Preview Arkade: Ultros é uma promissora mistura de Metroidvania e Rogue-like
Uma das coisas mais legais do gênero Metroidvania é a facilidade com que é possível combiná-lo com outros gêneros, em especial o Souls-like. Porém, Ultros segue um caminho diferente e pouco explorado, adicionando Rogue-like na fórmula!
Ultros só chega em fevereiro, mas nós pudemos explorar bem o game e suas mecânicas em uma demo, e vamos contar para vocês tudo o que achamos!
Um metroidvania sob efeito de cogumelos
Quando eu digo que Ultros parece um Metroidvania sob efeito de cogumelos, eu não estou exagerando! O game é ambientado no espaço, mais precisamente num misterioso sarcófago gigantesco a deriva, que mantém aprisionada a poderosa entidade cósmica conhecida como Ultros.
O interior deste sarcófago é repleto de vida, na forma de monstros com visual insectóide e uma vegetação que parece formada por diferentes formas de fungos e musgo. Uma forma de descrever o visual do game em palavras é dizer que ele é psicodélico – felizmente sem luzes dançantes ou movimentação exagerada, o que certamente causaria muito enjoo em jogadores que sofrem de cinetose.
Ou, em termos “gamers”, Ultros parece até uma versão Metroidvania de Scorn, mas substituindo o sangue e body horror por fungos, cores e uma pitada de Metroid no design de seus monstros.
Cada centímetro de tela do game é uma verdadeira explosão visual, com muitos detalhes, muitas e muitas cores, e animações incrivelmente bem feitas. Desde os diferentes cenários, que vão de densas florestas fúngicas a templos que misturam arquitetura com tecnologia mergulhados em ficção científica.
Nesse cenário, nós controlamos uma viajante espacial cuja nave acabou colidindo com o Sarcófago de Ultros. Com isso, a protagonista da aventura acaba presa num loop temporal, sendo levada de novo e de novo para o ponto de início de tudo, que é quando ela acorda após a colisão com a nave. Para fugir dali com vida, você precisará explorar o Sarcófago, desvendar seus mistérios e de pouco em pouco ir descobrindo como se livrar dessa prisão temporal.
Um Metroidvania Rogue-like
O progresso de Ultros acontece através de loops, que acontecem em momentos chave do game, levando-o de volta ao início de tudo. Essa mecânica é parte integral do gameplay e do sistema de evolução da protagonista, Ouji.
O game possui um enorme mapa interconectado, com progressão baseada no desbloqueio de habilidades e uso de certos itens para abrir caminhos. O game não possui nenhuma direção fixa, você pode explorar qualquer caminho que você quiser, e o game é bem aberto nesse quesito, com poucos caminhos verdadeiramente fechados para a exploração.
Esse é um dos pontos em que o lado Rogue-like de Ultros se faz presente, pois apesar de seu mapa ser fixo, mesmo entre loops, sua exploração permite que você simplesmente escolha uma direção e siga em frente até encontrar algo.
A evolução de personagem acontece de duas formas: Através de sua skill-tree e através do extrator, o item mais importante do game. A skill-tree é livre, não demandando que você encontre itens que desbloqueiem novas habilidades, bastando que você possua nutrientes suficientes para desbloqueá-las. Nutrientes são adquiridos ao comer frutos e partes de monstros que você derrota em seu caminho. Com isso, todos os itens de cura do game oferecem nutrientes diferentes, servindo tanto para você se curar como evoluir.
Porém, a cada loop, sua skill-tree é resetada, e você deverá evoluir Ouji de novo. Felizmente, há um item especial que bloqueia habilidades, garantindo que elas permaneçam ativas em loops futuros. Assim, o game permite que você explore diferentes “builds” para Ouji, e mantenha aquelas que você gostar.
Já o extrator é um item especial que a cada loop é evoluído, desbloqueando novas funcionalidades, que na prática são como os itens de evolução num Metroidvania tradicional, habilitando por exemplo a habilidade de voar em alguns trechos, possibilitando alcançar lugares que anteriormente estavam completamente fora de alcance.
Ouso dizer que Ultros é um Rogue-like que agradará quem não gosta de Rogue-likes, pois morrer não prejudica o seu progresso. Inclusive, o mapa mantém-se o mesmo a cada loop, assim, você não estará perdido toda vez que a aventura voltar para o início. Você poderá refazer os seus passos, ou escolher um caminho totalmente diferente. Para você não ficar perdido, o game possui um objetivo principal: Matar os Xamãs, que estão espalhados pelo Sarcófago. Suas localizações sempre estão visíveis, então mesmo que você ainda não tenha visitado alguma parte do mapa, sempre terá uma direção aproximada que poderá seguir.
Um visual psicodélico estilo “fungi-mecânico”
Como já dito, é difícil definir o visual de Ultros em apenas uma palavra. Ele é sem dúvida alguma psicodélico, mas só isso não basta para explicá-lo. E então eu me lembrei do estilo “bio-mecânico” de H. R. Giger, que criou o design dos Xenomorfos da franquia Alien, bem como no visual do game Scorn, como também já mencionei.
Porém, ao invés de mesclar corpos e “carne” com elementos mecânicos, Ultros mistura vegetação e principalmente fungos com elementos mecânicos. Todos os cenários e personagens possuem essa característica visual, gerando imagens verdadeiramente de outro mundo.
Todo game é cheio de cores e muitos detalhes em seu visual. Só a protagonista do game, Ouji, tem um visual bem legal. E todos os monstros que encontramos são bem grotescos e coloridos. Não tem forma melhor de descrever o conjunto da obra a não ser dizer que é como se fosse uma viagem de cogumelos. Pois é literalmente isso, uma viajante do espaço ficando presa num local dominado pro fungos.
Sua trilha sonora, por outro lado, não segue para o lado psicodélico (felizmente) e é bem atmosférica, adicionando um clima “alienígena” e de “desconhecido” ao game. Dessa forma, pelo menos para mim, visual e sons se balanceiam para criar uma aventura que não é cansativa.
E o melhor de tudo, o game é totalmente localizado em português brasileiro!
Por enquanto é só…
Em minha jogatina, consegui jogar a demo inteira, do começo ao fim. Consegui fazer isso sem morrer nenhuma vez, então, mesmo comentando que morrer não afeta tanto assim o lado rogue-like, eu não cheguei a experimentar isso na prática.
Mas, eu consegui explorar quase tudo o que a demo tinha a oferecer, e digo quase tudo pois a única coisa que não fiz foi explorar 100% do mapa disponível. A demo que jogamos permitia explorar o Sarcófago livremente, terminando quando eu atingi um certo ponto importante da história.
Assim, consegui ver uma boa dose do game, ainda que tenha explorado somente sua superfície, pois Ultros tem muita coisa para se ver, explorar e lutar. E eu estou realmente ansioso para chegar até o fim de sua aventura!
Ultros será lançado no dia 13 de fevereiro com versões para PC, Playstation 4 e Playstation 5.
