Para Sempre PS2: Aumente o volume e pise fundo com Burnout 3: Takedown
O Playstation 2 foi um console que sempre possuiu diversos jogos de corrida e muitos realmente marcaram. Desde os inesquecíveis Need For Speed: Underground, até o cult Auto Modellista, passando por Gran Turismo e também seu spin-off Tourist Trophy. E nesse meio não podemos esquecer de um dos jogos mais lembrados da geração 128 bits, que se destacou por não ser apenas um jogo de corrida, e sim uma verdadeira batalha urbana: Burnout 3 – Takedown!
Lançado em setembro de 2004 pela hoje aclamada Criterion Games, o jogo de corrida que elevou a franquia ao status de melhores do gênero literalmente destruiu na corrida pela concorrência na época. O Para Sempre PS2 agora vai lembrar do inesquecível Burnout 3: Takedown, confere só!
Um início que passou (quase) despercebido
Burnout foi uma franquia que não deu muita sorte, pelo menos à principio. Mesmo tendo uma proposta incomum para a época, as corridas arriscadas com um transito brutal que poderia elevar qualquer batida à praticamente uma catástrofe sem precedentes, Burnout não se destacou entre os concorrentes da época.
O primeiro jogo da série, Burnout, de 2001, até que era um bom jogo e (com o perdão do trocadilho) batia de frente com seus concorrentes da época, mas produzido pela então desconhecida Criterion Games e distribuído pela quase finada Acclaim Entertainment, o game acabou não se destacando mesmo em um ano com poucos lançamentos de peso no gênero. Porém o primeiro passo foi muito bom e toda a violência orquestrada das corridas de Burnout deram o retorno necessário que possibilitaram uma sequência.
E em 2002, eis que é lançado a evolução natural da franquia, Burnout 2: Point of Impact, que adicionava muita coisa na fórmula já estabelecida e fazia com o que o game tomasse um corpo maior do que o anterior. Dessa vez o game contava com muitos mais carros, muito mais pistas e novos modos, como o tradicional Crash Mode, onde o destruição praticamente tirava as corridas de cena e o objetivo era apenas destruir o máximo possível de tráfego. Havia também um Pursuit Mode, onde você perseguia um adversário até “derrubar” o carro dele e tomar o possante.
O jogo ainda possuía gráficos impressionantes para tão poucos anos de vida de console, algo dificilmente visto em títulos multiplataforma. As batidas eram muito mais impressionantes e ao contrário do primeiro, o jogo realmente te punia nos casos colisão com o tráfego, tornando-o um pouco mais complicado.
Ele ainda competiu com nomes de peso em seu ano de lançamento, como Need For Speed: Hot Pursuit 2, (a demo) Gran Turismo Concept, Auto Modellista e o exótico, mas não menos importante, Wipeout Fusion. Nada disso foi capaz de tirar o brilho de Burnout 2 e o game foi ainda melhor sucedido que seu antecessor, fazendo com que a série tomasse novos rumos e ganhasse um potencial gigantesco.
Burnout 3: taca-le takedown nesse carrinho!
Depois do pequeno grande sucesso de Burnout 2 e o iminente fim da Acclaim, a Criterion passava por uma fase de transição e aparentemente não havia grandes planos para expandir a série de corrida. Pelo menos até a chegada da Electronic Arts, que antes como uma concorrente, conseguiu ver um potencial na franquia e decidiu apostar alto em um novo jogo de corrida que tivesse um foco diferenciado do seu ultra aclamado Need For Speed: Underground, lançado em 2003.
A espera de dois anos por um novo Burnout realmente valeu a pena e em setembro de 2004, pontualmente dois anos depois do segundo capítulo da franquia, foi lançado Burnout 3: Takedown, um clássico instantâneo que arrebatou muitos novos fãs e fez com que os que já conheciam a série “suassem” os olhos.
O principal chamariz do game dessa vez era a nova filosofia que lhe dava nome, o takedown. Agora o objetivo do game não era apenas correr e chegar em primeiro lugar, como em todo game de corrida que se preze. Aqui, o objetivo era usar seu carro para jogar os adversários para fora da pista da forma mais brutal possível. A partir daí ser o primeiro colocado nos verdadeiros rachas era uma tarefa, digamos, imprevisível.
Seja batendo na lateral do adversário e o jogando no trânsito, acionando o nitro bem na traseira do próximo colocado, ou mesmo você sendo atacado e sendo destruído voar ladeira abaixo — lembrando que você ainda poderia atingir outros concorrentes graças ao aftertouch — o game trazia uma pegada diferente do que se estava acostumada nos grandes games de corrida. O game ainda recebeu uma classificação Teen nos EUA por conta disso, ao contrário dos seus antecessores que eram recomendados para à partir dos 10 anos.
Mais gráficos, mais carros, mais modos
Um dos grandes pontos a favor de Burnout 3 são seus gráficos de ponta: justiça seja feita, a série sempre possuiu gráficos muito detalhados para trazer a melhor experiência possível ao jogador. Porém, dessa vez a Criterion conseguiu elevar o patamar visual do game, fazendo com que o terceiro capítulo da franquia se tornasse um dos games mais bonitos da geração, mesmo tendo sido lançado um pouco depois da metade da era 128 bits. É realmente gratificante ver em câmera lenta as faíscas dos carros em pleno voo depois de uma grande batida.
O número de veículos disponíveis também aumentou absurdamente. Dessa vez era possível pilotar quase 70 carros, desde veículos de passeio, passando por muscle cars, máquinas de Formula 1, até caminhões de bombeiros. Tudo para levar a insanidade das corridas ao máximo. O jogo ainda possuía pistas variadas, como centros urbanos lotados de prédios e pistas montanhosas.
E claro, para elevar o gameplay ao máximo, o jogo ainda trazia diversos modo de jogo: além do modo World Tour, que serve como uma campanha single player que passa pela América, Europa e Leste Asiático, o jogo ainda possui o novo Road Rage, uma disputa para ver quem faz mais takedowns em uma única corrida até seu carro ficar completamente destruído; Eliminator, corrida que vai eliminando os últimos colocados, até sobrar apenas um concorrente; a volta do Crash Mode, onde você acumula grana por causar a maior destruição possível em cenários pré-scriptados afim de ganhar medalhas de ouro; Pursuit, fazendo também seu retorno, onde conquistar o carro do amiguinho é a bola da vez; e os tradicionais Time Attack e Single Race.
“Aumente seu volume no máximo, essa é a Crash FM”
E se tem um aspecto que o jogo ganha muitos pontos, é na inclusão de músicas de diversos artistas da época na sua trilha sonora, o que empolga ainda mais as alucinantes corridas, como é uma tradição dos jogos lançados pela EA, com incríveis 40 faixas.
Mas ao contrário de seu irmão mais velho, Need For Speed: Underground, que traz uma grande mistura entre Hip-Hop e Eletrônica, com pitadas de Metal e Punk, em Burnout 3: Takedown a aposta foi em artistas e bandas que estavam em alta com o público jovem nos EUA e na Europa. Como não lembrar de músicas como “Right Side of the Bed” do Atreyu, “Reinventing the Wheel to Run Myself Over” do Fall Out Boy, “This Fire” do Franz Ferdinand, “I’m Not Okay” do My Chemical Romance, “I Wanna Be Sedated” do Ramones e “Lazy Generation” do The F-Ups?
Uma trilha marcante para quem foi adolescente no início dos anos 2000 e que faz qualquer fã da MTV daquela época ter espasmos de nostalgia, tudo com a companhia do DJ Stryker, que aliás, não para de falar um segundo durante a jogatina.
Resultados, sequências e futuro
Burnout 3: Takedown foi o game mais marcante da franquia e o responsável por trazer o seu nome ao hall dos grandes do gênero. A opinião da crítica especializada e dos fãs é sempre a mesma, considerando o game um dos melhores de corrida de todos os tempos. E isso fez com que Burnout se tornasse uma galinha dos ovos de ouro.
Ainda no Playstation 2 foram lançados mais dois jogos da série, Burnout Revenge em 2005, que seguia a risca a formula de Burnout 3, apenas adicionando o takedown Revenge — que nada mais é do que um takedown de revanche em um adversário que lhe jogou para fora da pista — e o exclusivo Burnout Dominator em 2007, uma espécie de Burnout 2.2 e que trazia muito mais semelhança com o segundo jogo da franquia do que com o terceiro e que foi o primeiro (e único) game da série a não ser produzido pela Criterion.
Já em 2008 foi lançado o (até então) último capítulo da série, Burnout Paradise, um ar fresco à franquia, dessa vez exclusivo para a nova geração, trazendo gráficos soberbos em um vasto mundo aberto chamado Paradise City (e tendo a música homônima do Guns ‘n Roses como tema principal), e novos modos de jogos, incluindo aí corridas de moto e bugres.
Infelizmente, a franquia entrou em um hiato desde então. Por ironia do destino, a Criterion Games passou a produzir alguns Need For Speed (que até tiveram um que de Burnout na receita). Para o futuro, a Criterion está planejando um game que envolve muita velocidade e destruição envolvendo quadriciclos, barcos, helicópteros e muito mais!
Não há previsão de qualquer novo Burnout no horizonte, então só nos resta tirar a poeira do PS2, jogar Burnout 3: Takedown no volume mais alto possível e acumular o maior número de takedowns que puder. Mas lembre-se: não tente fazer isso em casa (ou na rua)!