Para sempre PS2: The Punisher – O Justiceiro além dos quadrinhos e filmes
Se tem um personagem da Marvel que sempre viveu entre a fama e o desconhecimento da maioria, ele se chama Frank Castle, mais conhecido como O Justiceiro!
Porém, o anti-herói da Cozinha do Inferno rendeu algumas boas histórias, seja nos quadrinhos ou fora deles — como o memorável beat ‘em up de 1993 produzido pela Capcom — e outras nem tanto, como o esquecível filme de 1989 estrelado pelo astro de ação Dolph Lundgren.
Mas dessa vez o Para sempre PS2 vai pedir licença à Arkade Comics e ao Cine Arkade para falar sobre o memorável The Punisher de 2005, juntamente com suas principais influências dos quadrinhos e dos filmes. Vamos conferir?
Justiceiro, de Garth Ennis à Thomas Jane
Não tem como falar do game de 2005 sem citar suas duas influências máximas e que fizeram o personagem dar uma tentativa de guinada na virada na virada do milênio, dando um novo sopro de vida à sua história. A começar pelo arco dos quadrinhos Bem-vindo de volta, Frank (Welcome Back, Frank, no original), lançado no ano de 2000.
Aqui, esqueça a roupa colada azul-marinho com acessórios brancos que o personagem costumava usar nos anos anteriores. Dessa vez O Justiceiro veste um grande e estiloso sobretudo, sem deixar de dar destaque à sua emblemática caveira. E tudo graças ao escritor Garth Ennis, que deu uma nova cara para o personagem e para a série.
A história se passa logo após Frank Castle voltar para Nova Iorque e à sua vida de vigilante noturno, dessa vez combatendo a criminosa família Gnucci e seus comparsas. Castle dessa vez também possui amigos tão esquisitos quanto ele, como Joan, Bumpo e Dave. Vale lembrar também que um dos inimigos mais emblemáticos d’O Justiceiro foi criado nesse arco, o bizarro Russo, o qual consegue se destacar em lutas intensas em todas as mídias que apareceu.
E pegando essa carona dos quadrinhos, foi lançado em 2004 o filme homônimo, estrelando Thomas Jane no papel de Frank Castle e John Travolta como Howard Saint, seu principal inimigo durante o longa.
Apesar de não ter sido muito bem recebido pela crítica e por parte dos fãs, o filme que conta a origem do anti-herói e todo o seu desenvolvimento é talvez sua melhor tentativa no cinema. É bem verdade que ele está muito mais para um faroeste urbano do que para uma legítima história obscura do personagem, mas é fato que Jane conseguiu interpretar um Frank Castle amargurado, incerto de suas convicções, mas mesmo assim frio e calculista.
É bem divertido ver como foi mesclada uma leve passagem pelo arco Ano Um dos quadrinhos com o memorável Bem-vindo de volta, Frank: temos a trágica origem do personagem sendo contada, seu envolvimento com uma família de mafiosos (os Gnucci aqui deram lugar para os Saints), uma luta inesquecível contra o Russo, os três vizinhos que acabaram se tornando os familiares de Castle, entre outros detalhes menores.
Agora o Justiceiro é você
No mesmo ano de lançamento do filme, a THQ apresentou na E3 o game The Punisher, feito para pegar carona com sua versão dos cinemas. Mas ao contrário de diversos outros jogos que se baseiam em filmes (e acabam fracassando), o estúdio Volition, Inc. não pegou carona só no longa, mas também pelos quadrinhos já citados. E o resultado não poderia ter sido melhor!
Lançado em 2005, The Punisher nos coloca na pele de Frank Castle (obviamente) para enfrentar mais uma vez a família Gnucci em diversas fases diferentes, cada uma melhor que a outra, que vão desde zoológicos, passando por oficinas, e indo até as indústrias Stark. E por falar nisso, o jogo ainda conta com participações do Homem de Ferro, Nick Fury, Matt Murdock, Viúva Negra e outros personagens da Marvel.
A jogabilidade do game é bem simples, como um típico shooter em terceira pessoa, lembrando muito Max Payne em diversos momentos. Escolha suas armas no início da fase, atire em (quase) tudo que se move, resgate reféns, enfrente chefes e pontue o máximo possível para desbloquear extras. Simples e agradável, o game até poderia se tornar um tanto repetitivo, mas a variedade de objetivos e ambientações não o deixa cair nesse limbo.
Como era de se esperar, uma das grandes características do game é a sua violência bruta: os tiroteios frenéticos já são impressionantes, com sangue jorrando para todos os lados, mas Castle ainda possui ataques corporais que fazem jus à sua fama de anti-herói, decapitando e estrangulando os inimigos que estiverem pela frente.
Porém, o que mais chama a atenção são seus métodos pouco ortodoxos de trabalho. Durante o game é possível interrogar alguns inimigos para conseguir informações extras, que variam desde locais para conseguir armas novas, até a localização de uma chave para abrir alguma porta. E sim, o processo é violentíssimo, resultando muitas vezes em mortes bizarras, dignas de um filme trash.
E pra completar o sadismo, o jogo ainda possui locais para “mortes especiais”, em que você pode jogar um inimigo em um tanque cheio de piranhas, ou colocar o felizardo dentro de um forno, em uma banheira de ácido, enfiar um maçarico na cara de um desafeto, entre outras “fofuras”.
A parte audiovisual do game também é um show a parte, mostrando todo o potencial que o Playstation 2 poderia oferecer, como percebido em efeitos de luz e na movimentação bacana do sobretudo do protagonista. O visual do Justiceiro é totalmente baseado nas artes de Tim Bradstreet, com um visual mais badass e estiloso do que nunca.
Temos também a volta de Thomas Jane dando voz à Castle, sendo superior até à sua performance anterior. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora muito parecida com a do filme, que remete à clássicos do western e filmes de vigilante dos anos 70.
The Punisher com certeza marcou época. Seja você fã dos personagens da Marvel, desde os Vingadores até os anti-heróis da Cozinha do Inferno, seja você fã dos jogos de ação da era 128 bits, esse jogo tem tudo para agradar diferentes tipos de gamers.
Então tire a poeira do seu Playstation 2 e relembre (ou conheça) esta grande pérola que está completando 10 anos!