Que fim teve Joe Barbaro, após o final de Mafia II?
Antes de qualquer coisa, já fica o aviso que este artigo traz spoilers gritantes sobre Mafia III e questões envolvendo Mafia II. Por isso, se não quiser ter sua experiência comprometida, então já pode ignorar este texto. Sugiro ver um artigo em que falo sobre o final de Far Cry 5, caso tenha terminado o game, ou este sobre o Sir Adrian Carton de Wiart, um soldado que viveu no século passado e compartilha semelhanças com Big Boss.
Mas, se você resolveu ficar, vamos prosseguir então. Mafia II, como sabemos, traz dois amigos, que centralizam a história, e mostram o que aconteceu em Empire Bay pelo ponto de vista dos dois. Vito Scaletta, o protagonista e Joe Barbaro, que é o personagem central de uma DLC que explica alguns eventos referentes à trama central.
Após o final do game, quando Vito e Joe lutam juntos contra Carlo Falcone, um dos chefes de uma das famílias da máfia no game, e seus capangas, Leo Galante, homem influente na Comissão, e que havia proposto a Vito uma “segunda chance” para colocar um fim na guerra que explode na segunda metade do jogo, convida o personagem para um bordel, a fim de celebrar a “vitória”. Mas o carro de Joe toma outro rumo, com Leo explicando que “ele não fazia parte do acordo”.
Tal acordo vem por causa das atitudes inconsequentes tomadas pela dupla de amigos durante o jogo. Especialmente Joe, que era explosivo e tomava decisões equivocadas, além de agir com irresponsabilidade, como a vez em que matou um dono de bar sem intenção, por estar bêbado, justamente por seus atos anterirores, e teimosia, terem causado a morte, horas antes, de uma pessoa querida.
Quem jogou Mafia II sabe que a dupla de amigos era inseparável, e mesmo às vezes sem muita paciência, Vito acabava topando as ideias de Joe. Porém, como inflamaram uma guerra entre as famílias e ainda incluíram os chineses no processo e atraíram a polícia, a família de Frank Vinci e a Tríade, que também sofreu na pele os atos da dupla, queriam dar fim nos dois.
Mas a influência de Leo acabou por garantir uma nova chance a Vito. Tanto pela gratidão do velho da Comissão, que retornou do exílio apenas para isso, por Vito ter o salvado de uma tentativa de assassinato, quanto por, apesar de tudo, o protagonista era ainda alguém confiável, para eles.
Eu preciso de um favor
Saímos, então, de 1951 e chegamos em 1968, ano de Mafia III. Apesar da história focar em Lincoln Clay, Vito Scaletta está presente em New Bordeaux, onde ele é apresentado fazendo serviços para a Família Marcano, administrando os esquemas no distrito de River Row. Durante o game, você pode cumprir alguns objetivos secundárias para Vito, que servem para ganhar a confiança do seu aliado.
Tais missões secundárias servem para trazer, enfim, o paradeiro de Joe após Mafia II. Em uma sequência de missões chamadas de “Preciso de um favor”, que desbloqueia um troféu ou conquista no game, Vito pede para que Lincoln dê fim em algumas pessoas que, segundo o mafioso, “mataram um amigo”.
O primeiro algo é Chet Carbonale, um vereador local que está em campanha de reeleição. Vito tem tanta raiva destes caras, que diz ter levado doze anos e muito dinheiro para rastrear o político. Após apagar o vereador, o próximo da lista é Nestor Rourke, ou o “Molestador”, seguido por Paulie Biancardi, que demonstra um ódio em particular por parte do Vito, pois ele queria que o homem sofresse bem devagar.
Lincoln percebe que, para vários homens “da pesada” terem sido necessários para derrubar tal amigo, este amigo era casca grossa. Mas Vito explica que eles traíram o homem, o enganando quando ele foi pedir ajuda. Os dois últimos nomes da lista de Vito são: Luca Guidi, um ser paranóico que estava muito bem escondido, e Dario Murtas, um cara que se achava muito durão, a ponto de ligar para Vito dizendo onde estava.
O Destino de Joe Barbaro
Vito, ao ver que a lista está “limpa” e a vingança feita, conta o que aconteceu com Joe. Após saírem do observatório, no final de Mafia II, Joe já havia percebido que teria problemas, ao ver muitos homens de Vinci no local. Vito fala que ele era parte de sua família, enquanto disse que os dois tentaram fazer “algo grande” para um f********** chamado Leo Galante.
Ele diz ter ficado anos sem saber o que aconteceu com Joe, mas uns quatro ou cinco anos após ser enviado para New Bordeaux, Vito usou da influência que ainda tinha, e uns informantes apontaram um dos caras que foram embora com o Joe naquele dia. O cara estava bêbado e falava sobre “um infeliz” que Leo Galante queria que ele apagasse. Mas Joe, o “infeliz”, arrancou os seus dentes da frente e ainda um de seus olhos. Vito sabia que seu amigo era casca grossa suficiente para não ser executado de forma tão simples.
O que confirma que Joe fugiu de seus executores logo no final de Mafia II. Foragido e procurado também, ele foi para Chicago (sim, Vito diz Chicago) procurando ajuda, mas foi traído na cidade. Ele apanhou, teve suas mãos cortadas e o rosto esmagado. “Quando acabaram, não tinha sobrado quase nada dele”, disse Vito.
Lincoln questiona Vito, pois um homem desfigurado não precisaria ser necessariamente Joe, mas o mafioso afirma que era sim seu amigo, pois, se Joe ainda estivesse vivo, ele teria o procurado e estaria com ele naquele exato momento.
Falta corpo? Então sobram teorias!
Vito acredita que Joe está morto, porém assim como Lincoln, muitos desconfiaram disso, já que o corpo, que supostamente seria do amigo do mafioso, estava tão mutilado a ponto de não poder ter sido identificado. Isso fez com que muitos fãs acreditem que Joe está vivo. A prova desta teoria vem no final do jogo, com uma situação em especial.
Após Lincoln Clay dar cabo de Sal Marcano, Leo Galante aparece, mais uma vez. Ele conversa com o protagonista e vai para o seu carro, onde um motorista, com traços muito parecidos aos de um Joe mais velho, o aguarda. A teoria mais aceita, neste caso, é a de que Leo Galante nunca quis matar Joe, no final de Mafia II. O que ele queria, no final, era separar “na marra” a dupla de amigos, fazendo um pensar que o outro havia morrido.
Assim, Vito teria sido enviado para New Bordeaux, para ficar por lá fazendo o que vemos em Mafia III, enquanto Joe ficou em Empire Bay. Neste ponto de vista, Leo teria consciência de que tanto Vito quanto Joe eram leais e dignos, porém juntos eram perigosos e explosivos. Daí a ideia de separá-los, fazendo-os acreditar que estariam sem o seu melhor amigo, para sempre.
O que Vito conta para Lincoln, no fim, não seriam nada menos do que boatos. Boatos estes que poderiam ter sido plantados pela própria Comissão, para fazer o mafioso desistir de caçar seu amigo, já que tal busca foi bem intensa. E, de quebra, ainda fariam uma “limpa” em nomes indesejáveis, fazendo Vito, através de Lincoln, executarem algumas pessoas que eles já queriam que fossem apagadas, mas que não poderiam de forma direta.
Dito isso, o que você acha que é real? A versão de Vito ou a versão que o game faz o jogador suspeitar que seja a real? Joe está vivo, pelo menos no universo de Mafia? Quem sabe, no Mafia 4 que está em desenvolvimento (mas sem detalhes, por hora), não teremos a resposta definitiva?