RetroArkade: A Morte e o Retorno do Superman é um bom momento do herói nos games

28 de outubro de 2018

RetroArkade: A Morte e o Retorno do Superman é um bom momento do herói nos games

Um dos maiores fenômenos culturais dos anos 90, a morte do Superman foi vivida e encarada como um evento “real”. Noticiada em jornais, TV, o evento rendeu diversas adaptações, incluindo o famoso seriado Smallville, eventos nas animações da Liga da Justiça, o filme Batman vs. Superman, e, é claro, nos games.

Superman, que é conhecido como um dos (senão o) super-herói mais forte de todos os tempos, é considerado praticamente invencível. Por isso que, nesta época, ver um personagem com tamanha força acabar morto, gerou uma repercussão tão forte. Claro, tocado por uma campanha de marketing brilhante.

Por isso, a RetroArkade hoje te convida a relembrar este momento importante do mundo do entretenimento. Como sabemos que hoje está “tudo bem” com o Homem de Aço, então não há razões para lembrar de sua morte com luto. Vamos, então, curtir novamente tudo o que este evento gerou, o que inclui um game bem interessante.

O Superman morreu!

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Querem matar o coitado do Superman desde 1961!

A ideia de “matar” o Superman não é recente. Seu próprio criador, Jerry Siegel, escreveu, em 1961, uma história imaginária sobre uma possível morte do herói. E sem chances de retorno. Nela, há uma ideia sobre o que seria a morte do Homem de Aço, e sua repercussão, dava a ideia sobre o que seria este evento.

Outras três histórias, incluindo a O que Aconteceu com o Super-Homem?, de Alan Moore, lidam com este tema. Entretanto, foi em 1992, com Apocalypse, e durante o ano de 1993, que o acontecimento ganhou um destaque impressionante. Com ampla cobertura da mídia por todo o mundo, em alguns momentos a impressão era a que o Superman vivia em nosso universo, e havia morrido pra valer!

Esta é uma das muitas matérias da época envolvendo o evento:

A saga, que contou com as mentes de Mike Carlin, Dan Jurgens, Roger Stern, Louise Simonson, Jerry Ordway e Karl Kesel, contou com uma saga dividida nas seguintes partes: A Morte do Superman, no qual o Homem de Aço enfrenta Apocalypse em uma luta dramática e nunca antes vista, com o trágico desfecho.

Aliás, já leu a história? Você pode curtir esta saga neste link.

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A seguir, Funeral para um Amigo apresenta a repercussão no mundo DC sobre a morte do herói. O que inclui reflexões, de heróis e vilões, sobre o ocorrido. Além da Morte traz quatro super-heróis que buscam ser “o próximo Superman“, e mostra como seria o mundo sem o Homem de Aço. E por fim, O Retorno do Superman, que mostra a volta do super-herói.

O arco fez tanto sucesso, que muitas mídias fizeram suas adaptações, com o passar do tempo. A série animada Liga da Justiça traz uma versão diferente, e mais leve, sobre o ocorrido. Já a animação Superman: Doomsday, apresentou a mesma saga, mas com leves mudanças.

Smallville também adaptou a saga, levando referências para a série com o Clark jovem. E, mais recentemente, o filme Batman vs. Superman ofereceu algumas referências sobre séries da DC, como O Cavaleiro das Trevas, além, claro, da história do Homem de Aço dos anos 90. E, uma nova animação, lançada neste ano, busca ser mais fiel à obra original.

Tudo o que faz sucesso, vira videogame!

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Esta máxima tinha ainda mais força nos anos 90. Praticamente tudo que era sucesso virava HQ. E, por isso, A Morte do Superman tinha a “obrigação” se transformar em um game. Quem teve as honras de colocar a mão no jogo foi a então novata Blizzard, com a Sunsoft cuidando de sua publicação.

A Blizzard, que já havia lançado The Lost Vickings, e já estava com o consagrado Rock’n Roll Racing nas prateleiras, traduziu o arco em forma de um beat’em up. Mas com todo o respeito à história original. Assim, os donos de Super Nintendo, que teriam neste game o único jogo do herói para o console, receberam o game em 1994. Já os donos de Mega Drive receberiam o game um ano depois.

É praticamente o mesmo game, com adaptações devidas para cada console em específico. Veja só esta comparação entre os dois 16-bit:

Seguindo a “cartilha do beat’em up, você anda pela fase espancando tudo o que se move, encarando um chefe no final da fase. Com a diferença que você pode voar, limitado pela tela. E também pode soltar poderes especiais, limitados. Você começa com o Superman até sua morte. A partir daí, as outras fases contam com os outros heróis.

Controlando cada um dos quatro candidatos a Superman, você vai vivendo, na medida do possível, a história do game. A Blizzard fez um resumo com alguma liberdade, a fim de manter a boa dinâmica do game. O game, que teve uma recepção razoável entre os jogadores, conta com opiniões divididas. Há quem goste e há quem odeie, mas muita gente curtiu, de alguma forma, sua aventura.

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A Super Game Power elogiou os cenários e a trilha sonora…

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… enquanto a Ação Games curtiu o enredo do jogo.

A Ação Games #68, de setembro de 1994, curtiu o game. Empolgados como toda revista de games dos anos 90, a publicação elogiou os cenários, mas reclamou da quantidade limitada de inimigos. Já a Super Game Power #5, de agosto do mesmo ano, também falou bem do visual, incluindo os cenários detalhados, de acordo com a revista.

A SGP também lembrou que o game, apesar de side-scrolling, conta com momentos que lembram um legítimo shooter. Elogiou também a trilha sonora, mas criticou o som, considerado fraco. Na edição seguinte, um detonado mostrava o passo a passo de todas as fases.

Um raro bom momento para o Superman nos games

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Por mais esquisito que isso possa soar, a morte de Superman fez muito bem ao herói. Sabemos que o herói não recebe games muito bons. Por isso, este game, mesmo sendo considerado por muitos mediano, é considerado como um bom jogo do herói. Enquanto Batman, ou o Homem-Aranha, ganhavam jogos interessantes, o Homem de Aço ficava pra trás nos videogames.

Seu próximo game seria o infame Superman 64, considerado um dos piores games já feitos. E, desde então, alguns poucos games, como Superman: Shadow of Apokolips, para Playstation 2 e Gamecube, ou Superman Returns, que ganhou versão até para o Xbox 360, e fazia referência ao filme de 2006 de mesmo nome, nunca conseguiram colocar o Homem de Aço em destaque nos videogames.

Inclusive, sugiro esta reflexão do canal Colônia Contra Ataca, que fala sobre a “crise” atual dos jogos de super-heróis. E a razão que faz tão poucos games serem lançados, ao contrário dos anos 90, nos quais eles eram praticamente onipresentes nas prateleiras das locadoras.

Por isso, enquanto Batman conta hoje com a incrível série Arkham, e o Homem-Aranha recebeu um excelente game neste ano, só podemos ver o Superman hoje em dia através dos jogos Injustice. Enquanto isso, vivemos apenas com os rumores de que a Rocksteady estaria desenvolvendo um game novo do super-herói.

Por isso, mesmo não sendo um game reconhecido como excelente por alguns jogadores, The Death and Return of Superman pode sim ser considerado um dos melhores games do herói. Tem a Blizzard, em seus primeiros passos, oferecendo um beat’em up convincente, e é um representante de um dos maiores momentos da história da indústria dos quadrinhos, e do entretenimento. Não é o quadrinho jogável de Maximum Carnage, mas com certeza, consegue representar bem a sensação de ser o Homem de Aço.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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