RetroArkade: A evolução dos jogos de corrida pelas décadas
Os games de corrida sempre tiveram lugar especial no mundo dos videogames. Com a possibilidade de pilotar os melhores carros do mundo, com a “segurança” de um controle como volante, muitos games trouxeram, através dos anos, propostas diferentes e divertidas.
Hoje, vamos ver um pouco destes games, através das décadas. E o que cada um colaborou para que os games atuais sejam tão incríveis, e que fossem mais acessíveis, chegando até os jogos de carros baseados no navegador.
Anos 70 – Quando tudo começou
Com o pontapé inicial oferecido por games como Gran Trak, a ideia de curtir a ideia de correr com a tecnologia já era visível. O gabinete do game tinha volante, câmbio e pedais, pensados em levar a experiência de dirigir para o mundo virtual.
Efeitos para melhorar a ambientação também já faziam parte dos games. Night Driver, por exemplo, levava os jogadores para corridas noturnas, com luzes na lateral da pista indicando o caminho, bem parecido com um outro game, que surgiu poucos anos depois.
E também foi nesta década que surgiu o primeiro game com circuito fechado. Com pistas sempre abertas, “sem fim”, o Atari 2600 ganhou em 1977 o Indy 500. Aqui, o jogo, inspirado nas corridas de Indianápolis, permitiam, também, variedade de pistas, e possibilidade de jogar com um amigo.
Anos 80 – A geração Enduro e OutRun
Os anos 80 foram marcantes para os fãs de jogos de corrida, pois o gênero começou a se definir. A SEGA, que se tornaria uma das referências em corridas, lançou em 1981, Turbo. O jogo trazia uma visão em terceira pessoa, e sensação de velocidade melhor.
Tal proposta, foi melhor explorada no lendário Enduro. Lançado em 1983, o game de corrida trazia, além de controle de velocidade, a possibilidade de ultrapassar centenas de carros. E também oferecia uma interessante passagem de dia, com direito a entardecer e noite com neblina. Um ano antes, a Namco também fez sucesso com seu Pole Position, que oferecia proposta semelhante.
Já a SEGA, que tinha Hang On como grande sucesso, também emplacou um dos preferidos de todos os tempos. Trata-se de OutRun, que levava os carros para uma estrada, com vários carros para dividir espaço, uma garota no banco do carona, e uma trilha sonora única. Este game, praticamente definiu os próximos anos do gênero.
Anos 90 – Mario Kart, arcades alucinantes e a simulação
Nos anos 90, tivemos evolução e inovação. Com o espírito de OutRun, Top Gear e vários outros jogos semelhantes viraram febre entre os adeptos. Enquanto isso, jogos de Fórmula 1, como o Ayrton Senna’s Super Monaco GP II e Nigel Mansell’s World Championship, davam o gostinho de correr nas mais importantes categorias do automobilismo.
Também foi nesta época que os games de kart se popularizaram, com o fenômeno Mario Kart. Surpreendentemente, o jogo elevou os games de corrida para o fator de diversão, com pistas cheias de armadilhas, e itens para usar contra os adversários, se transformou em uma série, e definiu um gênero.
Outro local rececheado de games de corrida foram os arcades. Com games como Daytona USA, Cruin’s USA, San Francisco Rush, Ridge Racer e vários outros, todos com trilhas sonoras empolgantes, sensação de velocidade e direção baseada na diversão, era perfeito para jogadores casuais, mas sem tirar o desafio dos mais exigentes.
E, falando nos mais exigentes, foram nos anos 90, que começamos a ver os bons simuladores despontando. A série Grand Prix é uma delas, que trazia várias possibilidades, incluindo a regulagem do carro. Assim como IndyCar Racing, que levava a sensação de correr nas pistas ovais nos EUA. Ou o Gran Turismo, que elevou o patamar da simulação a um outro nível.
Anos 2000 – A vez do néon, e das físicas aprimoradas
Sucesso nos anos 90, a série Need for Speed se consagrou de vez com a série Underground. Inspirada no submundo das corridas de rua, com carros populares envenenados e muita decoração, as variedades de corrida, com muito nitro, se tornaram febre. Principalmente nas lan houses.
Enquanto isso, o sucesso Gran Turismo evoluiu. Com Gran Turismo 4, o Playstation 2 extrapolou os seus limites. Oferecendo, surpreendentemente, gameplay em 1080i, era algo impossível para quase todo o seu catálogo. O recém-lançado Xbox também mostrou sua arma: Forza, que desde que surgiu, se tornou o grande rival da série da Polyphony Digital.
Mas, além deles, também vimos a evolução da série Colin McRae Rally, que se tornou posteriormente DiRT, o nascimento da franquia Grid, e a ascenção da Codemasters entre as gigantes da simulação nos videogames.
Anos 2010 – O online, o eSport e os pilotos virtuais
A nossa década viu, inegavelmente, vários conceitos evoluírem. No campo da simulação, Project CARS e Assetto Corsa foram novos simuladores que chegaram pra somar neste conceito. Mas a série The Crew, da Ubisoft, “voltou aos bons tempos”, e resgatou o espírito arcade com corridas insanas e vários tipos de veículos para as provas, incluindo barcos e aviões.
E, com as facilidades online, vimos nascer a iRacing, uma plataforma que, mesmo tendo nascido em 2008, se tornou extremamente popular em nossos dias com as melhorias de Internet pelo mundo, que também transformou vários games do gênero. Onrush, por exemplo, leva as corridas para um conceito de “tarefas” ao invés das corridas.
E, posteriormente, estes meios de gameplay geraram a atual febre do eSports. Hoje temos games, como Gran Turismo Sport e Fórmula 1, que tem torneios, com equipes e pilotos virtuais. E também temos equipes, incluindo tradicionais do automobilismo como a Williams e a Sauber. Além de pilotos que, enxergam nos games uma porta de entrada para as corridas. Já que games, física, ajustes e equipamentos estão cada vez mais próximas, entre o real e o virtual.