RetroArkade – O Mega Drive ainda vive com a SEGA Genesis Classics
O Mega Drive é um exemplo de console eterno. Lançado em 1989, foi o lar de diversos clássicos definitivos do videogame, nos apresentou Sonic, mostrou um pouco do que seria a Internet como ferramenta para jogar e ainda recebe games até hoje, feitos por estúdios ou entusiastas da era 16-bit.
E o console, diferente de outros de sua época, não fica restrito ao passado. O Mega Drive ainda é fabricado, vários consoles retrô adicionam o sistema em seu catálogo, aceitando cartuchos e, desde a época do Playstation 2, a SEGA lança coletâneas com os preferidos, lembrando também do SEGA Forever, que leva estes clássicos aos smartphones.
Com isso, chegou a vez dos donos de Playstation 4, Xbox One e PC terem acesso a estes clássicos, feitos sob medida para quem não gosta de emuladores, mas também não pode (ou não quer) investir em um Mega Drive, além de TV antiga e coisas do tipo. A coletânea, chamada de SEGA Genesis Classics, traz dezenas de jogos, funções online e mantém acesa a chama do incansável videogame.
Vários jogos, mas…
É muito difícil montar uma coletânea. Ainda mais de um videogame com tantos jogos queridos. Mesmo sabendo que não é possível contar com games queridos que não foram desenvolvidos pela SEGA, como Aladdin ou Mortal Kombat, há uma segurança de qualidade por contarmos com os games da própria fabricante. Assim nós podemos jogar o onipresente Sonic the Hedgehog, o importante Phantasy Star 2, ou o insano Gunstar Heroes.
A lista de jogos é generosa, assim como na edição para PS3/Xbox 360, a Sonic’s Ultimate Genesis Collection, porém não conta com os extras de seu antecessor, que somavam aos games de Mega jogos arcade, além de Phatasy Star e Golden Axe Warrior de Master System. Os jogos que compõem a coletânea são:
- Alex Kidd in the Enchanted Castle
- Alien Soldier
- Alien Storm
- Altered Beast
- Beyond Oasis
- Bio-Hazard Battle
- Bonanza Bros.
- Columns
- Columns III: Revenge of Columns
- Comix Zone
- Crack Down
- Decap Attack
- Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine
- Dynamite Headdy
- ESWAT: City Under Siege
- Fatal Labyrinth
- Flicky
- Gain Ground
- Galaxy Force II
- Golden Axe
- Golden Axe II
- Golden Axe III
- Gunstar Heroes
- Kid Chameleon
- Landstalker
- Light Crusader
- Phantasy Star II
- Phantasy Star III: Generations of Doom
- Phantasy Star IV: The End of the Millenium
- Ristar
- Shadow Dancer: The Secret of Shinobi
- Shining Force
- Shining Force II
- Shining in the Darkness
- Shinobi III: Return of the Ninja Master
- Sonic 3D Blast
- Sonic Spinball
- Sonic the Hedgehog
- Sonic the Hedgehog 2
- Space Harrier II
- Streets of Rage
- Streets of Rage 2
- Streets of Rage 3
- Super Thunder Blade
- Sword of Vermilion
- The Revenge of Shinobi
- ToeJam & Earl in Panic on Funkotron
- ToeJam & Earl
- Vectorman
- VectorMan 2
- Virtua Fighter 2
- Wonder Boy III: Monster Lair
- Wonder Boy in Monster World
Embora seja compreensível não encontrar games de outros estúdios presentes no pacote (mas torcendo que outras empresas sigam o exemplo, como a Capcom, que tem relançado seus jogos clássicos), senti falta de alguns games. Sonic 3 e Knuckles, obrigatórios, não estão lá, assim como Out Run, game que está presente em Yakuza 6 (para arcade, mas é Out Run), mas não aqui.
Mas não dá só pra lamentar ausências, pois temos aqui Gunstar Heroes e sua insanidade, Landstalker, o “Zelda” de Mega Drive e um excelente game que passou desapercebido em sua época, o ótimo Comix Zone, os dois divertidos ToeJam & Earl, além de figurinhas carimbadas, como Altered Beast, Vectorman, Columns e Ristar. Virtua Fighter 2 de 16-bit também está presente, mas não supre a ausência de games de luta. Eternal Darkness seria muito bem vindo aqui, além de games de Sega CD.
Uma coisa interessante é a possibilidade, em alguns games, de escolher a região. Assim, por exemplo, podemos conferir o importante Bare Knuckle 3, a versão japonesa de Streets of Rage 3 que oferece uma história mais completa, nada de censura, e que ilustra a muita diferença que havia na época entre as versões japonesas, mais livres em seus conteúdos, e as versões limitadas pelos cortes nos EUA.
Um emulador “presented by SEGA”
Para jogar o Meguinha, a SEGA decidiu continuar a seguir o “estilo emulador”, oferecendo recursos presentes em vários destes disponíveis, trazendo assim recursos adicionais ao game, diferente da época de gameplay. Começando pelo quarto, vindo diretamente dos anos 90, para ilustrar a biblioteca de games e opções, iniciando a nostalgia antes mesmo de ligar o jogo, com pôsteres, caixas de som antigas e TV de 14″ com entrada para fita de vídeo.
Para o jogo, é possível usar o famoso recurso para voltar um pouco o game, o Rewind, acessível pelos botões de gatilho, além do Fast Foward, que adianta rapidamente o jogo, com direito a efeito de VHS. Ambos os recursos tem lá a sua utilidade, mas só são usados se o jogador assim escolher. É possível corrigir um salto errado, e assim facilitar o jogo de alguns “rebobinando” a ação, como também dá pra adiantar cutscenes que não podem ser puladas com um botão.
Se a gentre pudesse voltar atrás…. #PS4sharehttps://t.co/KPzUc46gyo pic.twitter.com/uVmMdn13KO
— Junior Candido (@Junior_Candido) July 1, 2018
Também é possível jogar o game de maneira espelhada com o Mirror Mode, mas, tirando alguns aventureiros, não vi potencial para que tal função seja uma preferida do público. E, finalmente, um modo online permite que você jogue o multiplayer eterno dos games dessa geração da maneira o qual fazemos hoje: cada amigo em sua casa, com seu console, controle e headset.
Porém, este online precisará passar por atualizações, pois em várias vezes, não funcionou como o combinado. A iniciativa é simpática e precisam estar presentes em coletâneas do gênero, mas “passar” de fase em Streets of Rage e depois descobrir que a fase ainda não havia acabado do outro lado é bem frustrante. O lado bom é que este item pode ser melhorado e, com atualizações, a experiência pode ser melhor.
E, por fim, algo que já chamava atenção e segue firme: os desafios que, seja por conquistas, ou propostos pelo game, acendem a chama dos caçadores de desafios, e os colocam para correr fases de Sonic bem rápido no modo Mirror, ou terminando o primeiro estáfio de Streets of Rage sem levar um soco sequer. Poderia ter mais desafios, mas os disponíveis já garantem um pequeno extra ao pacote.
Falta história, mas sobra diversão
33 segundos na Green Hill Zone 🙂https://t.co/KPzUc46gyo pic.twitter.com/M1Ddoa4KCp
— Junior Candido (@Junior_Candido) June 1, 2018
Esta coletânea é bem curiosa. Ao mesmo tempo em que podemos elogiar o catálogo de jogos, as iniciativas simpáticas e o modo online, mesmo com problemas, também não podemos ficar sem mencionar a falta de conteúdo do game. A edição da geração passada contava com entrevistas e games de outros sistemas e, até o Sonic Jam para Saturn, contava com comerciais e vídeos interessantes, como a abertura e encerramento de Sonic CD.
Em uma época em que os games contam com maior espaço, seja em disco ou em HDs, chega a desapontar a ausência do rico conteúdo histórico da SEGA na coletânea. Era a oportunidade que a companhia tinha para colocar artworks, mais entrevistas, conteúdo original da época do desenvolvimento dos jogos, e mesmo os clássicos comerciais com melhor qualidade do que as que encontramos no Youtube, geralmente achados em fitas VHS perdidas por aí.
Mas, como não estamos jogando um museu e sim games, a parte de jogos é bem suprida. Peca pela ausência de jogos importantes da SEGA, mas traz um catálogo variado e importante, inclusive pela introdução de games como Landstalker, o que dá horas e horas de diversão, vindas diretamente dos anos 90, para o seu console de atual geração.
Sonic Genesis Classics já está disponível.