RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

19 de julho de 2015

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

Na era de ouro da criatividade dos games, a Taito nos apresentou um jogo simples, porém viciante e bastante desafiador. Hoje vamos descer novamente os 30 andares de Elevator Action.

Para um jogo ser considerado inovador, não precisa de muita coisa. É necessário “apenas” um algo a mais, que faça o título ser popular por muitos anos e em alguns casos, jogado por mais de 30 anos. Foi assim com Pac-Man, o mesmo acontece com os jogos do Mario e também com o tema da nossa RetroArkade de hoje, o divertido Elevator Action.

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

O game da Taito chegou em 1983,  numa época aonde a jogatina hardocre tinha nome e endereço: as brilhantes e barulhentas casas de arcade, com inúmeros fliperamas nos convidando para sugar todo nosso dinheiro em fichas nos mais variados jogos. Quem dominava qualquer um dos games disponíveis ali, era o “santo” do local, ganhando respeito e admiração.

Descendo…

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

Arcade de Elevator Action. Fonte.

E em meio a tanta concorrência, nada melhor do que trazer uma proposta diferente, não é mesmo? Pois foi esta a proposta da Taito: o tema espião, popular devido a James Bond mas que perdia atenção para os “chuta a porta e atira” da época, foi o ambiente. O Agente 17 tinha a missão de adentrar um prédio repleto de gangsters do “mal” pelo alto, ir buscando pastas em portas específicas e ir descendo até o térreo, aonde um carro o aguarda para sair dali e cumprir a missão.

Algo muito simples, mas que chamava muito a atenção, devido ao seu desafio e estratégia. Era muito comum a jogos da época o simples e puro reflexo, desviando de tiros inimigos e de maneira quase frenética, adentrar as fases dos games da década. Elevator Action também exigia este reflexo, já que os bandidos viviam atirando, porém adicionou alguns elementos interessantes para trazer o “algo a mais” que a indústria pedia tanto.

Atira na lâmpada logo!

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

Elevator Action trazia na medida do possível o que deveria ser feito em um game de espião: cautela e ações precisas, fórmulas estas melhores exploradas anos mais tarde na série Metal Gear e nos jogos Splinter Cell. Embora o foco era chegar ao térreo atirando nos bandidos que aparecem no caminho, você também podia usar o cenário ao seu favor, se escondendo nas portas vermelhas (aonde existem os documentos necessários para roubar e completar a fase) e evitando o tiro fatal, já que aqui é tomou tiro, morreu.

Era possível também acertar a lâmpada e deixar o andar escuro, lhe dando uma certa vantagem, e até acertando a lâmpada na cabeça do inimigo ganhando assim, valiosos pontos extras (lembre-se que os recordistas eram deuses do olimpo nas casas de arcade). Também era possível controlar o elevador enquanto desce os andares ou usar as escadas, disponíveis em alguns andares.

Tudo isso adicionou muita estratégia ao título, fazendo com que o jogador pensasse mais do que apenas sair atirando por aí, dando sentido para o ambiente espião do game. E a mecânica inovadora não deixou ninguém reclamando de seu visual simples (até para a época), muito menos da música comum, composta por Yoshio Imamura e que obviamente nunca estará em um top 10 trilhas sonoras.

Do arcade para os videogames

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

E assim como no cinema, aonde um título saía das telonas e chegava meses depois na locadora, nos arcades era algo semelhante. Se um título fez sucesso nos fliperamas, a tendência era a que ele recebesse versões para console, e até pela sua simplicidade visual, Elevator Action apareceu em diversos sistemas.

ZX Spectrum, Amstrad CPC, MSX, Commodore 64, NES, Game Boy e o Sega SG-1000 (o “pai” do Master System) foram os sistemas que receberam uma conversão do jogo, e seguiu os mesmos moldes: visual simples, jogabilidade estratégica e desafio crescente.

O Atari 2600 iria receber uma versão mas acabou que ela nunca chegou. Mesmo assim, de acordo com a proporção da base instalada de cada console, o game conseguiu resultados satisfatórios, sendo considerado por muitos um clássico. Tanto é que o game é um dos disponíveis para o Wii Virtual Console, dando as caras por lá em 2007.

Tem espaço para Elevator Action hoje?

RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action

Uma sequência que ninguém lembra existe. Elevator Action II (ou Returns) apareceu em 1994 e chegou ao Saturn. E várias compilações e coletâneas inseriram o game em outros sistemas, tornando-o mais conhecido.

Hoje, o título só tem um local para ser bem explorado: o mundo indie. Os desenvolvedores independentes, que curtem prestar tributo a esta era dos games, provavelmente pela criatividade desta geração, poderiam evoluir de maneira interessante este título e disponibilizar nos Steams da vida o game. Eu jogaria, e você?

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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