Realidade Virtual, melhores gráficos e novos acessórios: Uma nova era para os jogos móveis está chegando

11 de maio de 2016

Realidade Virtual, melhores gráficos e novos acessórios: Uma nova era para os jogos móveis está chegando

Está pronto para a próxima fase? Pois os games móveis estão aos poucos chegando a um novo estágio, oferecendo novas experiências e até gráficos de níveis de console. Como será o futuro na palma da mão?

Os games móveis começaram pra valer com os clássicos jogos para os telefones Nokia. No ano passado, tivemos a oportunidade de conversar com Taneli Armanto, desenvolvedor do Snake — o famoso ‘jogo da cobrinha’ — que na época, estava divulgando a sequência do game, que obviamente utiliza os novos recursos dos aparelhos para melhorar e ampliar a jogabilidade.

E não tem como negar que o gameplay móvel evoluiu. Enquanto os games de console ganharam evoluções maiores apenas em conceitos de conectividade e gráficos, os celulares, hoje smartphones, ampliaram de maneira mais ampla suas capacidades. Se antes precisávamos apertar teclas do próprio celular para controlar um carro ou guiar um personagem, hoje temos as telas de toque, os controles de movimentos e microfones internos para fazer as atividades.

Os estúdios tradicionais estão cada vez mais presentes. Até a ultra-conservadora Nintendo irá atuar com títulos móveis, embora ainda é cedo para projetar algum game “estilo-Mario” nos smartphones no futuro. Mas exemplos positivos, como os games da Telltale ou a presença sempre constante da Ubisoft mostram o potencial de um sistema já definido, que precisa apenas lutar contra o “título” de local de “jogos bobinhos” que acabou recebendo, devido a avalanche de títulos de todos os tipos que saem diariamente nas App Stores da vida.

Mas a próxima fase parece estar chegando, com os óculos de realidade virtual e muitos outros recursos que estão por vir, como os processadores mais potentes e até alguns periféricos, já que o mercado anda estagnado nos últimos meses. Jogos como Angry Birds, fenômeno até pouco tempo atrás, já não contam com o mesmo apelo e o ambiente de mesmice nas lojas de aplicativos não ajudarão muito se continuarem da mesma maneira.

Vamos falar dos jogos. Como eles mudaram, não é mesmo?

Um sistema não existe se não houver games para eles. E preferecialmente, de qualidade, com títulos que trazem o jogador uma experiência que agrade e que tenha a capacidade de fazer com que mais pessoas conheçam as novas tecnologias e os próprios games.

Para entender então o que se passa pela cabeça das empresas e estúdios que trabalham diretamente com tais games, procuramos algumas pessoas para obter suas respectivas opiniões em relação a este novo momento que estamos embarcando.

Entre as empresas procuradas, visitamos com a Gameloft para conversar sobre o assunto, pois é uma empresa que está presente neste mercado há muito tempo, com vários games que ganharam muito com a evolução dos aparelhos com o passar do ano. A resposta da desenvolvedora francesa a esta questão foi a seguinte:

A Gameloft está sempre atenta às novas features dos celulares com o intuito de desenvolver jogos ainda melhores aproveitando todo o potencial do aparelho. A evolução dos nossos games é notável em todos os aspectos, os últimos lançamentos, como Gods of Rome possuem uma engine gráfica que extrai todo o potencial do seu celular ou tablet.

Quando anunciaram a Tecnologia Metal para iOS que explorava ainda mais as capacidades do iPhone e iPad, a Gameloft não perdeu tempo para dar um upgrade em  Asphalt 8 e Modern Combat 5 e levar aos consumidores jogos com melhor performance e ainda mais bonitos. Na época, Asphalt 8 ganhou gráficos melhores, as corridas ficaram ainda mais insanas e os efeitos climáticos, luz, reflexos pareciam reais! Já Modern Combat 5: Blackout foi atualizado com novos efeitos de partículas e explosões. Recentemente, lançamos uma atualização para Asphalt 8 que usa o 3D touch do iPhone 6S para uma experiência inovadora.

Os jogos desenvolvidos pela Gameloft são impressionantes e o desenvolvimento pode durar até 3 anos, como foi o caso de Order & Chaos 2: Redemption, o maior e mais ambicioso MMORPG já lançado para mobile. Nesses 3 anos de desenvolvimento as tecnologias foram evoluindo e os produtores fizeram adaptações e mudanças para lançar o jogo mais inovador e completo possível. A nova era de smartphones irá entregar aos gamers mobile experiências de console.

E falando ainda sobre a Gameloft, eles gentilmente nos emprestaram um clássico Sony Ericsson , para relembrar como era jogar no celular há dez anos atrás. No vídeo a seguir, tem gameplay com este celular clássico, com alguns jogos bem interessantes, como o Asphalt 3 e o Topa ou Não Topa, baseado no programa das malas premiadas do SBT:

Ao final, podemos observar como foi saudável esta união entre games móveis e aparelhos celulares, em uma união que tinha tudo para dar certo, por oferecerem a proposta de diversão em qualquer lugar, mais a acessibilidade de oferecer desafios casuais ou rápidos, para vários tipos de jogadores que curtem os games, mas não tem o domínio adequado nos consoles, por falta de interesse ou tempo.

E os aparelhos? O que mais eles querem nos oferecer “além dos games”?

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O N-Gage foi um fracasso completo, mas ajudou a ampliar as possibilidades de um celular ser tratado como um videogame.

Mas não foram só os jogos que mudaram. Se você pegar o seu smartphone, já verá uma enorme mudança. Porém se observar as notícias envolvendo os próximos lançamentos, já irá ver uma nova era chegando. As fabricantes demonstram em suas apresentações que “cansaram” de focar apenas em telas e hardware e, apesar de apostarem nestes recursos por razões óbvias, voltaram ao passado e começaram a arriscar novamente, oferecendo mais variedades ao invés de deixar o consumidor escolher o produto apenas por causa do design ou preferência de marca.

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O LG G5 permite que você possa remover a parte de baixo do aparelho, permitindo ampliar sua experiência.

A LG, por exemplo, está apostando em seu G5, que além das configurações sempre extremas, dignas de um top de linha, também oferecerá a parte de baixo removível, que fará com que vários acessórios sejam colocados lá. Para os gamers, as possibilidades aumentam, pois desde o uso direto, com a possibilidade de baterias com mais potência que garantem mais autonomia do gameplay, também há a possibilidade de curtir um som mais potente ou mesmo, se depender das iniciativas de estúdios criativos, utilizarem até elementos como câmeras especiais. As possibilidades são infinitas e a LG nos explicou sua posição em meio a tudo isso:

Ao mercado de gamers, a LG Eletronics do Brasil já oferece tela maiores, processadores mais potentes, além de smartphones 4G em todas as categorias. A ideia é permitir ao usuário final condições adequadas para manter-se conectado sem perder qualidade de som, imagem e, quando necessário, sinal de internet. Aparelhos modulares, como o LG G5, são o futuro das tecnologias mobile e, por isso, estão sendo aguardados por todo o mercado. Vale reforçar, também, que a LG está sempre em busca de parceiros para trazer os melhores games para a linha de smartphones.

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A Samsung aposta na Realidade Virtual para impressionar seus usuários. E popularizar a tecnologia.

Já a Samsung, busca apoio na candidata a queridinha dos gamers: a Realidade Virtual. Lançando o seu S7 e S7 Edge em conjunto com o Galaxy VR, a companhia busca trazer a tecnologia a uma plataforma já estabelecida: ao invés de exigir do usuário a compra de um novo computador para poder curtir o equipamento, a empresa coreana apenas “pede” que seus produtos sejam usados em conjunto. Em outras palavras, basta continuar comprando os aparelhos da Samsung que a possibilidade de conferir a Realidade Virtual se simplifica.

Para falar sobre o assunto, a Samsung nos trouxe Renato Citrini, gerente sênior de dispositivos móveis da Samsung Brasil, que comenta sobre as novidades da companhia coreana, incluindo a investida no Gear VR:

A Samsung está sempre na vanguarda no desenvolvimento de aparelhos móveis e acessórios. Em 2015, investimos 13,12 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento. O Gear VR vem ao encontro do compromisso da Samsung de desenvolver produtos que revolucionem o mercado e aprimorem a vida dos consumidores. Nossa ideia é provocar os consumidores, mostrar que o VR é uma ferramenta de diversão, aprendizado e acesso a conteúdos antes inacessíveis ao público em geral. Por isso a Samsung uniu inovação, tecnologia e design modernos a um preço muito competitivo. Um dos jogos mais requisitados atualmente, o Minecraft, acaba de ser lançado para o Gear VR. Essa é a primeira vez que o jogo ganha uma versão para realidade virtual e isso é apenas o começo de tudo o que está por vir.

Acreditamos que a realidade virtual é o futuro do entretenimento em todos os sentidos, seja nos jogos, nos filmes, estudos ou até em viagens para outros continentes, porém sem sair do sofá. A qualidade das imagens, que são verdadeiramente reais, e o nível de imersão que o Gear VR oferece aos consumidores são prova de que, no futuro, será difícil imaginar diversão longe de um Gear VR.

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o 3D Touch do iPhone 6S também permite novas experiências com games.

E a Apple, além do 3D Touch, já comum ao seu iPhone 6S, também tem apostado bastante nas integrações, seja na tela da TV com a Apple TV, que permite que seus games sejam enviados para a tela maior com muita praticidade, ou com o seu Apple Watch, que além de servir como um complemento para os jogos lançados para o iOS, também pode rodar seus próprios games, e utilizar até recursos bacanas, como a possibilidade de “jogar contra o seu batimento cardíaco”.

https://www.youtube.com/watch?v=DhOKegg179c

A assessoria de imprensa da Apple nos apresentou a Rogerio Silberberg, da Fanatee, que conta com o game LetterZap na App Store, que é um quebra-cabeças envolvendo palavras, quase como uma forca. O game oferece 30 segundos para que as palavras sejam apresentadas de maneira correta, mas usando o Apple Watch, o jogo muda, pois serão os seus batimentos cardíacos que irão ditar o ritmo do jogo. Entrando em contato com o pessoal da Fanatee, recebemos a seguinte resposta:

Ao iniciar o projeto do jogo Letter Zap para o Apple Watch, nossa proposta era a de experimentar os recursos e conceitos do novo dispositivo. Nós acabamos por desenvolver uma experiência que acontece 100% no Apple Watch e não se limita a ser um “companion app”.
O game play é desenhado para interações rápidas, adequadas para este tido de dispositivo, e a interface leva em conta várias características da tela e recursos do Apple Watch, como Force Touch, Digital Crown, acelerômetro e sensor de frequência cardíaca.
Outras iniciativas, vindas de pequenos desenvolvedores ou aventureiros também podem garantir muita coisa boa. É o caso do estilingue para jogar Angry Birds, anunciado em 2012 e que ilustra perfeitamente a nossa proposta da matéria sobre uma nova maneira de se jogar os tais jogos móveis. Se o projeto lhe interessou, pode ver mais a respeito neste link.

E o que o futuro nos reserva?

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Variedade. De maneira semelhante ao que acontecia há dez anos atrás, os diferentes aparelhos ofereciam diversas possibilidades de jogatina. Era só ver um N95 ou os populares jogos em java para ver que ás vezes, até um mesmo jogo contava com versões variadas, seja para encaixar nas telas ou para focar nas capacidades específicas dos diversos aparelhos.

Com a chegada do iPhone e do Android, a indústria passou por um momento de padronização. Seja com um aparelho iOS ou Android, os jogos são os mesmos, salvo uma exclusividade ou outra. As mudanças estão apenas nos quesitos gráficos, otimizados para aparelhos mais modernos ou mais antigos, mas os jogos são os mesmos. Angry Birds? “Qualquer aparelho” roda. E o jogo dos passarinhos nervosos ilustra muito bem esta questão.

Mas a hora de inovar chegou, e com ela a oportunidade das fabricantes apostarem mais, como era antigamente. Se vão acertar ou não, cabe ao futuro a resposta, mas esta aposta faz com que todas saiam da zona de conforto e possam trazer mais possibilidades, como nos games, que é o foco principal desta matéria.

Os estúdios também ganham com isso, por poderem providenciar mais opções de jogabilidade. As telas dos smartphones, embora bem utilizadas por alguns produtores, ainda sofre em vários games para oferecer uma experiência decente, abrindo margem para que tais dispositivos aumentem as possibilidades. Colocar os batimentos cardíacos para controlar o game ou oferecer a Realidade Virtual em aparelhos móveis é um bom começo, mas esperamos que mais iniciativas como estas continuem. Não necessariamente com o lançamento de bugigangas, afinal com o que temos disponível hoje, já seria suficiente, mas o bom utilizar dos recursos podem ajudar e muito a fazer com que os próximos games móveis também evoluam com os aparelhos, em sua jornada de emparelhamento com consoles e PCs.

No fim, todos saem ganhando e a indústria gamer fica ainda mais forte, com novos conceitos se unindo ao que já vem dando certo, na medida certa. Que venha a nova fase dos games móveis, então.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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