Rock in Rio: Último dia de festival traz apresentação impecável de Red Hot Chilli Peppers

25 de setembro de 2017

Rock in Rio: Último dia de festival traz apresentação impecável de Red Hot Chilli Peppers

O Rock in Rio terminou ontem, e terminou em grande estilo. Com um Palco Sunset agradando demais, e com boas atrações no Palco Mundo, o festival terminou já prometendo retorno em 2019, além de uma edição em Lisboa já no ano que vem. Em tom de despedida e alegria, a organização do evento trouxe números interessantes sobre os dias de música, que agora somam 101 dias envolvendo todas as edições, que já somam 34 anos de história.

A organização também apresentou números interessantes sobre as atividades, que contou com sete dias de shows e atividades por toda a Cidade do Rock, como a Rock Street, a Street Dance, a Digital Stage, locais os quais Youtubers participavam de algumas atividades, a Gourmet Square, o “shopping da comida” no evento, além da Game XP, evento de games que fez bonito e levou 360 mil pessoas para dentro da sua arena durante seus dias de portas abertas, alcançando quase que a metade do público geral, estimado em mais de 700 mil pessoas.

Palco Sunset com roda punk e metal mais violino

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Um local interessante de se conferir neste último dia de Rock in Rio, era o palco sunset. Doctor Pheabes levou o papito Supla para cantarem juntos Imagine, dos Beatles, e várias outras músicas, mas foi com os hits do papito que o local ficou animado. Cantando junto o eterno “pior clipe do mundo” Japa Girl, e fazendo roda punk ao som de Garota de Berlim, o show foi bem aproveitado pela galera presente. A banda República fez também a sua colaboração, levando a violonista Iva Giracca, mas o melhor momento da noite ficou a cargo do injusto show do Sepultura.

Injusto porque o lugar do Sepultura era o Palco Mundo. Em um Rock in Rio que não contou com “o dia do metal”, a banda brasileira fez o público ir à loucura ao som de Phatom Self, I am the enemy e Refuse/Resit, que ainda contou com a participação mais do que especial da Família Lima, deixando o show ainda mais animal. A adrenalina era tanta, que até o Supla se atirou no público presente, deixando o recado de que o metal não deve ser esquecido novamente em 2019. Se o Rock in Rio tem espaço para todos, o metal também precisa marcar presença.

Capital Inicial trouxe Raimundos e mais protestos

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Ainda seguindo a cartilha de protestos do Rock in Rio, o Capital Inicial também fez a sua parte, dedicando Que País é Esse? para o presidente Michel Temer, e cantando a sua clássica Veraneio Vascaína. Porém além de protestos, a banda também homenageou os Raimundos, tocando Mulher de Fases e cativou seus fãs com seus clássicos Independência, Fátima e Primeiros Erros. O Rock brasileiro segue bem, obrigado, porém esta fase de “mesmos nomes” há décadas, sem renovação competente faz com que este Rock in Rio sirva involuntariamente como um sinal de alerta para o cenário, pois não iremos viver para sempre de Capital, Skank ou Ira!.

Offspring e sua fase “Americana” foi uma viagem aos anos 90

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O Offspring é uma banda idolatrada até hoje, mas não há como negar que seu auge criativo, e suas músicas mais curtidas, estão nos anos 90. Americana representa muito bem esta fase, e a banda sabe bem disso, por isso se utilizou “desta arma” para cativar a plateia da Cidade do Rock. Dexter Holland e companhia conduziram um show cheio de energia e a impressão que passaram é a de que a banda não sentiu tanto o passar do tempo, fazendo um som poderoso e contagiante, do mesmo jeito que há duas décadas atrás.

E, se o show começou com tudo, foi no final que o público foi ao delírio. Com Why don’t you get a Job, Americana, Pretty Fly (For a White Guy), The Kids Aren’t Alright e Self Esteem, além da famosa roda punk, até sinalizadores foram acesos na Cidade do Rock. Mais uma vez, fica o toque para levar mais energia para o Rock in Rio 2019. Green Day? Bad Religion? Não custa pedir…

Tirolesa, Açaí e Jared Leto: a loucura (repetida) do Thirty Seconds to Mars

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Jared Leto e sua trupe trouxeram o que o seu público queria: uma “reprise” do que aconteceu em 2013. Assim como na última edição, Leto saltou de tirolesa e comeu açaí no palco, e chamou para si novamente o protagonismo do show, que tem a música como coadjuvante neste caso. Não que a música da banda seja ruim, mas o carisma de Jared Leto se faz suficiente para que os seus fãs presentes no Palco Mundo saíssem de lá felizes e contentes, apenas por vê-lo aprontar das suas no palco, com direito até a convidado especial: Projota cantou um pouco com ele. Mas no fim, foi sim uma reprise: Leto aprontando, as mesmas músicas de sempre e um público fiel bem satisfeito.

Red Hot Chilli Peppers e um impecável apagar de luzes

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Firme. Seguro. Tranquilo. Estas podem ser as palavras que resumem o encerramento do Rock in Rio. O Red Hot Chilli Peppers trouxe para o evento um show extremamente competente e sem grandes invenções. É fato de que a banda, mesmo conhecida por suas loucuras e extravagâncias, é dona de uma qualidade inigualável, e, mesmo com o jeito único de tocar de Flea, nada disso era necessário na noite de ontem. Os fãs sairiam de lá contentes apenas por ouvir as músicas de maior sucesso da banda, executadas muito bem.

Can’t Stop, Californication e Give it Away (a música que todo mundo ruge ao invés de cantar, e isso é muito divertido) foram cantadas juntamente ao público e assim, terminaram o Rock in Rio de uma forma segura e honesta. A banda não comprometeu e garantiu ao evento, que começou tumultuado com a falta de Lady Gaga, seguiu chamando atenção com suas atrações no final de semana Pop, e foi firme ao bancar os medalhões do Rock, uma boa impressão final, deixando todos com gostinho de “quero mais”, que só acontecerá daqui a dois anos, no mesmo lugar, e nos mesmos horários.

Junior Candido

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