RetroArkade – Resident Evil e Goof Troop: Tudo a ver!
De um lado, uma aventura entre piratas com o Pateta e seu filho Max. Do outro, uma trama envolvendo zumbis e uma Mansão que se tornou a “residência do mal”. Entre os três anos e os consoles que separam Good Troop de Resident Evil, temos um elemento em comum. E muito especial.
É que Shinji Mikami, famoso por criar Resident Evil, foi o diretor do game do Pateta. Ambos os games, publicados pela Capcom, trazem, apesar de personagens e contextos muito diferentes, mecânicas e gameplay bem parecidos. Inclusive, já falamos por aqui, sobre o fato de que o primeiro game da série de zumbis poderia ter sido lançado para o Super Nintendo.
Por isso, nossa volta ao passado hoje é para comparar os elementos em comum de ambos os games. Para imaginarmos como seria um Resident Evil no 16-bit da Nintendo. Ou para entendermos como um bom design de games pode ser utilizado em consoles diferentes, e com gráficos diferentes.
Sabe o inventário? Pois ele sempre foi limitado
Uma das mecânicas que podem ser consideradas “parte de RE” está no inventário. Com seis slots para Chris, e oito para Jill, era sempre preciso olhar com cuidado os baús. E administrar bem o que levar na exploração da mansão. Em Goof Troop não há baús, mas são apenas dois slots para guardar os itens.
Quando jogamos em dupla, cada um tem o seu próprio slot, para obrigar o compartilhar de itens. Algo muito semelhante ao que acontece em Resident Evil 0, não é mesmo? Mas, voltando ao inventário, você pode largar um item em algum lugar e ir buscá-lo se necessário, mais tarde. Só este elemento, já dava um extra na exploração com o Pateta. E foi ainda melhor utilizado na Mansão Spencer, e nos jogos seguintes da franquia.
A chave daquela porta está do outro lado do mapa
Quem joga Resident Evil já sabe que as chaves que abrem as portas no game sempre estão do outro lado do mapa. É preciso investigar cada canto da mansão, depois da delegacia. E por aí vai, para encontrar as chaves adequadas para as mais variadas portas.
E o que temos em Goof Troop? Exatamente a mesma coisa. No game do Pateta, há algumas portas trancadas, cujas chaves estão em outros locais na fase. Resta a você investigar cada pedaço do cenário, e aprender a lidar com os muitos enigmas, para achar a chave correspondente, que abre a porta correta.
E os enigmas?
Empurrar estátuas para ativar uma passagem secreta? Os piratas entendem desse assunto quanto tanto os funcionários da Mansão Spencer. Nos dois games, os jogadores devem, o tempo todo, fritar o cérebro buscando empurrar os itens no lugar correto, ou encontrar o item adequado para desbloquear um novo item.
Inclusive, muitos jogadores gostam dos dois games exatamente pelo mesmo motivo: a qualidade dos enigmas e puzzles. Assim como tem gente que não liga para os elementos cartunescos do Pateta, outros não estão nem aí para os zumbis e o clima de terror de RE. Só querem concluir os desafios e pronto.
Voltando para avançar
Por causa das chaves e itens que estão espalhados em locais opostos no mapa, os dois games obrigam os jogadores a explorar cada centímetro do mapa, e também a manter um bom senso de localização. Se hoje os games contam com bússolas e apontam o lugar certo onde ir, antigamente era só um mapa para se acessar e olhe lá.
Resident Evil oferecia um mapa, que era atualizado conforme cada sala nova, ou totalmente completo caso você encontrasse o mapa do local correspondente. Já em Goof Troop, era você e sua intuição. Jogar o game muitas vezes ajuda a decorar o cenário, mas a verdade é que, os veteranos do Super Nintendo se perderam muito antes de dominar o game.
Zumbis e piratas
Os piratas de Goof Troop se movimentam de maneira bem específica, bem parecido com os zumbis. Isso acontece devido ao simples fato de que Resident Evil foi feito com a mesma engine do game do Pateta. Modificada e adaptada para o Playstation, é claro.
O game ganhou cenários pré-renderizados, que foi uma forma encontrada para trazer mais realismo para uma mansão abandonada. Câmeras fixas, para dar um toque cinematográfico, e efeitos de luz e sombra, além de trilha sonora, para trazer o tom de terror que o game propõe. Mas o restante, é tudo “a mesma coisa”.
São as mesmas telas (ou salas, no caso), os mesmos inimigos, que se movimentam em um padrão, e se aproximam de você quando “sentem” a sua presença. E os mesmos sistemas de inventário, administração de itens, e “vai e vem”, se fazem presente em ambos os jogos.
O que dá mais base ainda para imaginar em duas coisas: como seria um game Resident Evil, caso ele fosse lançado mesmo para o Super Nintendo. Ou em como seria um novo game Goof Troop, sendo ele remake ou não. Já que a Capcom anda refazendo clássicos, que tal bater um papo com a Disney e trazer a dupla que é demais Pateta e Max de volta para a ação, não é mesmo?