Preview Arkade: Crash Team Rumble é divertido, mas vai ter que se provar
Neste fim de semana “prolongado” de feriado, a Activision realizou um teste beta fechado de Crash Team Rumble, novo game do marsupial mais famoso do mundo dos games.
Embora o teste fosse exclusivo para quem realizou a pré-compra do game, os camaradas da Activision nos cederam uma chave de acesso, para que pudéssemos trazer nossas impressões para você. E, adivinha só: é exatamente isso que você está lendo neste momento!
Crash Esporte Clube
Embora Crash Bandicoot e sua turma já tenham protagonizado um jogo multiplayer competitivo lá no ano 2000 — o divertido Crash Bash — a pegada de Crash Team Rumble é outra.
O que temos aqui é meio que uma competição esportiva ambientada no universo de Crash Bandicoot. Não é um esporte do nosso mundo, claro, mas algo que é familiar o suficiente. Saca o que Rocket League ou Dodgeball Academia fazem com futebol e queimada, respectivamente? É tipo isso.
O lance aqui é: duas equipes de 4 jogadores cada vão competir em arenas temáticas para ver quem coleta um total de 2.000 Wumpa Fruits primeiro. E como se faz isso? Quebrando caixotes ou simplesmente coletando as frutas pelo cenário, exatamente como nos jogos tradicionais da franquia.
Outros elementos clássicos de Crash Bandicoot fazem parte da jogatina. As relíquias, por exemplo, são coletadas para ativar ações específicas de cada arena. As famosas máscaras Aku Aku e Uka Uka tornam-se power ups temporários, e por aí vai.
Cada personagem pode carregar até 120 frutas ao mesmo tempo. Aí, é preciso ir até o “banco” da sua equipe para depositar suas frutas e somá-las ao score geral do seu time. Obviamente, jogadores de equipes rivais podem trocar porradas para atrasar o progresso uns dos outros e fazer os adversários derrubarem suas frutas. Em caso de morte, há um breve intervalo até o respawn.
Confira uma partida completa de Crash Team Rumble para entender como o jogo funciona na prática:
Existem diferentes arenas (apenas 3 liberadas no beta) com diferentes graus de verticalidade, bem como “classes” de personagens distintas. Das (poucas) opções disponíveis, joguei de Crash e de Dingodile. Embora o crocodilo seja bem mais lento e pesadão, seu “aspirador” pode coletar frutas à distância, o que é bem útil.
Opiniões preliminares
Assim… eu me diverti nas partidas que joguei de Crash Team Rumble. Porém, é fato que o jogo é um tanto repetitivo. Ou melhor, tão repetitivo quanto qualquer outro jogo esportivo baseado em partidas rápidas pode ser.
Ou seja, isso não é um “demérito” dele, mas uma característica inerente ao gênero. Rocket League é assim, FIFA é assim… até Fall Guys é assim. Mudam-se os jogadores, os cenários e os personagens, mas a premissa das partidas é sempre a mesma.
Isso é um problema? Não necessariamente. Mas eu, como alguém que não é fã de jogos esportivos com foco em multiplayer, sinto que a proposta de Crash Team Rumble não é para mim. E aí nem o carisma de Crash e sua turma salvam.
O foco aqui é no fator replay, em subir de nível e customizar seu personagem. O loop de gameplay é potencializado por itens cosméticos e tudo o mais que for lançado ao longo da vida útil do game. Afinal, é claro que Crash Team Rumble vai funcionar por temporadas, tal qual diversos outros jogos multiplayer atuais.
Já no menu principal do game, há um grande botão “passe de batalha” (que, neste momento, estava desativado). Não sei o que vem por aí, mas é óbvio esperar por personagens e cenários extras, bem como eventos sazonais.
A verdade é que não dá para sabermos por quanto tempo esse tipo de jogo se sustenta. Especialmente porque — atenção a este detalhe — Crash Team Rumble não é um jogo gratuito com microtransações embutidas. Neste momento, ele custa quase R$ 170 na PSN brasileira (quase U$ 30 na gringa).
É mais barato que um lançamento “comum”… mas ainda assim, é um valor considerável para um jogo que depende de uma comunidade engajada para se sustentar. E o valor cobrado pode desencorajar justamente a formação dessa comunidade.
Outros jogos competitivos começaram sendo pagos, mas adotaram o formato free-to-play com o tempo — caso de Rocket League e Fall Guys, por exemplo. Outros, mesmo tornando-se gratuitos, não conseguiram se sustentar — Knockout City vai fechar seus servidores em junho.
Não estou aqui para “agourar” o jogo, estou apenas apresentando fatos. Este é um formato arriscado. Gostei do que vi neste closed beta de Crash Team Rumble, mas sinto que esse tipo de jogo tem um “prazo de validade”… e o que temos aqui é um tanto genérico, aquém do que um mascote como Crash Bandicoot merece.
Mas né, eu sou mais velho. Busco outro tipo de experiência quando jogo videogame. A galera mais jovem, que curte jogatina com os amigos e bagunça multiplayer, sem dúvida vai se amarrar. E, o multiplayer será cross-platform, ou seja, vai dar para reunir os amigos de diferentes plataformas. Esse é o seu tipo de rolê?
Particularmente, eu ficaria mais empolgado por um remake/remaster do saudoso Crash Bash, desde que produzido com o mesmo carinho e capricho dos remakes da trilogia e de Crash Team Racing. Será que um dia sai?
Em breve a gente descobre se Crash Team Rumble vai vingar (ou não). O game será lançado em 20 de junho de 2023, com versões para PS4, PS5 (versão testada), Xbox One e Xbox Series. Vale ressaltar que o beta já estava 100% localizado para o português brasileiro.
Agradecemos aos camaradas da Activision por nos concederem acesso ao closed beta.