Rock in Rio 2024 – Musical “Sonhos, Lama e Rock and Roll” conta a história da criação do evento
O Rock in Rio comemora 40 anos em 2025, mas aproveitou a edição de 2024 para celebrar suas quatro décadas. E uma das maneiras encontradas para isso foi a criação de um musical inédito, que usou um dos ginásios do Parque Olímpico do Rio de Janeiro para transformá-lo em um teatro, para a apresentação de “Sonhos, Lama e Rock and Roll”.
A premissa do musical é simples: contar um pouco da história da criação do primeiro Rock in Rio, assim como parte de sua concepção, como a criação da sua logo e de sua famosa música-tema, assim como as dificuldades vividas, como o fato de ter que convencer artistas internacionais a virem para um evento, em dias os quais o Brasil não era um local tão frequentado por eles, ou as questões envolvendo o aterro e o embargo do então governador do Rio de Janeiro na época, Leonel Brizola.
Assinada pelo próprio Roberto Medina e com produção musical de Zé Ricardo, obviamente a obra é “de casa” e vai vangloriar o evento e seu criador, mas não há grandes exageros nesse sentido. Contar tanta história em 40 minutos também foi um desafio e tanto, mas conseguiram resumir muito bem os fatos, e quem já conhece esta história se identifica bem com os fatos.
E, como se trata de um musical, é claro que a trilha sonora faz referência ao musical. As músicas escolhidas são de artistas que passaram pelo festival, como We Will Rock You do Queen, América do Sul, de Ney Matogrosso (que fez o primeiro show da história do Rock in Rio) e Alagados, dos Paralamas do Sucesso, que tocaram também na edição deste ano. Também tivemos Live And Let Die, que embora seja de Paul McCartney e seus Wings, foi regravada pelos Guns N’ Roses, banda que visitou bastante o festival.
A história segue o ponto de vista de Maria Antônia Lobo (interpretada por Bel Kutner e Malu Rodrigues), uma autora fictícia que relembra sua carreira, o que inclui sua participação do primeiro Rock in Rio, levando o público de volta a 1984, ano da concepção do projeto. Tal visão coloca Medina e sua equipe não como personagens principais, mas como figuras de observação, o que ajuda na compreensão da história.
Na vez que assisti o musical, no dia 15, o auditório estava praticamente lotado e durante as quatro apresentações diárias do musical, em todo os dias do evento, a capacidade do auditório estava sempre cheia, mesmo em um local mais distante e isolado, pois um dos ginásios do complexo virou escola e não recebeu atividades em seu entorno, salvo o acesso ao musical.