RetroArkade: Metropolis Street Racer, o melhor jogo de corrida que ninguém viu!

10 de janeiro de 2016

RetroArkade: Metropolis Street Racer, o melhor jogo de corrida que ninguém viu!

Uma das maiores injustiças dos games está no Dreamcast. Seu fracasso comercial esconde até hoje muita coisa boa, como o Metropolis Street Racer, jogo que iremos conhecer ou relembrar agora!

Que o Dreamcast começou a mil por hora e morreu asfixiado poucos anos depois todo mundo sabe, e exatamente por isso que o 128 bit da Sega esconde até hoje vários games bacanas, que pouca gente teve a oportunidade de curtir.

Entre as raridades, temos o Metropolis Street Racer, lançado em 2000 na Europa (2001 nos EUA) pela Bizarre Creations com o apoio da Sega. O game de corrida, que influenciou diretamente o “irmão mais velho mais popular” Project Gotham Racing, era uma tentativa de fazer o console da Sega ter o seu próprio Gran Turismo, porém com ideias interessantes e únicas, somados a um visual impressionante para a época e a adição de rádios, em uma era “pré-GTA”.

A busca por Kudos

RetroArkade: Metropolis Street Racer, o melhor jogo de corrida que ninguém viu!

O game tem todos os elementos de vários games de corridas, mas teve de inovação a campanha baseada em Kudos, uma espécie de dinheiro do jogo. Ao invés de apenas conquistar troféus e chegar em primeiro em todas as corridas, em MSR você tinha que, além de cumprir o objetivo, impressionar o jogo com velocidade e estilo. Chegar antes do tempo previsto e sem bater são itens necessários para avançar no jogo.

O game em si não é difícil, com bons controles e aquele “prazer” que só os bons jogos de corrida oferecem ao dirigir um veículo, mas seu desafio de conquistar Kudos manteve seus jogadores com o CD no drive do Dreamcast por muito tempo, afinal além de fazer os desafios de maneira perfeira, o jogo ainda “desafiava” você a fazer de novo, colocando seus Kudos conquistados em jogo: se você conseguisse um desempenho inferior, perderia a diferença conquistada anteriormente, o que era necessário ás vezes, já que sem Kudos suficientes, nada de carros novos, nem de pistas novas, 262 no total.

Tóquio, Londres e São Francisco são as três cidades do jogo, com várias pistas em torno delas, disponíveis para modos de corridas simples e até um modo online, numa época que o multiplayer pela Internet estava começando a colocar as mangas de fora.

Os modos de jogo também traziam desafios interessantes: o Hotlap pedia uma volta em um tempo pré-determinado; o One-in-One, corrida um contra o outro em que você ainda pode dar até um minuto de vantagem pra você ou para o adversário; o tradicional Street Race, com até 4 carros; o campeonato e até a challenge, corridas de regras próprias.

Ajuste o relógio, sintonize sua rádio preferida

RetroArkade: Metropolis Street Racer, o melhor jogo de corrida que ninguém viu!

Uma das grandes inovações para a época também diz respeito a dois elementos que hoje são comuns nos games: tempo e música. O Dreamcast tinha um relógio interno, para ajudar em detalhes como datas de saves e outras informações. A equipe de MSR criou um sistema interessante de fuso horário baseado no relógio do console. Em outras palavras, você correria no horário real da cidade em questão, alterando o tempo da pista com o fuso horário. Três relógios com os horários das cidades do jogo sempre estão disponíveis para lhe dizer se a corrida será durante o dia ou à noite.

Era interessante saber que a corrida podia mudar de período de acordo com a hora de sua jogatina, e pena que as limitações da época não permitiram que mais cidades fizessem parte do jogo, ampliando ainda mais as possibilidades de fuso e garantindo até uma certa “estratégia” para jogadores que preferem o dia (ou a noite) para correr.

E em uma era pré-GTA III, outra boa inovação foram as rádios que embalavam os pegas. Richard Jacques, que participou de músicas em vários games da Sega como Daytona USA ou os Sonic dos anos 2000, cuidou das músicas das oito rádios presentes no jogo, cada uma com seu estilo e narradores dando bom dia (ou boa noite) antes de cada largada. Tal sistema fez enorme sucesso anos mais tarde em GTA III e logo se tornou padrão em todos os games da franquia.

Pelo menos gerou uma franquia bacana

Porém, mesmo com todas estas inovações e recepção calorosa da mídia especializada na época, o Playstation 2 já era o queridinho da galera, fazendo com que o game fosse lançado em uma casa vazia, aonde poucos puderam ter a oportunidade de conferir o game.

Mas a Bizarre Creations lançou para o primeiro Xbox, em 2001 (e compatível com o Xbox 360), o Project Gotham Racing, a sequência de Metropolis Street Racer. No game, Nova York foi a nova cidade a estrear e muitos elementos do game original fizeram parte do título, que teve que trocar de nome, afinal o nome original pertencia à Sega.

Matropolis Street Racer inovou por não ser nem arcade, do estilo Need for Speed “acelera e faz curva” e nem um simulador como Forza e Gran Turismo. O game tem seus próprios elementos, identidade própria e sua proposta de gerar “corridas perfeitas” fazem dele um dos preferidos de muita gente, incluindo este que vos fala.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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