Rock in Rio: The Who traz uma aula de Rock e Guns N’ Roses fazem show energizante
Em mais uma noite de Rock in Rio, era dia de conferir duas lendas do rock que, apesar da idade, seguem arrebatando público e oferecendo seus hits, suficientes para trazer alegria aonde quer que toquem. Junto a Titãs e Incubus, a noite de ontem com The Who e Guns N’ Roses foi bem interessante de se conferir.
Os Titãs seguiram a cartilha das bandas brasileiras que, sensibilizadas com os nossos inúmeros problemas, sejam eles políticos, sociais, em relação a violência ou ao desmatamento, deixaram seu recado: “Que essa música seja uma oração pela paz”, comentou Sérgio Britto, antes de Epitáfio. Diversão, Sonífera Ilha, Cabeça Dinossauro e A a u u foram alguns dos sucessos da banda que agradaram a todos os presentes.
https://www.instagram.com/p/BZZtjYPHV9p/?taken-by=revistaarkade
Já o Incubus, surpreedeu ao oferecer um show muito competente e caprichado. Seguindo a linha de bandas “que a maioria não pagou pra ver”, e que precisam se desdobrar para chamar atenção do público, a banda do vocalista Brandon Boyd fez uma apresentação bastante honesta, fazendo hora um rock mais pesado, e outra hora, algo mais alternativo. Anna Molly, Wish you Were Here e Love Hurts foram algumas das músicas interpretadas.
The Who e a sua aula de Rock’n Roll
https://www.instagram.com/p/BZbngsNHnem/?taken-by=revistaarkade
Continuando as apresentações de sua primeira apresentação no Brasil, o The Who trouxe muita energia para a Cidade do Rock. Já que a visita da banda era aguardada por mais de cinco décadas, os fãs nem se importaram com as questões de idade da banda e do fato de a banda contar com apenas dois de seus músicos originais. O foco era celebrar uma lenda viva do Rock e o próprio Rock em si, e isso foi feito com maestria.
Em uma hora e quarenta minutos de show, a banda mandou seus clássicos de sua trilogia definitiva, Tommy (1969), Who’s Next (1971) e Quadrophenia (1973), o que significa que o público dançou Substitute, Who’s Are You, The Kids Are Alright e mais. Um Rock honesto, sem frescura, focado mais na diversão do que em que qualquer outro fator garantiram uma noite positiva da banda na Cidade do Rock e uma digna celebração do Rock’n Roll.
Despojado e sem muitas preocupações quanto a voz e música, a banda mostrou que o Rock in Rio precisava deles e eles precisavam do Rock in Rio. Com o passar dos anos, o evento foi perdendo, naturalmente, sua aura mitológica, mas isso não é algo necessariamente ruim. Significa que o festival vai mudando seu planejamento, e mais shows podem ser acompanhados neste formato, mas é claro que vez ou outra, assim como foi com Bruce Springsteen em 2013, ou com o Iron Maiden em 2001, é muito bom contar, vez ou outra, com uma apresentação deste calibre, o que mostra que o evento segue interessado em manter sua aura de grande festival que é.
Guns N’ Roses e sua surra de sucessos!
https://www.instagram.com/p/BZboD3YHxyH/?taken-by=revistaarkade
As apresentações do Guns N’ Roses, desde sempre, foram bastante tensas. Antigamente, devido ao comportamento explosivo de Axl Rose e, mais recentemente, devido ao “relaxo” do vocalista, que deixou a sua eternizada voz se perder e oferece bons atrasos em seus shows, de maneira constante. Porém, desta vez, sem maiores polêmicas, o show começou na hora (Ok, foram 20 minutos de atraso, mas vamos fazer de conta que está tudo ok). Axl Rose e o Guns N’ Roses tinham contas a acertar com o Rock in Rio e o fizeram muito bem.
Assim como todos os outros vocalistas mencionados durante as coberturas do evento, vale mencionar: esqueça a voz de Axl. O show do Guns aconteceu para um público que ainda adora gritar Sweet Child O’ Mine e que, finalmente, conseguiu ver uma banda mais próxima da qual era nos seus tempos áureos, ao invés do “cover com Axl” que seguia tocando anteriormente, com a presença de Slash e Duff.
Paradise City, Patiente, November Rain… com os integrantes originais. Era isso o que o público queria e era isso o que o Rock in Rio merecia, após investir anteriormente no Guns mesmo em sua era mais “obscura”. A base de fãs da banda é impressionante e, tal qual outros shows do Rock in Rio, não estavam nem aí para a voz de seu vocalista, nem em outros problemas que poderiam acontecer. Eles queriam era curtir seus ídolos e isso eles fizeram muito bem.
Precisamos entender que, infelizmente, nossas bandas preferidas estão envelhecendo e nunca mais nossos queridos vocalistas poderão cantar como cantavam em 1991. Por isso, o simples fato de continuarem na ativa e oferecerem shows de alta qualidade, já é fato suficiente para que ainda tenha sentido pagar ingressos para assistí-los, além de um alerta para as novas bandas, que não conseguem, por uma infinidade de fatores, alcançar os mesmos patamares de seus antecessores. Mas, mesmo assim, o Guns mostrou que ainda tem muita lenha para queimar e agitar os fãs, com direito a um “descanso” especial ouvindo algumas músicas de Chinese Democracy.