque mais poderoso — vulgo, Critical Art. Porém, você pode “queimar” quadrantes separados para aplicar versões mais fortes de seus golpes especiais comuns, como Hadoukens de fogo ou eletrificados.

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A segunda barra é a V-Trigger, que você aciona pressionando chute forte e soco forte ao mesmo tempo. Seu efeito varia conforme o personagem: alguns ganham um boost de poder temporário (Ken, por exemplo, ganha labaredas em todos os seus golpes), enquanto outros (como Vega e Rashid) soltam um golpe especial exclusivo desta barra.

Confesso que não sou um especialista em jogos de luta — daqueles que estuda frame-a-frame cada animação, sabe qual o hitbox de cada golpe, e coisas do tipo — mas acho que poucos de nós realmente dominamos “a arte” de se jogar “like a pro”, certo? Na maioria dos casos, saber soltar uns hadoukens e dar umas voadoras é mais do que suficiente para não fazer feio.

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Apesar disso, reparei que houve algumas mudanças em certas mecânicas e golpes de alguns personagens. O Yoga Fire do Dhalsim, por exemplo, não vai mais reto para frente, agora ele solta o golpe para cima (pelo nariz!) e a bola de fogo cai em uma parábola.

No vídeo abaixo estou controlando a Karin, mas o Dhalsim mostra um pouco de seus golpes também, confere aí:

Ken Masters, meu lutador preferido, também teve algumas mudanças. Seu Tatsumaki Senpuu Kyaku com chute forte virou um golpe diferente do “ataque das corujas” tradicional. Seu Shoryuken também mudou um pouquinho, e agora não sobe tão inclinado como antigamente, estando mais vertical.

Confira um pouco do gameplay dele no vídeo abaixo, e de brinde veja também um pouco das habilidades da brasileira Laura, que mistura movimentos de capoeira e jiu jitsu em seu estilo de luta, e possui até mesmo magias e golpes elétricos no melhor estilo Blanka:

Maior foi a mudança que rolou nos golpes do Vega: desde sempre seus ataques eram do tipo “charge” — tipo segura ← por dois segundos, aí aperta → + ataque — ,mas aqui suas mecânicas ganharam comandos mais “comuns”, do tipo meia luas e ziguezagues no direcional + botão de ataque. Na minha opinião, isso tornou o gameplay dele muito mais dinâmico, o que combina com o perfil ágil de combate do personagem.

Outro detalhe interessante é que agora ele pode tirar a garra por conta própria, e há golpes que só podem ser realizados sem a garra. Felizmente, colocar ou tirar a garra é super rápido, mas ele ainda pode perdê-la em combate caso apanhe demais.

Veja um pouco do gameplay do Vega no vídeo abaixo:

Rashid é outro novato que traz mecânicas de jogo interessantes: de turbante e sandálias, o personagem possui ataques baseados em vento, podendo soltar furacões (com o pé!) e conjurar um enorme tornado de pontapés que o faz parecer um legítimo gênio da lâmpada!

Capturamos um pouco do gameplay dele também, confere aí:

O lag foi um problema constante

No decorrer de todos os betas que rolaram nos últimos meses, os servidores do game ficaram muito mais estáveis, mas um problema persistiu: o lag. Sei que isso tem mais a ver com a conexão dos players do que com os servidores dedicados ao game, mas ainda assim, esse é um problema que irrita e causa muita frustração.

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Até gravei alguns vídeos de lutas contra outros jogadores, mas eles ficaram tão zoados por conta do lag que achei melhor nem publicá-los aqui. Uso uma internet de 15MB — que não é lá grandes coisas, eu sei, mas aguenta de boa jogatinas online em outros jogos, como Destiny, GTA V, Diablo III, Halo 5 ou Rocket League, por exemplo –, de modo que o problema aparentemente era mais na internet dos outros players do que na minha.

Coincidentemente (ou não), nas poucas chances que tive de lutar com jogadores de outros países, o lag foi bem menor. Acho pouco provável que a Capcom possa fazer alguma coisa para remediar isso (afinal isso é culpa das nossas provedoras de internet, cujo serviço prestado geralmente deixa muito a desejar), mas é realmente triste que um jogo que roda liso aos 60fps tenha seu robusto componente online marcado por problemas que afetam tanto a qualidade da jogatina.

O que os fãs podem esperar?

Se você é fã de longa data da série, só tem motivos para ficar ansioso: Street Fighter V está incrível, seu gameplay está mais afiado do que nunca e seus novos personagens agregam boas novidades a um elenco que mistura com competência velhos favoritos com personagens da saudosa série Alpha/Zero.

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Claro que algumas ausências são sentidas — cadê o Blanka? O Sagat? O E. Honda? — mas pode ser (ou não) que eles deem as caras em futuras atualizações do game. E o simples fato de termos todo o conteúdo acessível sem ter que comprar outro disco (nem gastar dinheiro real) já é uma quebra de paradigma e tanto por parte da Capcom.

Fala pouco tempo para o mundo colocar as mãos no quinto episódio canônico da maior série de luta de todos os tempos. Street Fighter V chega em 16 de fevereiro aos PCs e ao Playstation 4. Enquanto espera, tire o pó do seu jogo favorito da saga e já vá praticando, pois as partidas aqui serão mais acirradas do que nunca!

https://youtu.be/kr60NVYqH_A

A Arkade testou o beta no Playstation 4, usando uma key de acesso fornecida pela Capcom.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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