RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

1 de maio de 2016

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

Se você acha que Capitão América e Homem de Ferro trocam cascudos apenas na Guerra Civil, está enganado. Hoje iremos relembrar de Marvel Super Heroes, uma etapa importante dos games de luta e que já colocava personagens da empresa para brigar bem antes de alguém pensar nestes filmes que temos hoje pra assistir.

Capitão América 3: Guerra Civil já está nos cinemas e o foco do filme é entre o combate entre Steve Rogers e Tony Stark. O conflito entre os dois gera alguns confrontos e desde os trailers, a briga entre os dois já era algo bem interessante de se ver, já que ao invés de combater um ser em específico, a meta agora era confrontar heróis que se conheciam bem, em suas virtudes e defeitos.

Mas quem é gamer de longa data, já sabe que tal combate já era possível, com cortesia da eterna placa CPS-2 da Capcom, que nos ofereceu várias jóias, e entre as tais jóias, um jogo que falava exatamente de pedras preciosas, e é claro que vamos relembrar hoje Marvel Super Heroes.

Tudo começou com os X-Men

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

Não sei se você se lembra, mas os mutantes treinados pelo Professor Xavier eram extremamente populares nos anos 90. Não que hoje não sejam, mas na época, eram demais, com HQs, desenho animado e vários games dos mutantes aparecendo a todo canto.

Um em especial apareceu em 1994, cortesia da parceria Capcom/Marvel: X-Men: Children of the Atom. Com muita cor, movimentos rápidos e um gameplay diferenciado, que embora compartilhasse da mesma tecnologia dos últimos games Street Fighter, contava com uma ação acelerada e golpes fantásticos, lembrando vagamente o “irmão”, mais técnico. Se bem que Akuma aparecia no game dos mutantes também, como homenagem.

Mas de qualquer jeito, o jogo foi um enorme sucesso, dividindo espaço com Super Street Fighter 2, Mortal Kombat 3 e a recém-chegada série SF Alpha/Zero.

X-Men + Vingadores = Sucesso!

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

Então aconteceu que o jogo foi um baita sucesso e uma “sequência” começou a ser desenvolvida. A continuação não seguiu questões de enredo, e sim de conceitos: os X-Men, apesar de populares, ainda “eram pouco”, então uniram aos personagens outros heróis da Marvel: Wolverine, Ciclope e Psylocke representavam o time de mutantes, com Magneto e Fanático presentes como os vilões do grupo; Pelos Vingadores, Hulk, Capitão América e Homem de Ferro entram na briga, enquanto outro herói popular também apareceu para lutar: o Homem Aranha.

Além deles, Blackheart e Shuma-Gorath completam o elenco dos personagens, que contam ainda com Dr. Doom e Thanos como os chefes finais. Thanos, inclusive, é o alvo a ser atingido para evitar que o super-vilão possa obter as jóias do infinito, além de salvar heróis como Thor e Feiticeira Escarlate, que estão em forma de pedra.

O game é adaptado de Desafio Infinito, mas não segue — por razões óbivas — à risca seus eventos, incluindo a presença de personagens que nem participaram dos eventos, com exceção de Psylocke, que entraria mais tarde na Saga do Infinito. A história é simplificada e serve apenas de plano de fundo para explicar a busca de Thanos pela Manopla do Infinito e a utilização das jóias, que influenciam e muito no gameplay do jogo.

As jóias do Infinito

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

Como um bom jogo de luta, golpes fracos, médios e fortes se unem a especiais, fazendo com que ele seja disputado e divertido, ainda mais se estivermos falando dos anos 90 e suas toneladas de títulos disponíveis. Marvel Super Heroes, além de oferecer tudo o que foi falado acima de maneira competente, ainda conseguiu trazer o que pode ser considerado a melhor adaptação de um item de ficção para um jogo: o domínio das jóias do infinito.

Seu lutador começa o jogo com uma jóia e durante a partida você vai adquirindo todas as outras: mente, tempo, alma, poder, realidade e espaço são as seis habilidades conferidas por elas, sendo que, na reunião de todas, o usuário se torna invencível, praticamente um deus. Mas voltando ao game, cada jóia amplia as habilidades dos lutadores e quem dominasse o controle das jóias, ganhava mais com o game. Para tomar as jóias, basta bater no outro lutador e pegá-la primeiro. Thanos, no final, acaba pegando todas de você, mas como não teria graça colocar “mortais” num combate desigual, o jogo acabou “balanceando” o combate e permitindo o confronto com o vilão, mesmo com todos as jóias em seu poder.

E dá-lhe especial!

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

E em uma época aonde os especiais já estavam sendo estabelecidos como novidade, Marvel Super Heroes inovou mais ainda, evoluindo o conceito do game dos X-Men e trazendo animações de alto nível para ilustrar os tais ataques diferenciados. Final Justice, Maximum Spider, Weapon X e Proton Cannon são alguns dos lendários nomes que eram gritados a todo momento nos contras dos fliperamas por aí. Todos bem feitos e que serviram de prévia para os especiais mais insanos da série VS.

Até Dr. Destino e Thanos contam com especiais. Aliás, nos consoles ambos podem ser controlados, após terminar o jogo uma vez. As dicas a seguir são para o Playstation. Para jogar com o Dr. Destino, basta na tela de seleção de lutadores pressionar para baixo e depois pressione e mantenha pressionado os seguintes botões: baixo, X, círculo e R1. E para jogar com Thanos, na tela de seleção de lutadores pressione cima e depois pressione e mantenha pressionado os seguintes botões: cima, X, círculo e R1.

Ah, e mais uma personagem iria se meter na briga infinita: assim como Akuma visitou os X-Men, Anita aparece por aqui, lutando como convidada especial.

Legado

RetroArkade: Há 20 anos, em Marvel Super Heroes, Capitão América e Homem de Ferro já trocavam porrada.

Após o sucesso dos fliperamas, os consoles 32-bit receberam suas versões, e naquela época, nós tínhamos duas certezas: a de que a versão para Saturn seria idêntica ao de arcade, caso o console estivesse munido dos lendários cartuchos de expansão de memória, e que uma versão para Playstation iria existir, embora bem limitada. E foi o que aconteceu e no final, ambos os sistemas contaram com versões interessantes.

A Capcom havia feito um milagre, colocando Street Fighter Alpha 2 no Super Nintendo, mas não quis seguir o mesmo caminho com o game dos heróis, preferindo transformá-lo em War of the Gems, game de plataforma que também é bem competente, embora totalmente diferente do Marvel Super Heroes que conhecemos.

Como jogo de luta, o game serviu para a Capcom evoluir seu conceito de jogos de luta, que tinha em Street Fighter um contexto mais “séria” de jogabilidade e conseguia explorar mais insanidades com os heróis Marvel, trazendo logo depois X-Men vs. Street Fighter, inaugurando a fértil série VS. Como jogo de heróis, o título serviu para apresentar um jogo competente dos personagens, geralmente destinados (até hoje, salvo exceções) à ingrata segunda divisão dos videogames.

No fim, o Desafio do Infinito ajudou a Marvel não apenas nos quadrinhos, mas também ajudou a desenvolver de maneira interessante os jogos de luta e até a apresentar a uma geração “por fora” dos quadrinhos a seus heróis, que hoje são ícones da cultura pop graças a seus filmes.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

Mais Matérias de Junior

Comente nas redes sociais