Quem não tem Twitter caça com Koo. Conheça a “nova rede do momento”
O Twitter, desde que Elon Musk sacramentou sua compra, está vivendo um dia mais turbulento do que o outro. Eu havia falado, quando tentei fazer um resumo, que as coisas iriam acontecer de forma bem insana, dia após dia. Um dos muitos fatos vivenciados pelos usuários nestes dias foi a “festa dos verificados falsos”, quando usuários se passaram por empresas (incluindo as de games), para trazer memes e notícias falsas.
E, como era de se esperar, muita gente está insatisfeita com a gerência do novo dono da rede. E agora como clientes, uma vez que agora xingam muito na rede de Musk. Neste contexto, o Mastodon surgiu nos últimos dias como “alternativa” para quem não quer mais ficar na rede, ou para quem quer tentar algo novo.
Mas na noite de quinta (17), após o Twitter virar assunto de novo, por outra polêmica, um clima de apocalipse foi implantado na rede. Musk já havia demitido metade da força de trabalho, e neste dia, soltou um comunicado onde havia sugerido “trabalho hardcore” ou demissão, onde veículos afirmaram que a rede perdeu ainda mais funcionários, e que poderia estar a beira do colapso.
Foi o suficiente para que portais que adoram fazer “escândalos” com essas coisas, e a turma do meme, entrassem em ação. Quem estava no Twitter viu o clima de violinistas no Titanic o qual a rede ficou. E, obviamente, entre “mensagens de adeus” e coisas do tipo, também surgiu a ideia de buscar uma nova rede social para “xingar muito”.
Foi onde os indianos de uma rede social com um nome bem peculiar para nós, o Koo, entraram na conversa, afirmando que tentariam contratar funcionários demitidos do Twitter.
“Muito triste ver a hashtag #RIPTwitter. Iremos contratar alguns desses ex-funcionários do Twitter enquanto continuamos a expandir nossa rede social. Eles merecem trabalhar onde o talento deles seja valorizado. Micro-blogs são sobre o poder das pessoas, não repressão”, disse o fundador do Koo, Mayank Bidawatka, no Twitter.
O papo sobre a rede viralizou (muito por causa do curioso nome, para nós brasileiros), e consequentemente, algumas pessoas começaram a criar contas na rede, se tornando, segundo alguns da mídia, o “sucessor” do Twitter.
Vale lembrar duas coisas: a primeira é a de que o Twitter, passou por instabilidades sim e uma chuva de reclamações de funcionalidade mas, até o momento, não “morreu” ficando fora do ar globalmente; e a segunda é que em 2021 também tivemos a “sucessora” das redes sociais: o Clubhouse, que hoje quase ninguém nem lembra mais de sua existência, e seu recurso de salas de conversa foi parar no… Twitter.
Então… calma.
Vamos voltar ao Koo. A rede social é, assim como o Twitter, focada no microblogging, e é bem valiosa, tendo valor de mercado de cerca de US$ 100 milhões. Fundados pelos indianos Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, o aplicativo é recente. Foi lançado em 2020, mas já acumula milhares de seguidores. Lembrando que o indiano, assim como o brasileiro, ama rede social, e se conecta de forma muito simples a elas. O Orkut era tão popular lá quanto aqui.
Só em 2020, foram 2.6 milhões de instalações do Koo em lojas de aplicativos. E ficou bem popular na Índia, quando o governo local entrou em queda de braço com o Twitter, por causa de questões envolvendo protesto de agricultores no país. O governo da Índia exigia o bloqueio de contas de pessoas acusadas por eles de “espalhar desinformação”.
Como o Twitter não excluiu todas estas contas, citando liberdade de expressão, funcionários do governo e ministros se mudaram para o Koo, trazendo apoiadores para ela. E o governo do país mantém uma conta por lá. Na Nigéria aconteceu algo semelhante, quando o Koo se tornou alternativa assim que o país baniu o Twitter no país, nos idos de junho de 2021, após a exclusão de um tweet do presidente. O governo nigeriano também tem e atualiza uma conta na rede.
O Koo também já foi acusado de praticar violação de dados, em fevereiro de 2021. Um especialista em segurança cibernética afirma que houve o vazamento de informações sensíveis de seus usuários, incluindo e-mail, números de telefone e datas de nascimento. A rede negou as acusações. De qualquer forma, a rede é extremamente usada no país, apesar do Facebook e Instagram serem as redes mais populares por lá.
A rede é a segunda no mundo quando o assunto é microblog. Fica atrás apenas do Twitter em downloads, ficando à frente de diversas outras, como Gettr, Truth Social, Mastodon ou Parler.
Mas, de qualquer forma, agora é ver como a rede indiana vai se comportar no Brasil, e se ela será “mais uma” a ser adotada por nós, ou se será mais um vento passageiro por aqui, dentro tantos outros que vimos através do tempo. O que você acha?