Rock in Rio 2022 – Måneskin cativa o Brasil em noite com Guns N’ Roses e Offspring
Após os shows da primeira semana de Rock in Rio, o evento retornou para a sua segunda e última “maratona” de eventos, iniciando neste dia (8) com shows de CPM 22, Offspring, os italianos do Måneskin e o grande nome da noite, Guns N’ Roses. Mas quem cativou o público, apesar da aprovação (dividida) com o show de Axl e companhia, com certeza foi o carisma dos italianos.
De volta ao Rock in Rio, após o show de 2019, que contou com a parceria com o Raimundos, Badaui trouxe a nova formação do CPM 22, com o baixista Ali Zaher e Daniel Siqueira na bateria. A dupla deu conta do recado e cumpriram suas missões muito bem.
É claro que os sucessos do CPM 22 fizeram parte do show, como O Mundo dá Voltas, Dias Atrás e Regina Let’s Go, que terminou o show, mas músicas novas também agradaram, como Tudo Vale a Pena?, música nova feira com o titã Sérgio Britto, e até uma música da lendária banda brasileira, Será que é isso que eu necessito?
Em sequência, foi a vez do Offspring. O quarteto iniciou seu show com seus sucessos clássicos, levando o público presente para os dias de MTV Brasil, quando o grupo era um dos mais presentes na extinta emissora. Ou de Crazy Táxi, game da SEGA que conta com a banda na trilha sonora. O grupo trouxe o essencial de sua história, sem grandes surpresas, mas agradou quem cantou sucessos como Why Don’t You Get a Job ou Come out and play.
Na sequência, chegou a vez dos brasileiros conhecerem melhor o Måneskin. Banda italiana vencedora do Eurovision, concurso musical muito popular na Europa, o grupo provou que não é banda “de um hit só”, entregando energia e o típico calor italiano no Palco Mundo. O público, que conhecia pouco do grupo, foi, música a música, entendendo e curtindo o show do grupo.
No setlist, teve músicas em inglês, como o hit Beggin e cinco em italiano, como In nome del padre, o que trouxe um tempero diferente para um Palco Mundo quase que majoritariamente em inglês. E ainda cantaram Love of My Life, hino do Queen. Assim como Bruce Springsteen fez em 2013, “tocando Raul” para cativar um público que não era totalmente composto por quem o conhecia, os italianos “apelaram” para um grande momento do Rock in Rio do passado, quando o grupo de Freddie Mercury fez um show histórico na primeira edição, tocando esta música.
“Agora os fãs do Guns N’ Roses vão ficar felizes, porque vamos tocar nossa última música e sair fora do palco”, disse Damiano David, ao final. Mas mesmo o fã do Guns queria ver mais dos italianos, o que inclui a carismática baixista Victoria De Angelis, que se jogou no público, tocou de todas as formas possíveis e provou, junto com seus companheiros, que o “Rock não está morto”, basta apenas não deixar a atitude e a qualidade de lado.
Coisa que o Guns N’ Roses sabe muito bem. Mesmo com a já muito comentada voz de Axl, que está muito distante dos dias de glória da banda, nos anos 90, o grupo entregou o que os fãs queriam, mesmo com a já esperada limitação. Sim, Axl causou estranhamento no local ao tentar atingir notas mais agudas, falhando em sucessos da banda, como Welcome to the Jungle ou Civil War.
A questão é que o fã, que pagou ingresso para ver Axl, Slash e companhia, o fez sabendo destas questões. E era comum ver, seja no Twitter ou na Cidade do Rock, fãs criticando ou defendendo Axl, em uma “polarização”. Mas não é correto dizer que Axl Rose, com seus 60 anos, não segue tentando. Além de demonstrar um respeito imenso com o Brasil, vindo regularmente, não apenas ao Rock in Rio, mas em diversos outros locais, incluindo nesta visita de 2022.
Vale mencionar também que o show atrasou “só” dez minutos, algo raro vindo de Guns N’ Roses. O grupo também tocou músicas de Chinese Democracy, o que deixou os fãs mais fieis felizes, e ainda cantou Knockin’ on Heaven’s Door em homenagem a Elizabeth II, monarca do Reino Unido que faleceu nesta quinta (8).
O Rock in Rio segue nesta sexta (9), com Capital Inicial, Billy Idol, Fall Out Boy e Green Day no Palco Mundo, além de Avril Lavigne no Palco Sunset.