Segundos pensamentos a respeito de L.A Noire

16 de junho de 2011

Segundos pensamentos a respeito de L.A Noire

A ideia para escrever este texto começou literalmente em uma mesa de bar. Estava com alguns amigos e uma conversa sobre o novo Mortal Kombat surgiu. Alguns diziam que o novo MK é o melhor já feito enquanto outros preferiam os antigos, quando os personagens utilizavam gráficos fotorrealísticos, feitos com atores de verdade. O modelo gráfico fotorrealístico, apesar de ser uma tecnologia já antiga, nos traz uma identidade interessante, deixando o jogo mais ‘real’.

Me lembro de quando joguei Half Life 2 pela primeira vez. Não poupo elogios para este jogo, e posso dizer seguramente que ele trouxe o gênero FPS a um nível acima, não apenas por ter incontáveis bons títulos feitos em sua engine, tal como Counter Strike Source, Portal, Left 4 Dead e outros, mas por incorporar gráficos, iluminação, animação, modelos e física de uma forma nunca vista antes. Os gráficos de HL2, para a época, eram uma revolução. No começo do jogo, quando o protagonista acorda com aquela famosa frase: “Rise and shine Mr.Freeman, rise and shine.”, o rosto do personagem à sua frente era muito bem feito, bem modelado e provavelmente o mais realista que eu já tinha visto até a época, mas faltava alguma coisa: naturalidade. Nem mesmo a sincronia labial e as piscadas de olho salvavam o personagem de suas expressões faciais robóticas e sem vida. Me recordo de comentar que uma grande limitação, por melhores que fossem os gráficos de um jogo, eram as expressões faciais. Veja o vídeo abaixo:

http://youtu.be/GyjKCzyU21k

O jogo L.A. Noire, analisado na edição 24 da revista Arkade, é um bom título, nada espetacular, mas bom. A mecânica do jogo foi feita para incorporar jogabilidade em cima da tecnologia MotionScan, onde reconhecer as expressões faciais é importante para ter progresso no game. MotionScan, para quem não sabe, é uma tecnologia que faz a captura detalhada da face de um ator, inserindo suas expressões faciais dentro do jogo. Assistindo ao tech trailer de L.A. Noire que demonstra esta tecnologia, é possível perceber que o ator que fez as expressões de Cole Phelps (o protagonista) é igualzinho a ele. Sim, eles colocaram o próprio cara dentro do jogo, veja no vídeo abaixo:

Fico inspirado para fazer uma análise mais profunda sobre como a tecnologia utilizada influencia diretamente no gameplay, mas não vou focar nesta parte, afinal isto já foi abordado no review do jogo. O importante é que, utilizando o MotionScan, os personagens ficam muito mais orgânicos. Associando técnicas de fotorrealismo em modelos 3D, atores famosos poderão ser utilizados dentro de jogos no futuro presente. Poderíamos, por exemplo, ter um jogo de Inception com o próprio Leonardo Di Caprio, ou de Piratas do Caribe com o próprio Johnny Depp. Isto talvez não atraia muito alguns gamers mais hardcore, mas com certeza atrai o grande público.

Mesmo que L.A. Noire tenha passado um pouco batido ao público brasileiro em geral, principalmente por ser totalmente dependente da história tornando o conhecimento em inglês obrigatório para entender e evoluir na trama, o game trouxe inovação nos gráficos. Não da forma clássica, utilizando modelos com mais polígonos, mais texturas e novas técnicas de iluminação, mas com mais naturalidade na animação de personagens. L.A. Noire pode não ser o jogo do ano, mas a tecnologia que ele incorpora eleva mais uma vez o nível de animação e gráficos a um novo padrão.

 

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