Para Sempre PS2: Os games alternativos de Street Fighter e X-Men na era 128 bits
Se houve sinônimos para “sucesso” durante a década de 90, com certeza se chamavam Street Fighter e X-Men. Fazendo um sucesso absoluto em variadas mídias, as franquias também levaram à um novo nível a popularização dos crossovers. Porém, o Para Sempre PS2 de hoje não vai falar exatamente do que de melhor as duas séries trouxeram e sim dos questionáveis Street Fighter EX3 e X-Men: Next Dimension!
Primeiro, uma breve recapitulação
Durante o início dos anos 90, mais precisamente em 1991, Street Fighter e X-Men trilharam um caminho parecido e receberam uma nova cara para se adaptar aos tempos modernos, o que fez ambas explodirem em popularidade, no caso, com Street Fighter II: The World Warrior e a estréia de X-Men Vol. 2.
Andando em paralelo em seus respectivos universos, a Capcom então resolveu investir pesado na sua parceria com a Marvel Comics, gerando assim diversos jogos de luta baseados nas franquias de quadrinhos. E assim o mundo viu nascer talvez o primeiro grande crossover de luta de todos os tempos: X-Men Vs. Street Fighter, que uniu personagens consagrados de ambos os mundos e que deu a bênção para o inesquecível Marvel Vs. Capcom: Clash of Super Heroes existir.
Mas quase como em um universo alternativo, houveram duas franquias de luta que não ficaram na aba do sucesso para seguirem seus respectivos caminhos, Street Fighter EX e X-Men: Mutant Academy, em que cada uma recebeu ainda uma sequência, dividiram muitas similaridades, mas não foram tão agraciadas assim pelos fãs.
Street Fighter EX3, o game mediano que diverte
Seguindo a (não tão) boa fórmula de seus predecessores, foi lançado em 2000, como exclusivo de lançamento do Playstation 2, Street Fighter EX3, que trazia novamente gráficos poligonais, personagens novos e diferentes sistemas de luta, tudo para se diferenciar do recente 2D Street Fighter III: The Third Strike.
Street Fighter EX3 foi uma aposta exótica por parte da Capcom, desde seu início. Produzido pelo pequeno estúdio Arika, o game começou se destacou (não necessariamente de forma positiva) pelos seus gráficos em 3D, algo que desde a geração anterior estava no hype. Mas apesar disso, a caracterização dos personagens é um tanto ruim, como é o caso de Ryu e Blanka que mais parecem robôs, e também em alguns personagens exclusivos da franquia EX.
Outro fator interessante do jogo é seu sistema de lutas, que absorve leves influências da série principal e até mesmo The King of Fighters e suas lutas em trios. Em seu principal modo, chamado Original Mode, o jogador enfrenta diversas lutas que variam entre 1-contra-1 até 3-contra-3. Já o Arena Mode, que serve como multiplayer, coloca jogadores para se enfrentarem em lutas com diversas configurações, até as mais bizarras, como 3-contra-1.
Já o Character Edit Mode trás um personagem novo chamado Ace e diversas lutas para customizá-lo com golpes de diferentes personagens. Uma curiosidade é que esse personagem e a combinação de golpes especiais Sonic Boom, Shoryuken e Spinning Piledriver acabou lembrando muito o (até então não revelado) chefão de Street Fighter IV, Seth.
Infelizmente, o jogo sofre com alguns problemas que o fazem ficar meio às escondidas na vasta biblioteca do Playstation 2. Um desses problemas é o fator replay baixíssimo que o game apresenta. Além dos três modos já citados, até existe um projeto de modo beat ‘em up contra inimigos genéricos, todo baseado no bônus bem conhecido da série Tekken, porém aqui sem o mesmo carisma.
As músicas e os sons do jogo também são no mínimo… lamentáveis. É melhor colocar no mudo do que sentir saudade das incríveis trilhas dos Street Fighter dos anos 90.
A falta de sorte de X-Men: Next Dimension
Se Street Fighter EX3 foi um ponto fraco na história da série, o mesmo não pode se dizer de X-Men: Next Dimension, lançado em 2002 pela Activision e que serviu como o sucessor espiritual do ótimo X-Men: Mutant Academy, clássico instantâneo do primeiro Playstation.
Next Dimension trouxe tudo o que a série precisava para evoluir, a começar pelos seus personagens: dessa vez eram 24 mutantes clássicos na disputa, contando com nomes não tão comuns no mundo dos games como Forge, Havok e Bastion, além dos clássicos Phoenix, Cyclops e Wolverine, em um gameplay que mistura jogabilidade 2D com cenários 3D, incluindo a possibilidade de jogar o adversário para outras áreas fora da fase e influências variadas, que vão do próprio Marvel Vs. Capcom até Dead or Alive.
A história do game também não fica para trás e é baseada na saga Operation: Zero Tolerance, trazendo o clássico embate entre os X-Men e a Irmandade dos Mutantes, a Fênix Negra e também a ameaça de Bastion ao Homo Superior.
E se você pensa que histórias mais complexas em jogos de luta, com direito a cutscenes e oponentes em ordem de acontecimentos é algo que começou com a DC em Mortal Kombat Vs. DC Universe, ficando realmente famoso no Mortal Kombat de 2011, é aí que você se engana. Next Dimension conta com um modo história narrado por Patrick Stewart mais uma vez no papel de Professor Xavier, em uma trama que se desenrola em diferentes consequências, personagens e até mesmo finais!
Apesar disso, X-Men: Next Dimension não foi muito bem recebido pela crítica, que o considerou repetitivo e com “muitas inspirações” de outros jogos de luta já famosos na época — mesmo o game seguindo quase que fielmente a elogiada jogabilidade de seus antecessores — e por isso acabou não caindo nas graças do público, saindo quase invisível em meio à febre dos dois primeiros filmes baseados nos mutantes mais famosos dos quadrinhos.
Mas e você? Curtiu algum dos dois jogos? Ou os dois? Ou mesmo nenhum? Prefere o X-Men Vs. Street Fighter da Capcom? De qualquer forma, ligue seu Playstation 2 e aproveite para tirar um contra nesses dois subestimados — porém divertidos — jogos de luta!