Preview Arkade: Windbound, uma curiosa mistura de Zelda com Don’t Starve
Windbound e um jogo que me deixou bem curioso desde que foi anunciado. Falei um pouco dele aqui no site, e como gosto dessa vibe aventureira dele, estava bem ansioso para experimentá-lo.
Ainda faltam algumas semanas para ele ser lançado, mas os camaradas da Deep Silver nos concederam um acesso antecipado ao jogo, para que pudéssemos testá-lo com antecedência e compartilhar nossas opiniões aqui no site.
A jovem náufraga
Windbound nos apresenta a uma jovem náufraga chamada Kara. A introdução do game dá uma palhinha de que algo terrível aconteceu com a garota e fez sua jangada naufragar… mas creio que só teremos mais detalhes disso no jogo final.
O fato é que, após passarmos por um misterioso portal de luz, acordamos em uma das “Ilhas Perdidas”, sem que haja um real direcionamento do que devemos fazer a seguir. Tentar sobreviver pode ser uma boa ideia, e é isso que irá ocupar nossos primeiros minutos nessa jornada.
Vale ressaltar que o jogo não pega leve nem na escolha do nível de dificuldade: há duas opções disponíveis — Survivalist e Storyteller –, e a que entrega “a experiência completa” (Survivalist) envolve permadeath, com perda de inventário e recomeço do capítulo 1 em caso de morte.
O lado Zelda
Windbound lembra um pouco Zelda: Breath of the Wild, e nem é só pelo visual (que tem muito em comum com a direção de arte do jogo da Nintendo). Temos aqui um jogo que não enche a tela de pontos de interesse, nem nos dá muitas pistas do que devemos fazer. O lance é explorar a ilha e descobrir por conta própria o que o jogo quer de nós.
A curiosidade invariavelmente nos leva até uma espécie de altar de pedra, onde receberemos um item deveras importante: um remo. Há outras estruturas similares nas ilhas vizinhas, mas querer nadar até elas é suicídio.
Bom, mas o que seria de um remo sem um barco, não é mesmo? A locomoção entre as ilhas traz um gostinho de Zelda Wind Waker, mas antes de chegarmos neste ponto, precisamos dar nossos primeiros passos na nobre arte do crafting.
O lado Don’t Starve
Aí entra o lado Don’t Starve da experiência: começamos o jogo com apenas uma faquinha em nosso inventário, e precisamos coletar recursos espalhados pelo cenário se quisermos progredir.
Isso envolve coletar tufos de grama alta, que podemos então utilizar para criar cordas e estruturas mais resistentes. O primeiro barco que podemos construir é todo feito de grama, e ainda que seja frágil, será um grande aliado no início da jornada.
A fome é outra questão com o qual você precisa lidar: ela é representada por uma barra de stamina, e ficar com fome por muito tempo vai drenando o seu total de stamina, o que afeta diretamente o gameplay e tudo o que você pode fazer.
Há arbustos frutíferos, bem como alguns animais de pequeno porte que podemos caçar para obter carne. Mas lembre-se que a carne apodrece se ficar tempo demais no seu inventário. Você até pode comer ela crua, mas se conseguir fazer fogo, garante uma refeição melhor. Para fazer fogo, você precisa de madeira… para conseguir madeira, você vai ter que criar um machado… já deu para entender mais ou menos como funcionam as coisas por aqui, né?
Confesso que não sou um grande apreciador de jogos de crafting e sobrevivência, desses que têm medidor de fome, frio e coisas do tipo. Windbound simplifica um bocado as coisas nesse sentido, e se a história for boa, creio que a curiosidade me manterá interessado em seguir adiante.
Fast Forward
Junto da cópia antecipada que recebemos, veio um save state que podia ser utilizado para acessarmos um capítulo mais avançado do jogo. Usar esse “atalho” não me permitiu ver como a história se desenrolou até ali, mas pude ter um gostinho de como é controlar uma Kara mais evoluída.
Nesta parte do jogo, a personagem já tem equipamentos melhores, mas também vai ter que encarar desafios maiores: há novas espécies de animais e criaturas pelo mapa — nem todas amigáveis — e um mar mais agitado e impetuoso para ser desbravado.
Sendo honesto contigo: não durei muito tempo vivo no Capítulo 4. Por mais que a personagem esteja melhor equipada, o nível de desafio do jogo também cresceu bastante. Acho que o aprendizado de superar os desafios dos capítulos 2 e 3 me fizeram falta…
Conclusão
Depois de experimentar Windbound por algumas horas, percebi que ele não é bem o que eu esperava: quando vi o primeiro trailer, imaginei que teríamos uma aventura simples, uma “jornada do herói” clássica, talvez no estilo de Rime (que, por acaso, também traz um jovem náufrago como protagonista).
Porém, o que temos aqui é um jogo de crafting e sobrevivência que, ainda que não vá muito fundo na proposta (não há medidores de sede, frio e sono, por exemplo), demanda que você cuide da alimentação da protagonista e aprenda a criar uma infinidade de equipamentos e acessórios que tornarão a sua vida mais fácil.
Crafting e sobrevivência não são os meus estilos preferidos, mas confesso que Windbound me cativou com seu estilo artístico, e me deixou curioso com sua história. Eu quero saber mais sobre Kara, sobre o monstro que vi na intro, sobre o mundo do jogo, seus altares de pedra e tantos outros mistérios que ele esconde.
Mas para isso, terei que esperar mais um pouco: Windbound chega em 28 de agosto, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e Stadia.