RetroArkade – Todas as versões de Mega Man X
Que Mega Man X é um sucesso, ninguém pode questionar. A série com o robozinho azul, já era extremamente popular desde os tempos do NES 8-bit. E, em 1993, a Capcom conseguiu melhorar o que já era bom. Seja com um plano de história mais maduro, novidades no gameplay, como as peças de armaduras, e o bom e velho desafio de sempre, uma nova legião de fãs surgiu em torno do game.
Fazendo-o tão popular que, além da própria série, que conta com oito games principais (e o quarto é o meu favorito), o primeiro game acabou sendo lançado de várias formas diferentes. Assim sendo, vem comigo conferir todas as versões lançadas de Mega Man X, desde a sua estreia, durante os anos 90, no Super Nintendo.
Super Nintendo – Onde tudo começou (1993)
Mega Man já era um fenômeno no início dos anos 90. Com o sucesso de todos os seus games no NES, a Capcom decidiu que havia chegado a hora de levar seu querido robô ao Super Nintendo. Mas, ao invés de estrear com Mega Man 7 (tal jogo chegaria apenas em 1995), a decisão foi de dar um novo ar para a franquia, que já dava sinais de cansaço no console de 8-bits.
Assim, Mega Man X levava o mesmo gameplay clássico a um novo contexto. O jogo se passava 100 anos após os acontecimentos dos games originais, e coloca X em conflito com os Mavericks, robôs malvados, comandados por Sigma, que declararam guerra a todos os humanos.
Ainda entre as novidades, tivemos as partes da armadura, que estavam escondidas pelas fases e garantiam poderes extra a X. E Zero, que fez sua primeira aparição como coadjuvante, e com o passar do tempo foi se tornando tão importante para a franquia, como X. A ponto de ser jogável em games futuros.
Tais novidades se mostraram muito corretas. Mega Man X foi um fenômeno em sua época, vendeu milhões de unidades, e garantiu para a Capcom uma nova série, que viria a ter seus próprios jogos e história evoluídos a partir dali.
MS-DOS – A primeira conversão (1995)
https://www.youtube.com/watch?v=j5o2UnunZ1A
Durante a década de 90, games de console não eram muito comuns nos computadores. Havia sim, um ou outro game, como Aladdin. Mas, de fato, quem reinava nos PCs da época era o onipresente Doom, além de outros games, como Wolfenstein 3D, ou Heretic. Mesmo assim, a Capcom acreditou no PC e, dois anos depois, Mega Man X chegou ao DOS.
A conversão é praticamente o mesmo game de Super Nintendo, com as devidas mudanças gráficas e sonoras, dependendo do kit multimídia que o jogador possuísse. Porém, aqui havia uma interessante novidade. Diferentemente do Super Nintendo, que dependia de passwords para garantir o progresso, nos computadores, havia a possibilidade de salvar o game no disco rígido.
Game Boy Color – Igual, mas diferente (2000)
Com o sucesso do Game Boy Color, algumas iniciativas interessantes chegaram ao portátil. Uma delas envolveu o X. Assim como Donkey Kong Country, que foi adaptado para ser lançado no portátil com o mesmo gameplay e fases do Super Nintendo (não confunda com a série Donkey Kong Land, lançada anos antes para o Game Boy original), Mega Man X-Treme foi a tentativa de levar o clássico para o portátil.
Mas, apesar da fase de introdução idêntica ao do game original, o enredo era outro. Desta vez, a paz que reinava no mundo, junto com a harmonia entre humanos e Reploids é ameaçada por uma invasão ao quartel general dos Mavericks Hunters. Tal invasão gerou arquivos falsos que foram enviados para todo o mundo, garantindo o caos.
Assim, X precisa encontrar o inimigo, que ainda não está identificado, mas que ressuscitou os robôs derrotados no passado. Desta forma, X precisará enfrentar alguns robôs de Mega Man X, e Mega Man X2, com as devidas adaptações para se tornar jogável no portátil.
Elogiado por seu visual e jogabilidade, mas criticado por sua dificuldade, não balanceada para o portátil, o game divide opiniões até hoje. Mas está entre um dos mais indicados, para quem quer conhecer a biblioteca do Game Boy Color.
Playstation 2 e GameCube – A coletânea (2006)
Com seis games no currículo, a Capcom decidiu, em 2006, levar todos os games em um só disco. Desenvolvido pela Capcom dos Estados Unidos, o game teria algo muito desejado pelos fãs: uma nova dublagem, já que muitos consideram o trabalho nos games com voz sofrível.
A coletânea trouxe uma galeria com imagens, vídeos e músicas, além de Mega Man Battle & Chase, um “Mario Kart” com personagens da série clássica. Mas haveria muito mais conteúdo, se Keiji Inafune, não intervisse.
O criador do personagem argumentou na época que a Capcom japonesa estava desenvolvendo o remake do game, o Maverick Hunter. E que muitos extras poderiam ofuscar o remake, e atrapalhar suas vendas no ocidente. Uma decisão no mínimo estranha, uma vez que o remake saiu para o PSP, enquanto a coletânea estaria disponível para Playstation 2 e GameCube.
Mega Man Maverick Hunter X – O Remake de bolso
Treze anos após seu lançamento, chegou a hora do remake. O formato de Mega Man se mostrou muito agradável nos dispositivos portáteis. Assim, o PSP teve as honras de garantir o retorno de X. Porém, o remake não contava apenas com gráficos refeitos. A Capcom atualizou muita coisa no game.
Em Maverick Hunter, o gameplay e estrutura básica continuam os mesmos, mas com cenários e personagens em 3D. As músicas foram todas remixadas, assim como os efeitos sonoros, que emprestaram de Mega Man X8 seus elementos.
A história segue a mesma, mas foi devidamente atualizada. Com textos, que explicam melhor o contexto, além de algumas cenas em anime, que dão um extra muito agradável ao jogo. As cápsulas foram escondidas em lugares diferentes, as fases de Sigma foram replanejadas. E há até um OVA, chamado The Day of Sigma, disponível ao terminar o jogo.
Por fim, um modo inédito, mostrando que, desde antes dos remakes de Resident Evil, a Capcom já levava jeito para este tipo de coisa. Trata-se do Modo Vile, que trazia a história na visão de Vile, em uma linha do tempo alternativa.
Havia o plano de continuar os remakes dos seis primeiros games, mas as baixas vendas do primeiro jogo acabou levando o projeto para a gaveta.
Wii Virtual Console – (2011)
Com o sucesso do Virtual Console, seria natural encontrar Mega Man X na plataforma. E foi exatamente o que aconteceu em 2011. O game é o mesmo que já jogamos no Super Nintendo. Porém contava com a possibilidade do save state, disponível no Wii, além da jogatina sem fio, com o Classic Controller, que era um tanto mais conveniente.
O game também está disponível no Virtual Console do New 3DS. Permitindo, assim, aos fãs levarem X e Zero, em sua luta contra os Mavericks, para qualquer lugar.
Android / iOS – A aventura chega aos smartphones (2011)
Como no PSP, e no 3DS, foi um fato que o gameplay de Mega Man teve uma boa adaptação nos portáteis. E, em 2011, a aventura de X ganhou novos ares nos smartphones. Com o sucesso do iPhone, e a ascensão do Android, uma versão do game chegou para os smarphones.
O game é exatamente o mesmo dos tempos de SNES. Mas os gráficos foram totalmente refeitos, usando ainda de 2D, porém em alta definição. É possível controlar nas opções um carregamento automático para o X. E os controles foram adaptados para a tela dos aparelhos.
E, como outra novidade, em uma busca para obter sucesso entre os gamers casuais, foi um Easy Mode bem completo. Jogando do jeito fácil, os inimigos eram bem mais simples de serem derrotados. E os buracos das fases foram “fechados” com plataformas. Ficando impossível perder vida caindo neles.
Playstation 4, Xbox One e PC – A coletânea definitiva (2018)
Por fim, o ano de 2018. Já faz tempo que não temos nenhum game de Mega Man X. A série original recebeu alguns games no passar dos anos. Mas os fãs até hoje aguardam ansiosamente um anúncio de um novo X. Para amenizar, no ano passado a Capcom lançou Mega Man X Legacy Collection. E, é claro, que o primeiro game está na coletânea.
Assim como no MS-DOS, agora é possível salvar o game, dispensando os passwords. É possível usar filtros diferentes, e adaptar o fundo da tela, além de sua proporção. Aqui também há um Easy Mode, para ajudar os novatos. E para quem quer desafio, o X Challenge garante desafios contra dois chefes ao mesmo tempo. Além de permitir a escolha de apenas três poderes especiais antes dos combates.
Junto com uma galeria rica, que junta comerciais, artes conceituais, e até o OVA do PSP, a coletânea conseguiu se tornar uma compra obrigatória a todos os fãs do personagem.