RetroArkade: Como foram seus torneios de Winning Eleven?

13 de setembro de 2015

RetroArkade: Como foram seus torneios de Winning Eleven?

Em uma época aonde multiplayer era sinônimo de reunião em uma casa, com disputas de games e zoação cara a cara, Winning Eleven foi um dos preferidos da galera. Vamos relembrar os “pais” de PES?

Começando pelo começo, né? Pois bem: tudo começa com International Superstar Soccer. O sucesso do game para Super Nintendo era total, porém o 16-bit da Nintendo já estava vivendo seus últimos dias, com o holofote da mídia e dos gamers sendo direcionado para Saturn, Playstation e Nintendo 64.

A Konami, obviamente, já estava se preparando para esta nova geração afinal via uma concorrência nascendo com o recém lançado FIFA Soccer. Assim, em 1995, o Japão conheceu o J-League Winning Eleven, uma nova franquia criada pela recém formada Konami Sports, apresentando os times da também novata liga japonesa de futebol (a J-League), e gráficos apenas vistos nos jogos da Sega até então, como o Virtua Striker e o Worldwide Soccer.

Após alguns meses, o resto do mundo recebeu o Goal Storm, jogo que recebeu esse nome em meio a uma enorme confusão da Konami e seus games de futebol que tentaremos explicar na próxima linha.

Não é tudo PES, nem Winning Eleven. Mas é tudo a mesma coisa

RetroArkade: Como foram seus torneios de Winning Eleven?

Vamos começar pelo começo: International Superstar Soccer e sua atualização Deluxe foram o primeiro título de sucesso. Porém, no Japão estes jogos se chamavam Jikkyou World Soccer. Aí quando a geração 32-bit chegou, a série Winning Eleven veio junto, porém com o nome de Goal Storm. Porém, a franquia International Superstar Soccer/Jikkyou World Soccer continuava existindo, com versões para Nintendo 64, Playstation e até Playstation 2.

Mas para piorar, os jogos Winning Eleven continuaram sendo lançados no ocidente com a marca ISS, sendo que já não faziam parte da mesma franquia. E para fechar com chave de ouro, os jogos europeus de Winning Eleven começaram a chegar com o nome Pro Evolution Soccer. Piorando tudo, tinha a pirataria, que vendia apenas “o jogo” e não a versão correspondente a cada mercado, já que nem havia representação das marcas, o que fazia essa completa confusão. Se você entrou em alguma briga por causa destes nomes todos em sua escola, não deixe de comentar conosco.

Foi apenas em 2009 que a Konami colocou os pingos nos i’s, e definiu todos os jogos de futebol para o ocidente com o nome Pro Evolution Soccer, ou o PES que todos conhecemos, além do fato de ISS ser passado. Só que no Japão… até hoje a série se chama World Soccer: Winning Eleven. Pelo menos agora está tudo devidamente esclarecido e definido. E os alunos de hoje não precisam trocar tabefes no recreio.

Na nossa lembrança de jogos, para ficar mais prático, vamos chamar os jogos pelo nome “mais conhecido” de cada um, ok? Ah, e por ser uma coluna retrô “bem retrô”, vamos lembrar apenas dos jogos para PSOne. Se quiser relembrar os da geração 128-bit, dá um toque no Luan que ele pode fazer algo lá no Para Sempre PS2.

Goal Storm – 1995

A série “estreou” no Japão em 1995 e assustou a muita gente, pois futebol tridimensional estava apenas com a Sega e seu Virtua Striker, porém era um game arcade e o fã de futebol queria algo um pouco mais parecido com a realidade. Então a Konami trouxe, além dos gráficos realistas para a época, elementos de transmissão ao vivo de uma partida, com placar semelhante aos das transmissões, animações de entrada de campo e exceução de hino (no caso da versão internacional).

Na versão japonesa, algo chamou a atenção de quem era brasileiro. Com o torneio sendo exibido na TV Cultura, conhecíamos um pouco Jubilo Iwata, Kashima Antlers e os outros clubes, que contavam com Dunga, Zico e tantos outros que promoveram o esporte por lá.

Um pouco de ISS estava presente no título, como a fonte dos nomes dos jogadores e o ritmo da torcida, porém já era fácil notar que a série iria caminhar para outro caminho.

Goal Storm ’97 – 1997

A sequência chegou com mais cara de transmissão esportiva ainda, com jogadores melhor detalhados, mais definidos e novos estádios. Talvez este foi o game que introduziu os jogadores mais velhos no mundo do futebol pós-ISS da Konami. Já dava pra notar, mesmo que borrado, alguns elementos interessantes, como a camisa do Brasil, que tinha detalhes em relevo com seus escudos remetendo ao tetra mundial da época, além de escudos e logotipos de fornecedoras de material esportivo.

Outra novidade foi a torcida, sempre ativa, gritando alto, no melhor estilo japonês possível. E falando em sons, nada como relembrar o barulho de batida de carro que os passes tinham aqui, hein?

Winning Eleven 3: World Cup – 1998

Todos sabemos que a marca FIFA World Cup está na mão da EA até hoje e seus jogos FIFA é quem levam os estádios e times oficiais da Copa do Mundo aos consoles. Porém no Japão, a Konami também conseguiu os direitos com a Copa do Mundo na França e trouxe aos japoneses (e a nós, via banquinha da esquina) os mesmos grupos e times do torneio.

Na versão sem “japonês”, tínhamos o International Superstar Soccer ’98, que trazia as mesmas coisas, menos as referências ao torneio.

Winning Eleven 4 – 1999

Talvez o mais popular da geração 32-bit, o quarto Winning Eleven revolucionou a franquia, apresentando alguns elementos que fazem a diferença na série até hoje. Foi neste jogo que alguns clubes foram inseridos na série, como o Barcelona, o Vasco ou o Palmeiras, e também aonde houve a primeira Master League.

Nos Estados Unidos, o jogo foi lançado com o nome ESPN MLS Gamenight, com Valderrama na capa e os times da MLS disponíveis, divulgando assim o recém criado campeonato estadunidense de futebol, que hoje ganhou bastante popularidade com o Kaká e seu Orlando City.

Winning Eleven 2002 – 2002

E por fim, o último jogo da franquia para o PSOne. Enquanto a série já aspirava albos maiores no mundo 128-bit, aonde não seria mais um jogo exclusivo de Playstation, dividindo com o segundo console da Sony os games com o primeiro Xbox e o GameCube.

E como todo jogo “apagador de luz”, temos uma evolução nos elementos, e só. Mas isso não faz do jogo menos divertido e, como o mundo asiático estava alvoroçado devido a Copa do Mundo que aconteceria em 2002 no Japão e na Coreia do Sul (saudades seleção brasileira que ganhava), muito do espírito deles foi transferido ao jogo.

Roberto Carlooooos!!!! Ronadiiiiruuuu!!

Independente da versão que você jogava, o fato de Winning Eleven ser um jogo extremamente disputado dava ao jogador o dever de descobrir os macetes para dominar o jogo. Isso vale para os dibre com X+círculo, vale para a apelação de se jogar com equipes africanas (especialmente Nigéria ou Camarões) só pelo fato dos jogadores correrem mais, ou fazer o ataque (do Winning Eleven 3 para frente) com Ronaldo e Roberto Carlos. E sim, Roberto Carlos foi o jogador mais badalado do jogo. Tudo foi culpa disto:

Desde quando ele chamou atenção com esse gol de falta, que ganhou a devida animação nos jogos da franquia, o fato dele chutar bem na bola, ser bom cobrador de faltas e ser pequeno e rápido fizeram do lateral da seleção brasileira e Real Madrid o preferido dos apelões. Jogar com o Roberto Carlos era o mesmo que jogar com Ryu e ficar soltando Hadouken sem parar ou congelar os outros com o Sub-Zero: enchia o saco.

Outra coisa que nos divertia muito, era a narração em japonês dos jogos. Praticamente 101% dos jogadores tinham em casa a versão japonesa que contava com a empolgante narração de John Kabira. E quer saber, você sabe de cor esta escalação: Jida, Rushio, Roku Junia, Robeuto Mauros, Kashiu, Emerson, Zé Roberto, Furabio Con sei ti on, Ronaujiju, Ronaudu, Adoriano!

Sem contar as inúmeras versões alternativas, envolvendo campeonatos brasileiro, argentino, paulista, carioca, Taça Libertadores e muito mais, que no fim das contas, acabou sendo apreciada pela própria Konami, depois de tantos Bomba Patch, que acabou inserindo várias ligas oficiais, estádios e torneios importantes. Se hoje você joga PES na Vila Belmiro ou na Arena Corinthians, curte todos os times da Série A ou tenta vencer a Taça Libertadores com seu clube preferido, saiba que isso veio lá dos tempos do PSOne.

No fim, Winning Eleven ainda existe, mas não da maneira que conhecemos. Os botões são os mesmos há 20 anos, porém a evolução trouxe visuais realistas, sensação de transmissão ao vivo e mais modos, como uma Master League bem completa e o Rumo ao Estrelato. Mas nada tira os méritos dos primeiros jogos, que ainda divertem. Por isso, fica o convite: pegue seu PSOne do armário, ligue ele na TV e jogue com seus amigos Winning Eleven. Garanto que irão se divertir demais!

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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