Rock in Rio – Bon Jovi cativa o público de novo, em noite com Goo Goo Dolls e Dave Matthews Band
Após a noite de sábado, com o Foo Fighters arrebatando a plateia, no domingo o Rock in Rio recebeu mais shows, com Bon Jovi mais uma vez sendo o grande nome de uma noite. Além dele, Ivete Sangalo, Goo Goo Dolls e Dave Matthews Band também fizeram suas apresentações.
Ivete, como sempre, fez seu show baseado em seus sucessos, e mostrou que consegue cativar qualquer público, já que quem estava por ali cantou com ela suas músicas. Já o Goo Goo Dolls fez sua apresentação baseada em abrir a sua caixa de sucessos dos anos 90, e levar seu pop/rock em um show sem margem para erros. Iris, o grande hit da banda, foi mais um dos bons momentos do festival, com o público cantando junto.
Estas músicas, em sua maioria vindas das décadas passadas, eram presença garantida nas mais variadas rádios pop pelo Brasil. Sabiamente, então, a banda utilizou-as a seu favor, garantindo assim a atenção do público. Que seguiu a noite vendo a Dave Matthews Band. A banda, conhecida por levar a música a extremos técnicos e por suas músicas de muitos minutos, fez o caminho inverso dos Goo Goo Dolls.
Sem músicas de “Rádio FM”, Dave Matthews e sua trupe tocaram seus sucessos, como Crash, Ant’s Marching, e ainda com espaço para covers de Sledgehammer, de Peter Gabriel, e uma interessante mistura de Back in Black, do AC/DC, com Staying Alive, dos Bee Gees. E funcionou bem. A banda não é um grupo feito para fazer “a galera pular”, então o Rock in Rio ficou “divido”: aqueles que curtem boa música ficaram de olhos vidrados na apresentação, enquanto os que gostam de pular, dispersaram.
Foi curiosa também a participação da Dave Matthews Band. Seus shows são conhecidos por durarem cerca de três horas, e são repletos de improvisações. Um prato cheio para quem gosta de música sólida, completa, e tecnicamente avançada. O que não é lá muito a cara de um festival como o Rock in Rio. Mesmo assim, a banda, que tem uma presença de palco incrível, deu conta do recado.
O que nos leva a perceber outra questão curiosa desta noite. O fato de que o line-up foi um tanto esquisito. É comum o Rock in Rio selecionar suas atrações através de um certo grau de afinidade musical. Mas hoje, tivemos axé, pop rock (de uma banda que já foi punk um dia), uma banda extremamente técnica, e o Bon Jovi. Isso gerou um comportamento diferente do público. Se no sábado, todas as apresentações contavam com presença do público, no domingo a situação foi diferente, com um público menos presente (salvo alguns bons momentos), e até disperso, em algumas ocasiões.
O Bon Jovi, que também ficou na zona de conforto dos seus hits das décadas passadas, fez a alegria de seus fãs. Tocou tudo o que eles queriam: Livin’ on a Prayer, que encerrou a noite, You Give Love A Bad Name, Bad Medicine, e tantos outros. Destaque para In These Arms, que foi cantada por David Bryan, o tecladista da banda.
Outro ponto que chamou atenção é a sempre comentada voz de Jon Bon Jovi. Sabe-se muito bem que o cantor não consegue mais atingir o seu nível de outrora. Mas, corajoso, segue buscando meios de adaptá-las. Seu público sempre reconhece isso, e seu carisma, que conta com sorrisos, interações, e mais uma garota subindo ao palco para dançar com o cantor e ganhar um beijo, fazem do show um tiro certeiro, para quem gosta de seus sucessos. Blood on Blood, uma das músicas que mais exige do cantor, foi executada na medida do possível atual.
Mas Always, a preferida de sempre, foi o grande momento do show. Apesar de Bon Jovi não conseguir mais cantá-la mais como antigamente, o público não se demonstrou muito preocupado com isso. Cantou junto e garantiu, mais uma vez, um bom show da banda no Brasil. E no Rock in Rio.
O Rock in Rio volta no dia 3 de outubro, com o Red Hot Chilli Peppers como a grande atração da noite. Durante a semana, estaremos trazendo conteúdo do Rock in Rio, envolvendo outros temas abordados pelo festival, o que inclui os videogames.
Todas as fotos: I Hate Flash / Rock in Rio