Para produtor de League of Legends, a história é “supervalorizada” nos games
Com estatísticas mostrando que a maioria dos jogadores não chega sequer a zerar os títulos que compra, um representante da Riot Games afirmou que o enredo é algo “overrated” nos games.
O produtor em questão é Tom Abernathy, líder do departamento de narrativa da Riot, a empresa responsável pelo extremamente popular MOBA League of Legends.
Em uma apresentação intitulada “A morte da estrutura de três atos” (nome que se refere a um dos tipos mais comuns de narrativas em filmes, livros e games), Abernathy dividiu o palco com Richard Rouse III, diretor de design da Microsoft Games Studios para falar sobre o quanto a trama pode ser importante (ou não) em um game.
Eles citaram uma pesquisa feita pela própria Microsoft que revelou que “os jogadores dificilmente se lembram das histórias dos jogos” e que se apegam mais aos personagens do que às reviravoltas da trama em si.
O motivo disso, segundo eles, é que a maioria dos jogadores tem o seu raciocínio focado na jogabilidade, nos combos e pulos e poderes especiais, e por isso acaba faltando “largura de banda” (nas palavras deles) para os jogadores se concentrarem no enredo.
Eles questionaram ainda se o esforço das produtoras para incluir histórias elaboradas nos games vale realmente a pena, dada a pouca atenção que os jogadores dariam para elas. Eles mostraram dados fornecidos pela Valve que indicam que boa parte dos jogos comprados no Steam não são terminados, como por exemplo The Elder Scrolls V: Skyrim, zerado por apenas um terço dos jogadores.
Veja alguns dos exemplos que eles trouxeram (as porcentagens se referem à quantidade de jogadores que zeraram os games):
- The Walking Dead: Season 1, Episode 1 – 66%
- Mass Effect 2 – 56%
- BioShock Infinite – 53%
- Batman: Arkham City – 47%
- Portal – 47%
- Mass Effect 3 – 42%
- The Walking Dead: Season 1, Episode 5 – 39%
- The Elder Scrolls V: Skyrim – 32%
- Borderlands 2 – 30%
Com a conclusão de que “nos jogos, a trama é altamente supervalorizada… Os jogadores não se lembram da trama, eles se lembram dos personagens”, a dupla acendeu uma discussão interessante sobre o papel da história nos games. No ano passado, dois dos nossos melhores do ano, The Last of Us e Bioshock: Infinite, tinham forte foco na narrativa, só para citar alguns. O que seria deles sem tramas bem elaboradas?
Por outro lado, é fato: uma legião de jogadores não se importa muito com a narrativa de um jogo. Em um exemplo recente, Titanfall, cuja análise publicamos neste final de semana, trouxe um modo campanha online fraco e totalmente dispensável. A pergunta que fica é: “será o jogo seria melhor se tivesse uma campanha boa?”. Na minha opinião, ele ficaria trocentas vezes melhor – toda aquela ação seria muito mais cativante se tivéssemos um background interessante para dar sentido à ela.
E você, o que acha disso? Será que o público que curte jogos com história está ficando cada vez mais distante do público que não está nem aí para narrativas?
(Via: IGN)