Preview Arkade – o closed beta de The First Berserker: Khazan causou uma ótima primeira impressão

31 de outubro de 2024
Preview Arkade - o closed beta de The First Berserker: Khazan causou uma ótima primeira impressão

Embora eu não seja um fã de Soulslikes, confesso que há jogos do nicho que despertam minha atenção. É o caso de The First Berserker: Khazan, que recentemente teve um Closed Beta primeiro nos PCs, depois no PS5.

Fomos convidados pela Nexon para experimentar o jogo. E, apesar do pouco tempo que pude passar com ele, já ficou claro que estamos diante de um título que esbanja estilo, desafio e brutalidade!

O que é The First Berserker: Khazan?

Para quem está por fora, aí vai um breve resumo: The First Berserker: Khazan é um RPG de ação ambientado no universo de Dungeon & Fighter (DNF para os mais chegados), um mix de RPG com beat ‘em up que existe há quase duas décadas e é bastante popular na Coreia do Sul.

(Outro game que se passa neste mesmo universo é DNF Duel, que analisamos aqui no Arkade na época de seu lançamento).

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Pois bem, em The First Berserker: Khazan, assumimos o controle do Khazan, um general que foi traído por seus superiores, torturado e mandado para o exílio.

À beira da morte, ele acaba sendo salvo por um acidente misterioso, que lhe coloca em contato com uma entidade sinistra — uma espécie de espada espectral. Com sua vida restabelecida e servindo de hospedeiro para um espírito com sede de sangue, Khazan vai tirar proveito de sua sobrevida para partir em uma jornada de vingança.

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Que fique claro que boa parte do que eu descrevi aí em cima é a minha interpretação do que supostamente é a intro do jogo. O closed beta trazia apenas uma fração do jogo, então é provável que a história tenha nuances e reviravoltas.

O mundo de The First Berserker: Khazan

Neste closed beta, pudemos explorar basicamente três regiões de um mundo que promete ser vasto e expansivo: a primeira área situa-se em montanhas nevadas e cavernas. A segunda parece ser um hub, onde vamos poder comprar coisinhas e interagir com NPCs. A última é uma fortaleza repleta de inimigos extremamente agressivos e poderosos.

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Cada uma destas áreas é repleta de segredos. Há caminhos secundários e lugares onde você enxerga algo para coletar, mas pensa “como eu chego até lá?”. Me irrita um pouco a falta de um botão de pulo — é ridículo não podermos acessar um “degrau” que bate na cintura do personagem — mas, né, entendo que essa “limitação” é comum em Soulslikes.

E por falar nisso, é com alegria que informo que The First Berserker: Khazan é menos Soulslike do que eu achei que seria. Há um nível elevado de desafio, claro (já falo mais sobre isso), mas no geral, parece que as heranças mais diretas do legado da FromSoftware são o funcionamento de checkpoints, os itens de cura consumíveis e a utilização de pontos de experiência (aqui chamados lacrimas).

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Claro que nem tudo são flores: o famigerado corpse run e a impossibilidade de pausar o jogo são pentelhices inerentes do gênero que, na minha opinião, pioram a experiência de qualquer jogo. Eu realmente acho que um jogo single player, offline, não permitir que o jogador pause é simplesmente uma decisão estúpida de game design. Dificilmente um gamer adulto consegue jogar por mais de 3 horas ininterruptas, e a falta de pause só dificulta ainda mais a nossa vida.

Combate meio hack ‘n slash (com Souls)

Embora seja mais um representante do gênero Soulslike, The First Berserker: Khazan traz um estilo de gameplay um pouco diferente, que o aproxima um pouco mais do hack ‘n slash — um tipo de jogo que me agrada bem mais.

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Para começar, os botões de ataque não são L1 e L2, como convencionou-se em RPGs de ação — uma configuração que eu, particularmente, não gosto. Aqui, temos ataques comuns no quadrado e ataques pesados no triângulo.

Pode parecer um detalhe bobo, mas isso já me fez olhar para o jogo com outros olhos. É uma configuração de botões que me remete ao primórdios da série God of War — mesmo nos jogos atuais do Kratos, eu mudo o esquema de controle para o “clássico” — e já me deixa mais confortável.

Brutalidade e estratégia

Embora tenha uma barra de stamina e exija alguma estratégia, sinto que o combate é mais ágil, exige mais agressividade do jogador. Não é aquela coisa sistemática e pesada que eu costumo associar a Soulslikes. Há um parry que nos permite “quebrar a postura” dos inimigos, bem como ataques sorrateiros que eliminam brutalmente inimigos desavisados.

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A possibilidade de equipar duas lâminas simultâneas também corrobora com esse feeling mais dinâmico. O closed beta tinha 3 tipos de armas disponíveis (incluindo lanças, machados e espadas), e cada tipo de arma tem uma skill tree própria, que dá acesso a novos golpes e combos.

Por falar nisso, falta de impacto é algo que pode arruinar um bom sistema de combate. Felizmente, em The First Berserker: Khazan os golpes têm peso, e isso deixa as batalhas ainda mais brutais. Há muito sangue em The First Berserker: Khazan, e desmembramentos não são raros.

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Apesar dessas características, não espere moleza: os inimigos batem forte, e já no closed beta era possível encarar chefes poderosos e apelões. Para nos dar uma forcinha, há um sistema de summonar espíritos de NPCs que pode ser de grande ajuda. Estes espíritos, contudo, devem ser conquistados em batalhas contra subchefes. Nioh faz algo parecido, bem como o recente Black Myth: Wukong.

The First Berserker: Khazan fica nesse meio termo entre gêneros, o que talvez o aproxime mais de jogos como o já mencionado Wukong do que de um legítimo Dark Souls.

Direção de arte de primeira

Talvez o que mais me chamou a atenção em The First Berserker: Khazan é seu visual. E nesse ponto, ele não decepciona: a direção de arte do jogo é soberba, uma mistura de ambientes realistas com personagens estilizados, arte-finalizados em cel shaded, que muito me agrada. O protagonista é especialmente estiloso, e lembra o incrível character design do Nightmare, da série Soul Calibur.

Os cenários são amplos e detalhados, e a fusão de cel shaded com ambientes realistas, somado ao universo dark fantasy de DNF, concede ao jogo uma estética muito única, fazendo com que ele pareça uma arte conceitual em movimento. Os bosses são monstruosos, imponentes e muito bem animados.

O áudio do game também é muito competente. A trilha sonora orquestrada é grandiosa contundente e boas vozes (com destaque para Ben Starr, o Clive de Final Fantasy XVI), temos aqui um jogo de audiovisual impressionante. Senti falta de legendas em PT-BR, mas creio que isso seja uma limitação dessa build antecipada.

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Experimentei o closed beta do jogo no PS5, e a performance foi ótima: o game rodou liso e estável sem bugs nem travamentos. Houve quedas de framerate pontuais, mas nada que comprometesse a experiência. Ainda não deu para “sentir” o uso do DualSense de verdade, mas torço para que os recursos do controle sejam bem utilizados.

Conclusão

Depois de passar quase 8 horas imerso em The First Berserker: Khazan, saio com uma ótima primeira impressão. O game parece ser mais “direto ao ponto” do que outros Soulslike — e isso se aplica tanto ao seu sistema de combate quanto à forma com que ele apresenta seu mundo e sua história.

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Pessoalmente, me aborreço com alguns aspectos que não agregam nada à experiência do jogador — me deixem pausar os jogos! –, mas, sei que nem todo mundo se incomoda com isso. É questão de gosto e familiaridade com Soulslikes.

Ainda está cedo para bater o martelo, mas pelo que pude ver neste closed beta, acredito que o jogo tem tudo para ser uma das ótimas surpresas de 2025. Gostei do que vi até agora, e estou ansioso para retornar a este mundo e ver o que mais ele tem a me oferecer.

The First Berserker: Khazan chega “em “no início de 2025”, mas ainda não tem uma data oficial de lançamento definida. O game terá versões para PC, Playstation 5 e Xbox Series X|S.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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