RetroArkade: Star Fox 64 é a aventura definitiva de Fox e seus amigos.

7 de junho de 2015

RetroArkade: Star Fox 64 é a aventura definitiva de Fox e seus amigos.

Lá pelos idos de 1995, estávamos todos frustrados pois a Nintendo havia cancelado Star Fox 2. Porém dois anos depois o Nintendo 64 nos apresentou uma legítima sequência com mais recursos, mais novidades e mais do que a gente podia esperar: Star Fox 64.

O jogo, além de servir como uma “carta de desculpas” da Nintendo, também serviu para alavancar o seu recém-lançado sistema de 64-bit, que contava até então apenas com o Super Mario 64 como um grande nome, já que as grandes franquias do console apareceriam de fato apenas no mesmo 1997 em que Fox e companhia retornaram, como GoldenEye 007 ou o épico Ocarina of Time, o Zelda que foi lançado em 1998.

Como o assunto aqui é relembrar, então convido você, fã da franquia, a adentrar sua nave e partir rumo ao sistema Lylat, para relembrarmos juntos como é bom atirar em naves alheias enquanto salvamos o mundo  (deles) há quase vinte anos.

No princípio, o Star Fox que nunca veio

Para entender melhor sobre o game o qual estamos falando agora, precisamos voltar ao ano de 1993. Em meio a tudo aquilo que os anos 90 ofereciam (guerra Nintendo x Sega, Fliperamas no shopping e todas aquelas coisas que você sabe — e gosta — muito bem), a Nintendo, enquanto desenvolvia seu próximo sistema, ainda implementava melhorias ao seu Super Nintendo e entre elas, o chip Super FX, que garantia gráficos em 3D para um sistema de 16-bit e já ofuscado por Playstation e Saturn, que estavam chegando e causando arrepios justamente pelo 3D.

Com esse Super FX, a Nintendo lançou então seu Star Fox e conquistou um óbvio sucesso, já que era um excelente jogo (e sim, merece uma RetroArkade!) e bem completo para uma época aonde os sprites reinavam. Com isso a sequência foi de fato anunciada e agendada para o ano de 1995. Porém, seja por dificuldades de programação ou pelas expectativas com o próximo console, o jogo, que foi até apresentado em forma de cartucho demo, foi cancelado. Se quiser saber mais sobre o Star Fox 2, temos um artigo falando sobre isso.

Mas a Nintendo não iria perder a oportunidade de lançar a devida continuação de Star Fox, por isso lançou o “2” da série em 27 de abril 1997 no Japão (o jogo atravessou o Oceano e chegou em outubro do mesmo ano), porém com o “64” na capa, já que era comum (e mercadologicamente interessante) identificar os jogos novos para um novo sistema, de maneira semelhante aos vários jogos com “Super” que saíram para o SNes. E pelo visto, a decisão difícil foi bem acertada, pois tivemos acesso a um dos melhores jogos do console e de todos os tempos.

“Dos games para Nintendo 64, Star Fox é o campeão. Vendeu mais de 300 mil unidades nos cinco primeiros dias de lançamento nos Estados Unidos, quebrando todos os recordes de outros jogos”, era o que dizia a Super Game Power de Outubro de 1997, já mostrando o que viria por aí. E de fato foi um grande lançamento, lá no Japão e aqui no ocidente.

Expulsando de vez Andross de Corneria e Lylat

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Seguindo a tendência de toda continuação, aonde o herói vence o vilão em um ambiente familiar e depois precisa vencê-lo novamente em um ambiente maior, a história começa após os eventos do primeiro jogo, aonde Fox McCloud e seus amigos expulsam Andross de Corneria e trazem a paz a seu planeta. Porém coisas estranhas foram percebidas em Venom, planeta aonde o vilão foi exilado. Para esta missão, foram destacados Pigma Dengar, Peppy Hare e o pai de Fox, James McCloud que tinham a tarefa de investigar os tais eventos estranhos.

Pigma então se revelou um traidor e armou uma cilada para o Bino para seus companheiros. James foi capturado, enquanto Peppy conseguiu fugir e voltar para Corneria, contando tudo o que viu. Para resgatar o piloto capturado e colocar um ponto final nas ambições de Andross, um novo time foi destacado sob a liderança do filho McCloud, Fox. Junto a ele, Peppy volta buscando a revanche, e também temos Falco Lombardi e Slippy Toad.

Juntos eles precisam viajar pelo sistema de planetas, passando por vários planetas até chegarem ao longíquo Venom, onde a batalha final os aguarda.

Do a Barrel Roll (Inovações e gameplay)

Como todo jogo novo, ainda mais quando estamos falando de um sistema que oferece mais do que seu antecessor, Star Fox 64 cumpre bem esse papel, fazendo com qualidade todas estas novidades. Basicamente, o gameplay é igual ao seu predecessor, com visão atrás da nave e uma mira que auxilia nos tiroteios e movimentos de evasão, como o conhecidíssimo Barrel Roll.

As conversas por voz entre os parceiros e inimigos também foi vista com bons olhos, pois além de ser coisa rara na época, trazem mais imersão na história. Assim como as medalhas que lhe premiam caso cumpra alguns requisitos a mais nas fases. E falando em tarefas, cumprindo todas, algumas ou nenhuma te dá como resultado rotas diferentes passando por planetas diferentes, sendo bem claro que para obter o melhor do jogo, é necessário ser o melhor no jogo.

Foi a estreia do Rumble Pak, acessório que acoplado ao controle fazia o controle vibrar. Ele vinha junto com o jogo e foi mais uma Nintendice que acabou sendo explorada pelos concorrentes, assim como o direcional em cruz ou a alavanca analógica.

Quer curiosidades? Vai no Google!

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Um bom jogo também tem boas curiosidades. E não foi diferente com Star Fox 64. Desde 1997 até hoje, várias referências foram importadas e exportadas pelo título:

Do A Barrel Roll: O Google é conheciárias do por suas várias brincadeiras. E uma delas faz referência não só a este jogo, mas a toda a franquia. Com certeza se está aqui, digitou Do a Barrel Roll na pesquisa certo? Se não, digite isso e venha dizer o que aconteceu.

Máscaras de Zelda: Majora’s Mask dava a Link a possibilidade de ter atributos diferentes com várias máscaras disponíveis. Seja para falar com personagens específicos ou fazer algo que sozinho não conseguiria, elas ampliaram muito a forma de se jogar a aventura. Quatro destas máscaras são referências aos heróis espaciais, pois temos a máscara do coelho, do sapo, da raposa e do falcão, os animais representados pelos heróis, além do porco, que representa o traidor.

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Katina Day: A fase Katina faz referência a um blockbuster da época, Independece Day. É comum vermos as “navinhas” do filme e até a nave-mãe aparece, como o chefe da fase. Só não tem Casa Branca explodindo nem Will Smith.

Fox Wars 64: Star Wars também é homenageado pelo jogo, pois em seu final existe uma cena que lembra muito o Episódio IV: Uma Nova Esperança. “I’ve got a bad feeling about this” também é ouvido aqui.

General Pepper’ Lonely Hearts Club Band: Sim, o general Pepper é referência ao clássico álbum dos Beatles.

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Pernas amputadas desmascaradas? Existiu um mito de que os pilotos de Star Fox tinham as pernas amputadas, para facilitar as missões espaciais (já que longe da gravidade, o cérebro recebe menos sangue do que o necessário e com um corpo “reduzido” os riscos de perderem órgãos vitais diminuiria muito). Tudo foi ampliado após a capa de uma Nintendo Power que mostra Fox com uma perna metálica. Porém em Star Fox 64 os personagens andam de maneira normal e nenhuma prótese é vista. Seria o fim da lenda urbana?

Teatro de Fantoches: Miyamoto queria algo diferente de humanos e robôs na galáxia, por isso os animais como personagens. E por adorar teatros de fantoches como os Muppets, a comunicação deles no jogo é semelhante a um fantoche. É só ver qualquer vídeo de nossa matéria e reparar bem.

Deu vontade de jogar? Então vamos salvar Lylat de novo!

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Star Fox 64 é, como vários jogos da RetroArkade, um título que merece ser jogado ainda hoje. Se observarmos títulos recentes de jogos de nave (ou avião mesmo), podemos ver que a franquia envelheceu bem, pois ainda é um título consistente e um jogo atraente, mesmo passados tantos anos.

Além de suas sequências lançados para os novos consoles e o aguardado novo jogo para o Wii U, a versão clássica está disponível no Virtual Console para Wii/Wii U e ainda tem o Star Fox 64 3D para 3DS, com gráficos melhorados e novos modos. Se valia a pena jogar há 20 anos, também vale a pena jogar hoje.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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