RetroArkade: Hora de ver (mais uma vez) este clássico da Sessão da Tarde: Double Dragon

28 de agosto de 2016

RetroArkade: Hora de ver (mais uma vez) este clássico da Sessão da Tarde: Double Dragon

Sim, você já assistiu dezenas de vezes, mas mesmo assim, a RetroArkade te convida a assistir este clássico da Sessão da Tarde mais uma vez. Com muita confusão, encrencas tamanho família e muita confusão, vamos ver (mais uma vez) o filme de Double Dragon.

Ah, os anos 90. A década que queria fazer de tudo, mesmo sem saber o que estava fazendo. Foi nesta brilhante década que os games se consolidaram de vez como ícones da cultura pop, assim como começaram a ganhar espaço em outras mídias, entre elas, o cinema. Era claro que Hollywood e os games não falavam a mesma língua (se não falam hoje, imagine naquela época), já que as adaptações não respeitavam nada da mitologia de cada game inspirado, montando suas próprias ideias, focando mais o público geral do que o fã específico.

Nesta leva, temos algumas “pérolas”, como Street Fighter e o inesquecível de ruim Super Mario Bros. Porém, embora não seja uma coisa que se diga “meu Deus, minha nossa, que espetáculo de filme”, Mortal Kombat agradou. E nesta leva também temos Double Dragon, uma produção bem barata, bem tosca, mas que tem seu espaço garantido nas memórias dos gamers mais velhos.

Chegando a 2007

RetroArkade: Hora de ver (mais uma vez) este clássico da Sessão da Tarde: Double Dragon

O filme nos leva para a típica viagem para o futuro dos anos 90: uma Los Angeles cyberpunk arrasada por um terremoto. Com a devastação da cidade, outro clichê: gangues coloridas tomam as ruas e começam a dominar pontos específicos da cidade, com uma guerra declarada entre todas elas, pelos controles estratégicos na agora chamada New Angeles. Palmas para a criatividade de quem teve “essa ideia” de mudar o nome da cidade.

Neste cenário de caos, os irmãos Jimmy e Billy ganham a tarefa de cuidar da metade de um medalhão especial, que dá poderes ao dono que obtiver as duas metadas e as unir. A outra metade está com um dos chefões do crime da cidade, Koga Shuko, que obviamente, quer o medalhão para dominar o mundo a cidade. Pelo menos a humildade prevalece no vilão.

Neste cenário, temos aquelas confusões típicas da Sessão da Tarde, com roteiro esquisito, atores estranhos e cenas malucas com a maior falta de noção possível. O orçamento com certeza foi muito baixo, mas pelo menos a identidade principal do filme foi mantida, não trazendo um trauma como foi a aventura de Mario nas telonas.

O filme foi lançado em 1994, e recebeu uma chuva de críticas negativas. Porém, como estamos falando da década de 90, as crianças não estavam nem aí para isso e curtiram o filme, que até pegava mais leve quanto ao jogo, que além de ser difícil beirando o impossível ás vezes, ainda contava com a famosa “briga” entre os irmãos pra saber quem fica com a garota. O sucesso veio mesmo em 1996, quando o filme saiu em VHS e conquistou as telas da Sessão da Tarde. Com o descompromisso que as locadoras e principalmente, os filmes da tarde da Globo traziam, muitos puderam conferir o longa.

O jogo baseado no filme baseado no jogo

RetroArkade: Hora de ver (mais uma vez) este clássico da Sessão da Tarde: Double Dragon

E nesta época, quem diria, teríamos um jogo baseado no filme que foi baseado em um jogo. Costumo dizer que a década de 90 foi um período experimental: as bandas de rock tentavam novidades a todo momento, o cinema também tentava novas abordagens e a Internet começava a trazer este mesmo espírito, aos poucos.

E no meio disso, existiu a tentativa de se apresentar um jogo baseado em Double Dragon, mas o filme. Nos videogames, Double Dragon V: The Shadow Falls, era o game do momento da franquia, que deixou de lado o “andar e bater” para focar em um game de luta, nos moldes de Street Fighter. Inclusive o jogo tem vários elementos que foram parar no longa, servindo mais como inspiração do que os jogos clássicos.

O curioso é que o jogo foi feito pela Technōs Japan, o mesmo estúdio que desenvolveu os demais jogos da série, mas desta vez, com apoio e publicação da SNK, o que garantiu acesso ao Neo Geo, garantindo mais um game de luta competente para a plataforma, que já agradava com Fatal Fury e Art of Fighting, e estava perto de chocar o mundo com The King of Fighters ’94.

O jogo contava com o mesmo espírito dos outros jogos da SNK, com as lutas guiando o jogador até o confronto final, com Koga Shuko. O ambiente, os personagens e todo o resto foram inspirados no filme, o que faz o jogo ficar ainda mais legal, especialmente para quem se simpatizou com o longa.

Arroz com feijão sempre vale a pena

RetroArkade: Hora de ver (mais uma vez) este clássico da Sessão da Tarde: Double Dragon

Não. Double Dragon não é um filme bem feito, muito menos conta com um roteiro primoroso. Porém o cuidado que diretor, roteirista e equipe tiveram em no mínimo manter a mitologia do game o mais próximo possível do original (com foco nos games mais recentes), já faz dele um filme que ganha a simpatia dos gamers.

Some a isso o fator nostalgia, que faz a gente olhar com mais carinho para obras antigas, por mais toscas que elas sejam, e temos uma ótima opção de filme para ver, mais uma vez. O longa está disponível em DVD e não é difícil de encontrá-lo. Assim como pode passar em breve na Sessão da Tarde novamente.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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